Chicago Blackhawks
2007-08: 40-34-8 (10.° no Oeste, não foi aos playoffs). Quem chegou: G Cristobal Huet, D Brian Campbell, D Matt Walker, D Doug Janik. Quem saiu: P Rene Bourque, G Patrick Lalime, C Jason Williams, C Robert Lang.
Os Blackhawks finalmente estão sendo recompensados por ter sido tão ruins durante tanto tempo. As péssimas campanhas que valeram ótimas escolhas no recrutamento promoveram a ascensão da equipe, que na temporada passada ficou a apenas três pontos dos playoffs. O ano de 2009 deve marcar o retorno dos Hawks à elite (leia-se pós-temporada), liderados por Patrick Kane e Jonathan Toews, dupla de calouros de primeira rodada que deixou a disputa do Troféu Calder de 2008 menos interessante para os demais times. A gerência buscou reforços para ajudar a garotada, contratando dois dos maiores nomes do mercado de agentes livres: o defensor Brian Campbell e o goleiro Cristobal Huet. Assim, a defesa terá um dos quartetos mais confiáveis de toda a liga, com Campbell, Duncan Keith, Brent Seabrook e Cam Barker, além de dois goleiros competentes dando segurança: a sensação Huet e Nikolai Khabibulin. Uma eventual troca do russo livraria a equipe dos US$ 7 milhões de salário pagos ao reserva — mais do que suficientes para a contratação de reforços para o ataque. Outro sonho da torcida é a saúde de Martin Havlat, atacante que atuou em 91 dos 164 jogos dos Blackhawks de 2006 em diante, com média próxima de um ponto por jogo. É o último ano de contrato do tcheco, e seu próximo acordo milionário depende de sua produção no gelo nesta temporada, portanto motivação não lhe faltará. Em situação oposta está Patrick Sharp, que terá que justificar todas as noites os US$ 3,9 milhões anuais, conquistados com 36 gols em 2007-08. Com a saída de Rene Bourque e dos veteranos Jason Williams e Robert Lang, o ataque do Chicago poderá contar com seis jogadores recrutados em primeira rodada, o que deixa a torcida insegura porém esperançosa.
Columbus Blue Jackets
2007-08: 34-36-12 (13.° no Oeste, não foi aos playoffs). Quem chegou: P Nikita Filatov, C R.J. Umberger, P Kristian Huselius, P Raffi Torres, D Fedor Tyutin, D Christian Backman, D Mike Commodore, C Craig MacDonald, P Mike York. Quem saiu: P Nikolai Zherdev, C Dan Fritsche, C Gilbert Brule, D Ron Hainsey, D Dick Tarnström, D Duvie Westcott, P Joakim Lindstrom.
Em comparação com os adversários de divisão, os Blue Jackets são o time que mais se movimentou nas férias. Há dúvidas se a gerência tomou decisões corretas nas negociações realizadas, mas ninguém poderá dizer que o gerente geral Scott Howson não tentou chacoalhar o elenco. Para o ataque chegaram Kristian Huselius, R.J. Umberger e Raffi Torres; por outro lado Gilbert Brule, Nikolai Zherdev e Joakim Lindstrom despediram-se rumo a melhores destinos. A troca de Zherdev surpreendeu, porque Howson e o treinador Ken Hitchcock trabalharam diretamente com o jogador no ano passado para que ele conseguisse se recuperar da péssima temporada de 2006-07. Resultado: Zherdev saltou de 10 para 26 gols — e hoje está nos Rangers. A gerência não acreditava mais no potencial do russo ou apenas sentiu que a troca era mais vantajosa? Os Jackets seguiram a filosofia de jogo de Hitchcock e reforçaram a defesa com as aquisições de Mike Commodore, Christian Backman e Fedor Tyutin, trazendo mais segurança para o goleiro Pascal Leclaire, um dos destaques de 2008, com nove shutouts. As chances de o Columbus disputar uma vaga nos playoffs estão diretamente ligadas ao desempenho do arqueiro. Muitas caras novas no meio de outras já identificadas com a torcida, como Rick Nash, único ídolo da franquia, mas nenhuma com tanta perspectiva de sucesso quanto Nikita Filatov, primeira escolha no recrutamento — contrariando a tendência de evitar russos devido à ausência de acordo de transferência entre a Rússia e a América do Norte. Hitchcock terá um time com mais poder de ataque e profundidade defensiva, possivelmente o melhor que o Columbus já reuniu em sua curta e pobre história.
Detroit Red Wings
2007-08: 54-21-7 (1.º no Oeste, campeão da Copa Stanley). Quem chegou: G Ty Conklin, P Marián Hossa. Quem saiu: P Dallas Drake, G Dominik Hasek.
