Por: Sam Donnellon

É mais divertido dizer que tudo começou com o disco roubado de Chris Pronger. O analista de hóquei irá focar naquele terceiro período do jogo 2, quando os Flyers dispararam 15 vezes contra o gol de Antti Niemi, atazanaram sua área e quase descontaram a desvantagem de dois gols.

O que é inegável é que os Flyers chegaram à Filadélfia na terça-feira perdendo por dois jogos a zero, com seu técnico falando sobre colocar uma pulga atrás da orelha do goleiro novato dos Blackhawks e com Pronger provocando os favoritos para a Copa Stanley em entrevistas como se estivesse no gelo.

Eles deixam a Filadélfia com a série empatada em dois jogos depois do final enervante da vitória por 5-3 no jogo 4, o goleiro do Chicago de repente mortal de novo e o embalo removido de um time que tinha varrido o clube mais bem colocado no Oeste e que, depois de dois jogos, parecia destinado a fazer o mesmo nesta série.

Será que os Flyers estão na cabeça dos Blackhawks? Vamos perguntar de outra maneira. Até seu chute a 2:40 do final, e uma perigosa tentativa de desvio um minuto depois, alguém aí tinha notado Dustin Byfuglien? Mais ainda: alguém aí ainda tem tanto medo dele quanto tinha quando a série começou?

Agradeça ao Sr. Pronger por isso. É cedo demais para se falar no Troféu Conn Smythe, mas é difícil imaginar qualquer outro jogador dos Flyers recebendo esse troféu se esta incrível campanha nos playoffs for completada com mais duas vitórias ao longo da próxima semana. Algo, aliás, que irritaria não só a torcida de Chicago, mas as outras 28 cidade da NHL.

"Acho que tomos sabemos que o jogo está aí para um bom entretenimento", disse ele outro dia. "As pessoas estão pagando muito dinheiro para ver um bom jogo. Se eles querem amar odiar alguém, deixe estar."

Mais uma vez, Pronger jogou mais de 27 minutes no jogo 4. Mais uma vez, ele foi uma floresta de espinhos na frente de Michael Leighton, e quase um futebolista na marcação atrás dele e nos cantos mais importantes. Mais uma vez, ele patinou sobre a fina linha entre legal e ilegal que faz com que os jogadores dos Blackhawks fiquem latindo aos árbitros para pedir penalidades.

"Em qualquer lance ele faz você usar o caminho mais comprido", avalia o técnico do Chicago, Joel Quenneville, que treinou Pronger quando ambos estavam nos Blues. Ele disse isso na quinta-feira, quando falou sobre "formas emecanismos para passar sua mensagem adiante". Isso também é uma tática, claro, um jeito de pedir que a arbitragem preste mais atenção, mas Pronger não se tornou Pronger sem saber disso.

Ele não foi nenhuma vez ao banco de penalidades no jogo 4. Ele estava no gelo em todos os cinco gols dos Flyers. Ele estava lá no fim, depois que penalidades sucessivas contra Scott Hartnell e Braydon Coburn tornaram o final um pouco mais nervoso para todos os 20.304 nas arquibancadas, e para muitos dos Flyers também.

Outro dia Mike Richards enalteceu a calma de Pronger e como essa calma contagiou o vestiário dos Flyers. É uma grande diferença entre os dois times, uma peça que os Flyers têm dentro e fora do gelo, algo que o Chicago não tem.

Ele virou a resposta dos Flyers ao que Brad Lidge significou para os Phillies em 2008, aquela peça faltante que ficou boa demais para ser verdade. Lidge fechou todos os jogos parelhos naquela campanha, conseguiu todas as eliminações importantes. Pronger não é só uma ameaça; ele é um curativo para quando as coisas ficam um pouco confusas, como elas ficaram no final do jogo 4, depois de os Blackhawks transformarem um 4-1 em um 4-3 e quase marcarem o gol de empate.

E ainda há aquela outra coisa, que deixa tudo quanto é cidade furiosa. Se os Flyers realmente vencerem esta série, o roubo de discos passará a fazer parte do folclora da Copa Stanley, e Pronger um de seus vilões/heróis mais falados.

Por que ele ficou com o disco da vitória depois dos jogs 1 e 2?

"Eu não sabia que o time vencedor podia ficar com o disco", respondeu ele. "Isso é uma regra? Você pode olhar no regulamento para mim?" Ele se importava em ser odiado em todas as cidades da NHL, a não ser aquela que ele defende atualmente? "História velha", disse Pronger. "Deixe estar."

Os Flyers venceram o jogo 3 com a ajuda de dois gols em vantagem numérica. Eles vemceram o jogo 4 ao menos em parte porque os Blackhawks cometeram logo no começo três penalidades idiotas na zona de ataque, dando origem a outro gol em vantagem numérica e alimentando o embalo do time da casa.

E alimentando as discussões até o jogo 5, sobre jogos mentais e um time mais novo de Chicago sentindo a pressão depois de duas derrotas seguidas. Quenneville mexeu com suas linhas no jogo 4, buscando uma faísca. Ele falou sobre a necessidade de ser inteligente e manter a compostura depois da derrota, mas claramente a estratégia do Chicago desde o início foi a de provocar.

Ninguém perguntou a ele sobre Pronger. Depois do jogo 4, isso iria mudar, e surgirão perguntas sobre Pronger e a fina linha sobre a qual ele patina. Ele está se safando de crimes graves no gelo? Ou este jogador, que já foi tão penalizado, aprendeu o jogo tão bem a ponto de agora conseguir manipulá-lo de acordo com sua vontade?

Sam Donnellon é colunista do jornal Philadelphia Daily News. O artigo original foi traduzido e editado por Alexandre Giesbrecht.

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Página publicada em 6 de junho de 2010.