Anaheim Ducks
2007-08: 47-27-8 (4.º no Oeste, eliminado na primeira fase pelos Stars. Quem chegou: C Brendan Morrison, D Steve Montador, G David LeNeveu, P Joakim Lindstrom, D Ken Klee. Quem saiu: P Todd Bertuzzi, C Doug Weight, D Mathieu Schneider, D Sean O’Donnell.
A ressaca pela conquista da Copa Stanley 2007 durou mais do que deveria em Anaheim, impedindo a conquista do bicampeonato. O interminável drama envolvendo a indecisão de Scott Niedermayer e Teemu Selanne sobre aposentadoria repercutiu até mesmo nesta temporada, obrigando os Ducks a negociar os defensores Mathieu Schneider — contratado em 2007 como substituto de Niedermayer — e Sean O’Donnell, esforço necessário para que o então estourado orçamento salarial do time comportasse o retorno de Selanne. O grande problema da equipe na temporada passada foi a falta de profundidade no ataque, especialmente pela ausência de uma segunda linha produtiva (Todd Bertuzzi, adeus!), o que a gerência espera resolver com a aquisição de Brendan Morrison e a ascensão de Bobby Ryan — o número 2 do recrutamento de Sidney Crosby —, atuando ao lado do finlandês, o quarto maior goleador da NHL em vantagem numérica desde o locaute. Apesar das baixas na linha azul, os Ducks ainda são auto-suficientes no setor, porque uma defesa ancorada por Niedermayer e Chris Pronger, dois ex-vencedores do Troféu Norris, está livre de preocupações. Eles formarão dupla com François Beauchemin e algum sortudo entre Kent Huskins ou Ken Klee. O Anaheim também conta com a melhor linha de ataque defensiva da liga, o que alivia o trabalho dos defensores. No gol estará o excelente goleiro Jean-Sebastien Giguere. Os Ducks aparentemente têm todos os ingredientes necessários para lutar novamente pela Copa Stanley, no que talvez seja o último ano desta geração vencedora. A lista de potenciais agentes livres é imensa e até mesmo o gerente geral Brian Burke está em seu último ano de contrato.
Dallas Stars
2007-08: 45-30-7 (5.° no Oeste, eliminado nas finais de conferência pelos Red Wings). Quem chegou: P Sean Avery, P Fabian Brunnstrom. Quem saiu: P Niklas Hagman, P Antti Miettinen, C Stu Barnes, D Mattias Norstrom, P Brad Winchester.
Após três temporadas de eliminações precoces nos playoffs, o Dallas Stars finalmente alcançou o sucesso que se julgava capaz de atingir, mesmo não recebendo o devido crédito por isso. A equipe espera recomeçar em 2008-09 da mesma forma como terminou a temporada anterior: superando os rivais Anaheim Ducks e San Jose Sharks. Para tanto a gerência aposta no retorno do elenco finalista de conferência, em que se destaca o número de opções disponíveis para o inteligente treinador Dave Tippett. O segundo melhor ataque do Oeste contará com a perigosa dupla formada por Brenden Morrow e Mike Ribeiro, os esforçados Jere Lehtinen e Mike Modano e um ano inteiro de Brad Richards. Um fator desconhecido é o sueco Fabian Brunnstrom, que assinou lucrativo contrato em Dallas após ser cortejado por diversas franquias da NHL. A agressividade e o entretenimento são garantidos por Steve Ott e Sean Avery. Resta saber como o elenco e os fãs reagirão ao rei da polêmica: ele pode ajudar o time a vencer, mas vai provocar muita distração pública. Na defesa os Stars não contarão com Sergei Zubov por algum tempo, mas isso não é novidade, nem problema. Os jovens Matt Niskanen e Nicklas Grossman assumiram papéis importantes nos momentos críticos durante os playoffs, demonstrando talento e segurança. Junte a eles Stephane Robidas, Trevor Daley e o retorno de Phillipe Boucher e a profunidade defensiva está garantida. Outra boa herança dos playoffs é a confiança no goleiro Marty Turco, que demonstrou ser capaz de roubar jogos para o time também na pós-temporada. No décimo aniversário de sua única conquista da Copa Stanley, o Dallas tem força para vencer a Divisão do Pacífico e lutar por outro título.
Los Angeles Kings
2007-08: 32-43-7 (15.° no Oeste, não foi aos playoffs). Quem chegou: C Jarrett Stoll, D Matt Greene, D Denis Gauthier, P Brad Richardson, D Sean O’Donnell. Quem saiu: C Michael Cammalleri, D Lubomir Visnovsky, D Rob Blake, P Ladislav Nagy, P Brian Willsie, D Jaroslav Modry, D Jon Klemm, P Scott Thornton, G Dan Cloutier.