Nunca antes na história desta liga houve um time tão favorito para vencer uma divisão, mas títulos de divisão não importam para quem vê como único objetivo ganhar a Copa Stanley. A missão dos Red Wings é repetir a dose, algo que beira o impossível na NHL atual. A gerência fez sua parte durante as férias, conservando a unidade campeã, que curiosamente sofreu perdas mais significativas fora do gelo do que dentro dele: Todd McLellan, ex-assistente do técnico Mike Babcock, assumiu os Sharks, e o consultor Scotty Bowman foi trabalhar com seu filho em Chicago. Entre os jogadores, as baixas foram Dominik Hasek e Dallas Drake, ambos recém-aposentados. Os Wings foram responsáveis pelos dois maiores roubos das férias: convenceram o defensor Brad Stuart, adquirido no dia-limite de trocas anterior, a aceitar um desconto e permanecer na equipe, e contrataram Marián Hossa, um dos maiores nomes no mercado de agentes livres. O eslovaco recusou propostas melhores de outras equipes para se juntar aos atuais campeões, porque seu único objetivo é ganhar a Copa. Para 2008-09 o time titular será praticamente o mesmo. Babcock planeja separar os Gêmeos Europeus Pavel Datsyuk e Henrik Zetterberg, cada um com sua linha, formando assim dois trios poderosos, com Hossa e Tomas Holmstrom ao lado do russo, Johan Franzen e Jiri Hudler com o sueco. A defesa será liderada pelo Sr. Norris, Nicklas Lidstrom, com Brian Rafalski, Niklas Kronwall e Stuart. No gol o queridinho da torcida, Chris Osgood, será o titular, com Ty Conklin em sua reserva. Elenco para ser bicampeão os Red Wings têm, mas talvez falte motivação ou uma dose extra de determinação. Os mais recentes campeões da Copa Stanley sofreram de ressaca em seus anos de defesa do título. O Detroit pode comprovar mais uma vez que é diferente, mas a história não está a seu favor.
Nashville Predators
2007-08: 41-32-9 (8.º no Oeste, eliminado na primeira rodada pelo Detroit). Quem chegou: P Ryan Jones. Quem saiu: P Brandon Bochenski, D Marek Zidlicky, P Alexander Radulov, G Chris Mason, P Darcy Hordichuk.
Será que mais uma vez os Predators disputarão os playoffs apesar de enfrentar grandes problemas que não são necessariamente seus? Na temporada passada havia a polêmica situação envolvendo a controversa venda da franquia e sua possível realocação, o que contribuiu para a saída de alguns dos melhores jogadores do time (Tomas Vokoun, Paul Kariya, Kimmo Timonen, entre outros), mas ainda assim a equipe conseguiu a classificação para a pós-temporada. Desta vez a intriga envolve um membro do grupo de donos que supostamente se tornou golpista e o abandono do jovem craque russo Alexander Radulov, que por alguns milhares de dólares a mais em sua conta preferiu jogar em seu país de origem, desrespeitando seu contrato vigente com o Nashville. Os Predators têm o histórico de ser subestimados antes de cada temporada — e não poderia ser diferente para 2008-09. A equipe não contratou nenhum jogador de peso e optou por negociar Marek Zidlicky, defensor ofensivo. A explicação está em sua profundidade defensiva, liderada pelo excelente Shea Weber, com Ryan Suter, Greg de Vries, Dan Hamhuis e Ville Koistinen. No gol, Dan Ellis firmou-se como titular e a torcida local espera que ele repita as atuações da temporada passada. Somente não sofrendo gols para o Nashville vencer alguns jogos, porque se depender de seu ataque, o time disputará a primeira posição no recrutamento do ano que vem. Sem Radulov, sobraram Jason Arnott, J.P. Dumont e, com boa vontade, David Legwand e Martin Erat. É pouco para quem precisa surpreender os grandes times da Conferência Oeste. Para piorar a situação, os Predators ainda correm o risco de mudar de endereço no futuro próximo, principalmente agora que a cidade de Las Vegas está definitivamente na parada.
St. Louis Blues
2007-08: 33-36-13 (14.° no Oeste, não foi aos playoffs). Quem chegou: D Andy Wozniewski, P Brad Winchester, P Steve Regier, C Cam Paddock, P Matt Foy, G Chris Mason, D Mike Weaver. Quem saiu: P Martin Rucinsky, P Mike Johnson, P Jamal Mayers, D Matt Walker.
A torcida dos Blues precisará de muitas doses de paciência — com aspirina e água — ao longo desta temporada para acompanhar o time, que ficou entre os cinco piores da liga no ano passado em gols marcados e aproveitamento de vantagem numérica. Apesar disso, a gerência nada fez para melhorar o ataque da equipe. A menos que as promessas T. J. Oshie e Patrik Berglund sejam mesmo os próximos Kane e Toews da NHL, os Blues sofrerão de anemia ofensiva. Não se pode depositar toda a esperança nos veteranos Paul Kariya e Keith Tkachuk. Eventualmente eles marcarão muitos gols e pontos ao longo da temporada, mas não são capazes, aos 34 e 36 anos respectivamente, de produzir o suficiente para que o St. Louis seja competitivo. Nenhum dos atacantes contratados nas férias faz diferença, porque são todos de nível de segunda divisão. Portanto, se Brad Boyes não repetir os 43 gols marcados em 2007-08, os Blues novamente irão mal. Assim como seus concorrentes internos de divisão, a força da equipe está na defesa. O ex-vencedor do Troféu Calder Barret Jackman, juntamente com os experientes Eric Brewer e Jay McKee, ancoram a retaguarda, onde estaria o maior nome da equipe, Erik Johnson, primeira escolha geral em 2006, se não fosse uma infeliz contusão sofrida em setembro que o deixará de fora da temporada. Por trás deles estarão Manny Legace e Chris Mason, dois goleiros veteranos de altos e baixos. É o último ano de contrato de Legace e se os Blues já estiverem eliminados em fevereiro, ele poderá reforçar alguma outra equipe para a disputa dos playoffs. O competente técnico Andy Murray terá muito trabalho para formar um time vencedor com um elenco tão deficiente.