Por: Marcelo Constantino
Depois de listarmos os dez jogadores mais importantes para seus times nesta temporada, tomamos gosto pela coisa e já nos arriscamos a listar também os dez jogadores que mais decepcionam até aqui.

Lembrando que tudo é analisado de forma relativa e comparativa, avaliando o que se esperava do jogador, diante não apenas de seu histórico passado, mas também de sua projeção para esta temporada. Por exemplo, muito embora o goleiro Manny Legace tenha um ótimo retrospecto em temporada regular, ninguém esperava que ele repetisse o mesmo sucesso dos tempos de Detroit defendendo um time banguela como o St. Louis Blues. Ninguém esperava muita coisa também de pesos como Derian Hatcher, John Leclair e Curtis Joseph, ainda que tenham um histórico respeitabilíssimo na NHL. Por outro lado, quem imaginaria um Peter Forsberg tão..., digamos, problemático como o atual? Ele talvez seja o símbolo maior do que seja decepção nesta temporada. Comecemos por ele, então.

Peter Forsberg

É praticamente um hours concours nesta temporada. Nem tanto pelo que joga quando está no gelo — diante da catastrófica temporada do Philadelphia Flyers, até que ele não é dos piores —, mas pelo conjunto da obra. Contusão aqui, outra ali, mais uma logo a seguir... o homem parece de vidro. É prato cheio para a imprensa rememorar que ele não joga uma temporada inteira há mais de dez anos e que talvez as contusões acabem quando ele for finalmente negociado. Tudo isso seria relevado se ele mantivesse o alto nível do hóquei que um dia o elevou à categoria de melhor jogador do mundo, ainda que isso nunca tenha sido unanimidade. Atualmente os Flyers dependem dele para tentar ganhar alguma partida de vez em quando. Sem ele o Philadelphia é um desastre absoluto. Com ele é apenas ruim.

Martin Gerber

Sim, havia dúvidas sobre Gerber, depois dele ter sido barrado pelo novato e subseqüente vencedor do Troféu Conn Smythe, Cam Ward, em plenos playoffs. Havia dúvidas se, no Ottawa Senators, ele seria o Gerber da temporada ou dos playoffs. Até aqui tem sido o dos playoffs, tanto que Ray Emery é quem geralmente aparece na frente do gol dos Sens.

Jonathan Cheechoo

Não há como não listá-lo aqui depois do Troféu Maurice Richard da temporada passada. Cheechoo está longe, mas muito longe daquele goleador. Sua projeção de gols para esta temporada é de pouco mais da metade que marcou na anterior, ou seja, uma queda brutal. Inexiste atualmente aquela antiga temida dupla dele com Joe Thornton. Cheechoo é também prova viva de que votação para o Jogo das Estrelas independe da atuação do jogador na temporada.

Eric Staal

Depois da ótima temporada passada de 100 pontos, era esperado que Staal liderasse novamente o time. Jovem jogador, com mais um ano de experiência na bagagem, a hora era a dele começa a assumir efetivamente o posto de jogador número 1 dos Canes. Mas não, parece ter dado um branco relativo e Staal só lidera o time em chutes a gol. Se continuar desse jeito, ele deve chegar a 70 pontos, uma queda de 30% na produtividade. E o time sente falta disso.

Henrik Lundqvist

Ele pode ser dominante quando se trata de disputa de pênaltis, mas a verdade é que, nesta temporada, Lundqvist está bem abaixo daquele ótimo jovem valor que todos conheceram em 2005-06. Certamente uma das razões para a campanha atual dos Rangers não estar tão bem quanto a última.

Wade Redden

A decisão para o Ottawa Senators era entre renovar com Redden ou Zdeno Chara. Um dos dois sairia e o "escolhido" para ficar foi Redden. A areia ficou pesada demais para o caminhão dele e toda aquela estrela de bom defensor começou a manchar. Contusões e uma baita queda de produtividade ofensiva compõem a decepção, no que deve ser um lapso na carreira do defensor.

Craig Conroy

Depois de ser peça importante na bela corrida dos Flames às finais da Copa Stanley em 2004, Conroy se mandou para Los Angeles, onde realizou uma boa temporada no imediato pós-locaute. Agora ele nem parece a sombra do que foi. Com míseros cinco gols e 11 pontos, já figura insistentemente na boataria sobre trocas.

Vaclav Prospal

Ele sempre foi um jogador extremamente útil ao Tampa, sempre segurando — e bem — o piano da segunda ou terceira linha. Na temporada passada chegou a fazer frente ao trio principal do time. Nesta parece ter esquecido de tudo, e, para piorar, ainda entrou em conflito com a comissão técnica.

Markus Naslund

É verdade que Naslund já havia decepcionado no ano passado, mas a expectativa era de que tudo não havia passado de um pequeno lapso. Agora vemos que não, a ladeira está mesmo inclinada para baixo na carreira dele. Quem lidera os Canucks agora são os irmãos Sedin.

Rob Blake

Na verdade era esperar demais que Blake fosse impactante no time capenga do LA Kings. Mas afinal é Rob Blake, tido como um dos melhores da liga, ainda que aos 37 anos de idade. Ele não tem sido impacto algum e, depois de cinco anos nos Avs colecionando +/- positivos, anda com um triste -12. Para a próxima, já não esperaremos muito dele. Quem sabe ele não surpreende?
Marcelo Constantino é carioca e adora o Rio de Janeiro.
Jim McIsaac/Getty Images
De melhor jogador do mundo a líder de do exército de pangarés da Philadelphia, eis Peter Forsberg.
Len Redkoles/Getty Images
Os 100 pontos foram o ápice? Não, o garoto Staal ainda é jovem e terá outras temporadas para igualar. Nesta ele caiu.
Jeff Vinnick/Getty Images
Estou sendo muito exigente por listar Markus Naslund entre as maiores decepções da temporada? Não, ele era considerado um dos melhores da NHL há muito pouco tempo.
Bruce Bennett/Getty Images
Quanta vergonha, Gerber! De titular-barrado do time que seria campeão a reserva decepcionante do reserva-promovido-a-titular de outro time.
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Página publicada em 17 de janeiro de 2007.