Por
Humberto Fernandes
Palavras de um torcedor dos Red Wings
Quinta-feira, 06h30. Enquanto me preparo para ir a escola,
lembro que na noite anterior havia acontecido o jogo decisivo entre
Colorado e San Jose. Diante da expectativa por saber quem seria o adversário
do meu Detroit, não resisti, liguei o computador e conectei-me
à Internet.
Em todos os momentos, desde o começo da série semifinal
entre Colorado x San Jose, acreditei na vitória de Sakic &
Cia. Até mesmo após o jogo 5, onde os Sharks assumiram
a liderança, continuei tendo os Avs como vencedores do duelo.
Talvez eu até tenha torcido por eles. É algo inimaginável!
Um torcedor dos Red Wings que se preze jamais apoiaria o Avalanche,
em qualquer circunstância. Mas com possibilidade de enfrentá-los
na fase seguinte, esta situação era atípica.
Vencer uma Stanley Cup sem eliminar o Colorado no caminho não
é ser plenamente campeão. De que adianta Troféu
Presidente, prêmios, recordes... se você não enfrenta
seu maior rival, inimigo e algoz?
A temporada dos Red Wings foi um esplendor. Liderança de ponta-a-ponta,
apresentando apenas dois momentos de crise: primeira quinzena de dezembro
e fim de março, começo de abril. No restante da temporada,
apenas vitórias. Tudo isso seria facilmente esquecido diante
de uma eliminação precoce e/ou perda do título.
Em Detroit, há apenas uma certeza: Stanley Cup... ou nada.
Para fechar a brilhante temporada, restam dois gols: vencer o Colorado
nas finais de conferência e, em seguida, erguer a Stanley Cup
diante dos Maple Leafs ou alguém acredita nos Horrorcanes?
Após estas duas realizações, enfim Detroit estará
satisfeita.
Mas antes... o Colorado Avalanche!
A primeira reação ao ver que o tão esperado e desejado
encontro realmente acontecerá deixa o ambiente tenso. Coisas
do fanatismo. Não dá duelo na NHL como Detroit x Colorado.
Não há.
Como torcedor dos Red Wings novidade! , sei que o único
time capaz de vencê-los é o Avalanche. E somente ele. Perder
novamente para o inimigo seria extremamente doloroso, talvez a cova
aberta para boa parte deste elenco dos Wings.
Toda a NHL estará acompanhando esta guerra de muitas batalhas.
Penso que a Stanley Cup poderia ser entregue ao vencedor desta guerra,
de antemão. Por que disputar contra o vencedor do Leste, o time
menos pior de uma conferência que leva às quartas-de-finais
o Montreal Canadiense, ou até mesmo mais assustador, o Carolina
Hurricanes às semifinais? Cansaço inútil.
Por
Rafael Roberto
Palavras de um torcedor do Avalanche
"Dominik Hasek assina com os Red Wings!" Quando
li isto, a primeira coisa que imaginei foi uma final de conferência
entre Avalanche e Red Wings. À medida que a temporada foi se
desenrolando, ficava bem mais claro para todos que o encontro entre
os times iria fazer a NHL pegar fogo.
Bem, depois de 14 jogos para o Avalanche e 11 para os Red Wings, nos
playoffs, é hora de incendiar tudo. A mãe natureza caprichou
desta vez: teremos Colorado x Detroit!
Qualquer torcedor dos Avs sabe a importância de vencer os Red
Wings numa série de playoffs e lamenta ter conquistado a Stanley
Cup no ano passado sem ter batido o grande rival, mas mesmo sem o confronto,
a conquista da taça não pode ser desmerecida.
Avalanche x Red Wings é o jogo, não há como negar.
Vencer esta série, para os mais fanáticos, significa o
mesmo que vencer a Stanley Cup.
À medida que a hora do jogo se aproxima a emoção
aumenta. Quando se acorda na manhã do dia do jogo, a primeira
coisa a fazer é olhar bem para a camisa do time e lembrar, "hoje
é o dia". A temperatura aumenta a cada minuto na ânsia
do jogo. Na hora que o disco cai no gelo e a partida começa,
o cérebro pára de pensar em qualquer coisa que não
seja o duelo.
Se antes do jogo esta é a emoção, imaginem quando
a série terminar! Vencer o Detroit, rumo ao bicampeonato tem
uma sensação indescritível e que nenhum torcedor
do Avalanche sentiu ainda.
"Um time, mesma meta"... melhor ainda: um time, mesma meta
mas com uma correção, vencer o maior rival nas finais
do Oeste.
|
Humberto Fernandes, adorador da atmosfera criada pelo confronto,
escreveu sua parte deste artigo durante uma aula de voz passiva
sintética e mais tarde recebeu ajuda do colaborador Rafael Roberto,
outro aficionado pelo duelo entre estas equipes e sem criatividade
para criar um rodapé decente. |
|