Ao
ler os nomes de Brett Clark, Mark Rycroft, Brett McLean e Ossi
Vaananen, você desconfia que clicou no link errado e que
caiu na página de outro time. Esse não pode ser
o Colorado Avalanche.
Então você retorna à página anterior
e tenta novamente, apenas para constatar que infelizmente o seu
mouse não lhe traiu. Desde a adoção do teto
salarial, nenhum outro torcedor da liga sofreu tanto quanto o
dos Avs com a perda de grandes jogadores.
Não estamos mais no tempo de Peter Forsberg e Chris Drury,
de Adam Deadmarsh e Alex Tanguay, de Adam Foote e Rob Blake, lembranças
de um passado cada vez mais distante. Da equipe campeã
em 2001, apenas dois jogadores permanecem no elenco: o capitão
Joe Sakic e Milan Hejduk.
Hoje o Colorado se vira com o que tem em mãos. E aí
há uma lista de jogadores que poderiam desfilar às
três da tarde de uma segunda-feira na esquina da avenida
mais movimentada de Denver sem serem notados.
Alguns deles, entretanto, começam a se destacar dos demais,
através de maior esforço, talento e dedicação,
colocando seus nomes nos resultados das partidas. É o caso
de Wojtek Wolski, Paul Stastny e Brad Richardson — e não
é coincidência que todos tenham vindo do recrutamento.
Atenção para as palavras do gerente-geral Francois
Giguere: "A grande vantagem quando você desenvolve
seus jogadores é que eles aprendem sua cultura. Quando
você pega agentes-livres, sabe que são bons jogadores,
mas não sabe se eles vão se adaptar ao seu sistema
e à sua cultura. Quando você recruta seus prospectos,
sabe que eles vão se adaptar porque você vai moldá-los
para que sejam o que um jogador do Avalanche é."
O polonês Wolski está em sua primeira temporada como
titular. No ano passado, teve breve passagem pela equipe em outubro,
disputando nove partidas. Apesar de conquistar seu espaço,
foi descartado, porque sua idade obrigava o Avalanche a mantê-lo
no elenco de 23 jogadores durante toda a temporada caso disputasse
dez partidas.
"Wolski traz muito mais 'uau' ao seu jogo," disse Giguere.
"Ele tem muito potencial. Mas ainda pode se desenvolver mais
e nesse momento seu jogo não é tão maduro
quanto o de Paul."
Stastny é um nome já estabelecido na franquia, embora
Peter, pai de Paul, nunca tenha disputado sequer uma partida em
Denver. Papai Stastny vestiu a camisa do Quebec Nordiques 737
vezes durante dez temporadas, de 1980-81 a 1989-90, marcando 1048
pontos.
Dezesseis anos depois, já em Denver, seu filho começa
a trilhar um caminho promissor. Giguere surpreende-se: "A
grande surpresa com Paul é o quanto ele é seguro
no seu jogo defensivo. Você raramente vê um garoto
de 20 anos ser tão bom em ambos os lados do disco."
Em sua segunda temporada, Richardson já é comparado
a Sakic. Não por sua classe ou habilidade — nesses
quesitos poucos se aproximam do capitão —, mas por
seu chute preciso.
"Seu aperfeiçoamento da temporada passada pra essa
foi tremendo," declarou o treinador Joel Quenneville. "Ele
parece mais rápido que no ano passado e acrescentou mais
ingredientes ao seu jogo. E, de repente, aquele chute dele é
uma ótima arma pra nós. Isso me lembra Joe [Sakic]".
Richardson já marcou cinco gols na temporada — dois
a mais que na anterior —, atuando na maior parte do tempo
na quarta linha ou matando penalidades.
Stastny (20 pontos) e Wolski (16) ocupam a terceira e quarta posições,
respectivamente, na artilharia da liga entre os calouros, atrás
de Evgeni Malkin e Anze Kopitar. Poderá ser a segunda vez
em oito anos que os Avs têm dois jogadores na seleção
de calouros da temporada — em 1997-98, Drury e Hejduk foram
selecionados, sendo que o primeiro recebeu o Troféu Calder.
Os Avs na classificação
Após a rodada de terça-feira o Avalanche
ocupava a 10.ª posição da Conferência
Oeste, com menos de 50% de aproveitamento. Poucas vezes a equipe
passou por momentos como esse nos dez anos de sua existência.
Em novembro foram sete vitórias e sete derrotas, e nesse
ritmo os playoffs ficam mais distantes a cada dia. O grande problema
é que a equipe alterna bons e maus jogos, sem qualquer
consistência. O Colorado foi capaz de, nas últimas
duas semanas, derrotar o líder Anaheim Ducks, ser goleado
pelo Calgary Flames, atropelar o Edmonton Oilers e perder em Denver
para o Columbus Blue Jackets.
