JOGO 6
Edmonton 4-0 Carolina

BARULHO
Torcedores como esta aqui ajudaram a tornar mais uma vez o Rexall Place um lugar bem barulhento (Dave Sandford/Getty Images - 17/06/2006)
por E.J. Hradek

Na tarde de anteontem, perguntei ao gerente geral dos Canes, Jim Rutherford, sobre as condições de Erik Cole.

Cole, que vinha treinando com o time todos os dias (usando uma camisa azul, para amntê-lo livre de contato físico) desde o início das finais de conferência, não tinha aparecido ao rinque com o time para o treino daquele dia. Tinham me falado que Cole tinha decidido tirar o dia de folga. Aquilo pareceu meio estranho, então procurei por Rutherford.

Quando o encontrei, perguntei se haveria algum outro exame por que Cole poderia ter passado para checar seu estado. O ponta americano tinha feito uma ressonância magnética durante as finais da Conferência Leste. O exame mostrara que seu pescoço — contundido em um jogo contra o Pittsburgh em 4 de março — não estava 100% curado. Pouco depois, o clube divulgou que Cole ficaria de fora do resto dos playoffs.

Para responder a minha pergunta, Rutherford disse que ignorava qualquer exame que o jogador pudesse ter feito. A volta de Cole, disse ele, seria decidida pelo jogador em conjunto com os médicos. Então, pedi para falar com o médico do time. A princípio, o pedido pareceu normal. Mas, quando o médico foi localizado no ônibus do time, mandou dizer, por meio da asses-soria de imprensa, que preferia não comentar sobre a situação de Cole. Hum.

Cerca de 24 horas depois, descobri que ninguém tinha resposta alguma. Cole iria voltar ao time. Cole provavelmente tinha feito mais um exame durante o intervalo de dois dias entr eos jogos 5 e 6. Certamente, ele vai ter de responder a um monte de perguntas.

Os Oilers não hesitaram em dar as boas-vindas a Cole. Com pouco mais de dois minutos jogados, o ponta Ethan Moreau, dos Oilers, esmagou Cole contra as bordas com um tranco razoavelmente alto. Três minutos depois, Cole retribuiu o favor ao martelar o defensor Jaroslav Spacek, dos Oilers, contra as bordas do canto. Nos últimos instantes do período, Cole foi para o jogo físico contra Spacek de novo. Ele roubou o disco com o tranco. Na continuação da jogada, Cole teve uma chance na boca do gol. Ele não conseguiu converter, mas foi derrubado como "prêmio" ao esforço. Nos primeiros 40 minutos, Cole recebeu 12:16 de gelo, quarto maior total entre os atacantes dos Canes.

Apesar de o técnico do Carolina, Peter Laviolette, não descartar a escalação do contundido central Doug Weight para o jogo 7, é extrema-mente improvável que o ex-pivô de Oilers e Blues esteja saudável o sufici-ente para jogar. Antes do jogo 6, Weight circulava no vestiário de seu time com o braço em uma tipóia.

O ponta esquerda/peste Raffi Torres, dos Oilers, claramente está conse-guindo irritar alguns dos jogadores dos Hurricanes. Aos 11:41 do primeiro período, o veterano defensor Bret Hedican pulou em uma tentativa de acertar uma cotovelada em Torres no ar. Foi uma penalidade óbvia. Os Canes têm de lidar com Torres, mas não podem fazê-lo com ataques idio-tas a ele. Hedican deveria saber. Torres, mais um jogador que saiu de Long Island trocado pelo ex-GG Mike Milbury, teve um impacto mais tangível no jogo aos 9:54 do segundo período, desviando o chute de Steve Staios (a partir do ponto direito) para dentro do gol de Cam Ward, marcando 2-0.

Os Oilers continuaram a espancar o central Rod Brind'Amour, dos Hurricanes, sempre que podiam. O ataque físico parece estar fazendo efeito em Brind'Amour, que sempre ganha bastante tempo de gelo de Laviolette. No jogo 6, o capitão dos Canes pareceu um pouco cansado. Ele não parecia ter a mesma pegada que demonstrou no início da série. Ele certamente não estava afiado no círculo de face-offs no primeiro período, vencendo apenas uma de seis disputas. Ele foi um pouco melhor no segundo, vencendo cinco de oito.

Com o Carolina perdendo por 2-0 e com 18 chutes a menos, Laviolette pediu tempo aos 12:30 do segundo período. Àquela altura, os Canes ain-da não tinham dado um chute a gol no período. Laviolette reuniu suas tropas. Provavelmente foi difícil para os Canes ouvir seu técnico no meio da barulheira criada pelos 16.839 loucos presentes no Rexall Place. Evidentemente, Justin Williams ouviu bem as palavras do técnico. Ele deu o primeiro chute a gol do segundo período, aos 14:11. Um chute em 14:11? Isso geralmente não é um bom sinal.

O Carolina sofreu duas penalidades de homens de mais no gelo no jogo 6. São duas a mais que tinha sofrido nos cinco jogos anteriores. A primeira, apitada a 1:08 do segundo período, acabou se tornando particu-larmente dolorosa. O herói dos Oilers nestes playoffs, Fernando Pisani, marcou o primeiro gol do jogo, enquanto Andrew Ladd estava no banco de penalidades cumprindo sua punição.

A menos de seis minutos do fim do jogo — com os Oilers à frente por 4-0 —, Lorde Stanley já tinha visto tudo o que tinha de ver. Os guardiães da Copa colocaram o cálice de prata de volta em seu estojo e o retiraram do Rexall Place. Finalmente poderemos vê-lo na noite de segunda-feira, em Raleigh.



E.J. Hradek é jornalista da revista ESPN The Magazine. O artigo (com acesso restrito a assinantes) foi traduzido por Alexandre Giesbrecht.
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Página publicada em 18 de junho de 2006.