Na temporada passada, a gerência do Los Angeles Kings até se esforçou para reforçar o time, mas o resultado disso foi a segunda pior campanha da liga. Enfrentando prejuízos recorrentes e sem expectativa de classificação aos playoffs, para 2008-09 os Kings apostam na primeira escolha geral do recrutamento — é mais difícil escolher entre os prospectos Victor Hedman e John Tavares do que conquistar a última colocação. Isso não significa dizer que o time piorou nesse intervalo, embora esteja mais jovem e mais barato. As demissões do treinador Marc Crawford e do goleiro Dan Cloutier foram comemoradas pela torcida com entusiasmo, assim como a saída do ex-capitão Rob Blake, a quem os Kings sequer ofereceram contrato. A gerência também negociou Michael Cammalleri, e Lubomir Visnovsky, dois dos jogadores mais conhecidos da franquia. Os Kings são cada vez mais o time do esloveno Anze Kopitar. Ao seu lado estarão Alexander Frolov, Dustin Brown e alguns garotos anônimos. Jarrett Stoll, novidade no time, deve melhorar a eficiência no centro. A defesa será liderada por Tom Preissing e Sean O’Donnell, os únicos defensores com verdadeira experiência na NHL, e Jack Johnson, grande promessa. O prospecto Drew Doughty, de 18 anos, deve ter trabalho de tempo integral em LA, queimando etapas. Já o goleiro Jason LaBarbera receberá adicional de insalubridade. O novo treinador é Terry Murray, com a missão de desenvolver os garotos, porque o objetivo dos Kings na temporada é tão modesto quanto seu orçamento.
Phoenix Coyotes
2007-08: 38-37-7 (12.° no Oeste, não foi aos playoffs). Quem chegou: C Olli Jokinen, D Kurt Sauer, D David Hale, P Todd Fedoruk, P Brian McGrattan, Garth Murray. Quem saiu: D Keith Ballard, D Nick Boynton, P Radim Vrbata, P Mike York, C Niko Kapanen, P Marcel Hossa.
Ser membro da Divisão do Pacífico é nadar com tubarões, literalmente, mas os Coyotes têm agora alguma chance de brigar por um lugar ao sol. Após muitos anos de ostracismo, chegou o momento de apreciar um grande grupo de atletas no Arizona. A aposta maior será Olli Jokinen, central que chega para alimentar Peter Mueller e Shane Doan na linha principal e que será muito útil na cruel tentativa de lidar com os grandes atletas do Oeste. Doan vem de sua melhor temporada e continuará sendo o líder do elenco. É um jogador que não teme tráfego pesado e possui senso de hóquei elevado. Será divertido acompanhar a juventude da equipe. Kyle Turris tem predicados para lutar pelo Troféu Calder. Martin Hanzal e Viktor Tikhonov devem ter sua quota de participação. Existe boa chance de vermos Turris centrar o veloz dinamarquês Mikkel Boedker. É o tipo de união que tem tudo para dar certo por muitos anos em Phoenix. Paciência, no entanto, será exigida, já que a NHL é algo que requer certo tempo para aclimatização. Na pré-temporada, o treinador Wayne Gretzky gostou da química entre Tikhonov, Hanzal e Daniel Winnik. No lado bruto do hóquei, os Yotes possuem alguns indivíduos indóceis, como Daniel Carcillo — espécie de Sean Avery com bons punhos —, Todd Fedoruk e Brian McGrattan, o suficiente para proteger a turma jovem e talentosa do time. A defesa perdeu profundidade com as saídas de Keith Ballard e Nick Boyton, mas o quarteto, formado por Ed Jovanovski, Zbynek Michalek, Derek Morris e o novato Keith Yandle, continua decente. Michalek é o mais seguro dentre eles. Já o goleiro Ilya Bryzgalov caiu de produção após assinar um bom contrato. Ele tem talento, mas falta constância.
San Jose Sharks
2007-08: 49-23-10 (2.° no Oeste, eliminado na segunda fase pelos Stars). Quem chegou: D Rob Blake, D Dan Boyle, D Brad Lukowich. Quem saiu: D Brian Campbell, D Matt Carle, D Craig Rivet, P Curtis Brown.
Com Ron Wilson os Sharks passaram a freqüentar o seleto grupo dos times que chegam constantemente à marca centenária de pontos. Com o sucesso nas temporadas regulares vieram as altas expectativas, mas a Copa Stanley passou longe da franquia. Após mais uma tenra despedida dos playoffs, Wilson perdeu o emprego. Todd McLellan, uma das mentes auxiliadoras de Mike Babcock no Detroit campeão em 2008, chega para impor um estilo menos cadenciado e mais intenso em San Jose. Ele vai apostar em dois atacantes combatendo a defesa inimiga a todo instante, com movimentação bem mais acelerada em todos os setores e turnos mais curtos. Atletas como Devin Setoguchi, Joe Pavelski, Ryane Clowe, Milan Michalek aparecerão mais. Óbvio que o catalisador maior ainda será o passador Joe Thornton. Os Sharks precisarão que o capitão Patrick Marleau volte a jogar hóquei, após um ano irreconhecível. Jonathan Cheechoo, outrora uma máquina de fazer gols, passou de um homem de 93 pontos para um de 38 em duas temporadas. Em poucos dias ele começará a jornada que dirá se é um atleta comum, dono de um ano espetacular na carreira, ou um real anotador. Na defesa, modificações ímpares. O caso do habilidoso patinador Brian Campbell com a organização durou pouco. Matt Carle foi outra subtração de impacto. Rob Blake, em curva descendente na carreira, e Dan Boyle, que vem de uma temporada na enfermaria, ocuparão essas vagas. Boyle vale o risco, já o caro Blake terá que provar que ainda tem o que mostrar. Marc-Edouard Vlasic e Christian Ehroff completam o bom quarteto defensivo. Atrás deles estará um dos três melhores goleiros da NHL. Evgeni Nabokov terá mais trabalho dessa vez, mas deve ser o principal motivo para os Sharks brigarem pelo topo da complicadíssima Divisão do Pacífico.