JOGO 2
Carolina 5-0 Edmonton

EXCEÇÃO
Os Hurrricanes de Mark Recchi não se iludem com a facilidade que tiveram no jogo 2 (Grant Halverson/Getty Images - 07/06/2006)
por Yi-Wyn Yen

Eric Staal chegou ao RBC Center para o jogo 2 em um terno preto, dirigindo sua BMW série 700 prateada. Enquanto um fã de meia idade vestindo uma camisa do Carolina perseguia seu luxuoso carro, o central dos Hurricanes, de 21 anos, com uma mão no volante, virou à direita no estacionamento dos jogadores.

Três horas depois, Staal costurando no trânsito da pista do meio do gelo, com a mesma facilidade, quando calmamente deu o passe para o gol da vitória de Andrew Ladd, o jogador mais jovem nas finais. Staal, que lidera a liga com 22 pontos, comenta: "Laddie estava um pouco à minha frente quando eu peguei [o disco], então eu tive de dar para ele. Foi um grande gol para ele."

Com a vitória por 5-0 sobre o Edmonton Oilers no jogo 2, os Hurricanes estão a apenas duas de conquistar a Copa Stanley, mas também estão longe de se sentir confortáveis no comando. "Se facilitarmos, vamos parar na mesma situação em que o San Jose estava", lembra Aaron Ward, defensor dos Hurricanes. "O pior erro que você pode cometer é substimar seu adversário. Não estou dizendo que o San Jose o fez, mas há um potencial óbvio para isso."

Os Sharks perderam para o Edmonton em seis jogos depois de vencer os dois primeiros nas semifinais do Oeste, e os Hurricanes sabem perfeita-mente que os ousados Oilers podem repetir essa "varrida". O Carolina dominou os três períodos ao atormentar os Oilers com 24 chutes bloqueados e confiar na superba atuação de Cam Ward, de 22 anos, que parou 25 chutes, igualando Ilya Bryzgalov, do Anaheim, no maior número de shutouts na pós-temporada (três).

O reserva dos Oilers, Jussi Markkanen, substituiu Dwayne Roloson, que está fora com uma contusão no joelho. O técnico do Edmonton, Craig MacTavish, disse que tem total confiança em seu reserva, que defendeu 21 de 26 chutes em seu primeiro jogo em três meses e não teve muita colaboração de seu time, que cometeu nove penalidades bobas.

Entretanto, os Hurricanes foram cautelosos ao não dar muita importância às circunstâncias da vitória ao se preparar para o vôo para Edmonton, hoje de manhã, para o jogo 3. Para o veterano Aaron Ward, "fazer o batis-mo no Rexall Center será uma situação interessante para os mais jovens. É muito louco. Se você parar para pensar, eles têm um país inteiro torcendo por eles." O central Doug Weight completa: "Sabemos que será um jogo apertado no sábado. Temos de nos comprometer em cada lance quando o disco cair."

Os Oilers estão tentando se tornar o primeiro time canadense em 13 anos a conquistar a Copa e ainda quebrar seu próprio jejum, já que não ga-nham o título desde 1990.

"Não estamos particularmente interessados em percentuais históricos ou em quais são as estatísticas quando se perde os dois primeiros jogos", avisa o central Michael Peca, dos Oilers. "Já estivemos nesta situação an-tes, então vamos deixar nossa bagagem no vestiário e nos preparar pelos próximos dois dias para o jogo em casa." E é isso que mais assusta os Hurricanes.

Oilers
Depois de perder os dois primeiros jogos das finais da Copa Stanley para os Hurricanes, os Oilers retornaram ao Rexall Place hoje à tarde, onde fo-ram recebidos por nuvens escuras de chuva e um cruel ataque de jornalis-tas. Depois de explicar por cinco minutos como os Oilers conseguiram pas-sar em branco pela primeira vez nesta pós-temporada, Peca teve de enca-rar esta pérola de um repórter de rádio: "Mike, você perdeu a Copa Stanley com o Buffalo [em 1999], e mais uma está começando a escapar. O que passa pela sua cabeça neste instante?" Como se Peca já não tivesse coisas suficientes para pensar sobre como seu time pode virar a desvanta-gem atual, ele ainda tem de lidar com perguntas horríveis.

O principal problema dos Oilers é achar uma maneira de vencer Ward, que se tornou o primeiro novato a conseguir um shutout nas finais em duas décadas no jogo 2. Os atacantes Shawn Horcoff, Ryan Smyth e Peca — cada um com cinco gols nos playoffs — não marcaram gols nas finais e somam 13 chutes entre si. "Você não resolve seus problemas quando tenta ser todo machão e provar quão físico você consegue ser", disse"Tudo precisa ser feito sob controle. O Carolina vai acabar com você se você fizer esse tipo de coisa."

Frustrado pelo incansável bloqueio de chutes do Carolina, primeiro colocado da liga no quesito durante a temporada regular, o técnico do Edmonton, Craig MacTavish, disse que acha que Horcoff e Smyth tentaram demais "fazer a diferença" no jogo 2. Forçados a desfazer-se do disco, os atacantes descobriram que as camisas vermelhas eram um enervante obstáculo na zona de ataque. "Não conseguimos muitas chances na frente do gol nesta série", avalia MacTavish. "Temos que fazer algumas coisas taticamente diferentes. Temos de desenvolver um plano de jogo diferente para liberar algum espaço e alguns caminhos até o gol. Os atacantes deles têm feito um belo trabalho nos parando. Eles se fecham muito bem na zona defensiva deles. Quando o disco passou por ali, chegava redondinho para o Cam, e nós estamos tendo trabalho para desviar dele."

Desde que o goleiro titular Roloson se contundiu no joelho, o Edmonton não marcou mais em igualdade numérica. "Não sei se alguém plantou algu-mas sementes de dúvida ou usou a ausência de Dwayne como desculpa, mas a vitória às vezes vai ser difícil mesmo", diz Peca. Apesar de o time não culpar o reserva Jussi Markkanen, que sofreu cinco gols em seu primeiro jogo em três meses, eles vão ter de achar uma maneira de mudar seu plano de jogo, e rápido. "Fomos pegos fora de posição no jogo 2, o que deixou grandes buracos no nossos sistema", conclui Jarret Stoll. "Acho que o San Jose e o Anaheim foram mais físicos que o Carolina. Temos de achar nossas posições e jogar com mais inteligência no gelo."



Yi-Wyn Yen é jornalista do site SI.com. O artigo foi traduzido por Alexandre Giesbrecht.
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Página publicada em 8 de junho de 2006.