Os Avs precisam de atuações mais consistentes de
seus goleiros, Jose Theodore — cujo salário é
superior ao de Martin Brodeur! — e Peter Budaj. Eles são
brilhantes por alguns momentos e de repente sofrem um ou dois
gols defensáveis.
Curiosidade: os Avs chutaram 38 ou mais vezes a gol em 11 jogos
nesta temporada e perderam nove destes, sendo um na prorrogação.
A campanha no restante dos jogos é de 10-5-1. Certamente
Quenneville não pedirá ao time para chutar menos
a gol, essa é apenas uma estatística que não
tem explicação.
Após a derrota para os Flames, que impediu o Avalanche
de vencer três jogos seguidos pela primeira vez na temporada,
a equipe experimentou um dos vestiários mais tristes do
ano. Sakic classificou a derrota como "um dos nossos piores
jogos", mas lembrou da capacidade de superação
do time em tempos difíceis e afirmou que os Avs não
vão implodir por uma derrota.
"A gente pode esquecer isso e jogar muito melhor," disse
o capitão. "Nós temos um bom time de hóquei
e podemos derrotar qualquer um quando jogamos o quanto somos capazes
de jogar."
Ninguém vai culpá-lo por superestimar o potencial
do time.
De volta para o futuro?
Os fãs dos Avs já começam a sonhar com Drury
para o ano que vem. O jogador será agente-livre irrestrito
e seu salário certamente subirá dos $ 3 milhões
atuais para próximo de $ 5 milhões, o que pode causar
problemas para o Buffalo Sabres, já que outra estrela da
equipe, Daniel Briere, também está no último
ano de contrato.
É o mesmo Drury que foi recrutado pelos Nordiques e desenvolvido
pelo Avalanche, cujo futuro era tornar-se capitão do time
após a aposentadoria de Sakic e que foi trocado em outubro
de 2002 por um saco de discos e dois tacos quebrados. Certamente
a pior troca da carreira de Pierre Lacroix, antigo gerente-geral
da equipe.
É possível que os Sabres não consigam manter
Briere e Drury no ano que vem e aí o Colorado pode vencer
o leilão e readquirir o seu ex-jogador. Os fãs dos
Avs inclusive preferem Drury a Forsberg, principalmente porque
o primeiro é mais novo e não se machuca toda semana
— e para ceder Forsberg a gerência dos Flyers certamente
pediria em volta um dos bons calouros do time, como Stastny e
Wolski.
Quem não volta para Denver é Alex Tanguay, que finalmente
fez declarações a respeito de sua saída da
equipe.
Ofendido pelas insinuações de que teria pedido um
salário muito alto para renovar seu contrato e por esse
motivo teria sido negociado, Tanguay disparou: "Eles resumiram
o problema a dinheiro, e não foi por causa de dinheiro.
Eles nunca me ofereceram dinheiro algum. Há outros jogadores
mais bem pagos do que eu, então na verdade eles não
me queriam. E eu queria que eles tivessem sido mais diretos com
a mídia a esse respeito."
Tanguay recebeu $ 3,23 milhões no seu último ano
em Denver. Seu atual salário é de $ 5 milhões
em Calgary. O Avalanche adquiriu o defensor Jordan Leopold e duas
escolhas de segunda rodada em troca de Tanguay. Leopold fez sua
estréia no último final de semana, após perder
todo o início da temporada com uma hérnia de disco.
Humberto Fernandes completou
22 anos na segunda-feira e comemorou com os amigos, acompanhados
por carne, vodka e Skol gelada. É claro que não faltou
um brinde a Marat Safin.
FUTURO PROMISSOR
A gerência do Colorado Avalanche espera ver essa cena
repetir-se dezenas de vezes nos próximos anos. Sejam
bem-vindos a Denver, Wojtek Wolski e Paul Stastny.
(David Zalubowski/AP - USAToday.com)
ELE É
O TIME De costas, com a camisa número 19,
o Colorado Avalanche. De frente, um monte de torcedores uniformizados.
(Doug Pensinger/Getty Images- 22/11/2006)
OUTROS
TEMPOS A torcida dos Avs quer ver Drury de volta
a Denver. Eu sempre disse que Pierre Lacroix nunca deveria ter
feito aquela troca cretina.
(Henny Ray Abrams/AP - 26/11/2006)
REFORÇO
Dois leitores de TheSlot.com.br divul-gam a campanha
"O Brasil vai levar Dallas Drake ao Jogo das
Estrelas" em Vancouver, durante partida disputada por
Avalanche e Canucks. Participe você também!
(Jeff Vinicki/Getty Images - 02/12/2006)
ELENCO
Escalação do Quatro de Dezembro Hóquei
Clube: no ataque, trinta garrafas long neck de Skol; na defesa,
cinco Bem Brasil Ice, vodka boa e barata — 320 ml de conteúdo
e 5,5% de graduação alcóolica a R$ 1,89.
Mais vodka, mais álcool e menos preço.
(Humberto Fernandes/TheSlot - 05/12/2006)