Por: Marcelo Constantino

Os Penguins protagonizaram a mais espetacular vitória dessas finais, e talvez desses playoffs. Foi daquelas vitórias que mudam panoramas, alteram emoções, devastam expectativas formadas.

Eles abriram o placar. Depois ampliaram o placar. Eles eram melhores no jogo. O primeiro período foi deles. E aí a coisa começou a reverter.

Os Red Wings melhoraram e começaram a pressionar. Diminuíram a vantagem para 2-1. Num alarme falso, Pavel Datsyuk parecia ter empatado o jogo, mas o disco jamais entrara. Mas o gol de empate saiu. E o da virada veio logo a seguir. Festa em Detroit.

O tempo passava e as coisas pareciam mesmo caminhar para o fim. Fim da Copa Stanley de 2008. Detroit 3-2 Pittsburgh. A TV mostrava a Copa sendo "massageada" por seu mantenedor. O jogo caminhava para o fim e os Penguins ainda não pressionavam o suficiente. A Joe Louis Arena fazia festa de pé, esperando pelos últimos segundos.

Marc-André Fleury, que já fazia uma bela partida, deixou o gol para o time ter mais um atacante. Faltava pouco mais de um minuto para o fim. O time não conseguiu se manter na zona ofensiva, o disco ficou com Dan Cleary que não conseguiu acertar a rede vazia. Volta a pressão dos Pens.

E aí, faltando cerca de 30 segundos para o fim, veio o silêncio. O sono da festa antecipada. O gol de Maxim Talbot empatava o jogo e levava a partida para uma prorrogação não prevista.

A última vez, em playoffs, que os Red Wings deixaram uma liderança de um gol escapulir no fim foi contra o Anaheim Ducks, no ano passado. Scott Niedermayer completou a virada então. A lembrança não era nada boa.

Na noite de ontem a história se repetiu, com Petr Sykora completando a virada sensacional do Pittsburgh. Os Red Wings pressionaram durante toda a prorrogação, foram superiores ofensiva e defensivamente durante a maior parte do tempo. Mas não tiveram competência para converter ao menos uma das dezenas de disparos a gol no tempo extra. Ainda que Fleury tenha feito grande partida, foram dezenas de chances não aproveitadas.

Os Penguins tiveram bem menos chances, pressionaram bem menos e desperdiçaram duas vantagens numéricas na prorrogação. Tivessem perdido, esse fantasma colaria no time. Mas Jiri Hudler cometeu uma penalidade de quatro minutos no terceiro período da prorogação, ao acertar o taco na cara de Brooks Orpik. Daquela vez os Pens não perdoaram.

Fim de festa, silêncio profundo, mãos na cabeça, "não acredito!", "como é que pode?". De meio minuto dos apertos de mão a três prorrogações com direito a extensão de (pelo menos) mais um jogo.

Os Penguins mostraram que estão muito mais vivos do que a imprensa os apresentou depois do último sábado. A rigor, todos os últimos três jogos foram disputadíssimos, inteiramente diferentes das duas partidas iniciais em Detroit.

Como dito no começo deste artigo, foi uma vitória que altera emoções, panoramas e expectativas. Altera o moral dos jogadores. É certo que o vestiário dos Pens exala confiança agora. Cabe a eles carregar essa confiança e traduzi-la em gols para o jogo de amanhã. É hora de colocar em teste a experiência do Detroit. Afinal, os Penguins estão a uma vitória do jogo 7. E eles estiveram a meio minuto da eliminação.

Marcelo Constantino madrugou novamente e exalta o espetáculo que foi o jogo de ontem — o melhor a que assistiu nesses playoffs.

Amy Leang/DFP
Ryan Whitney e Petr Sykora comemoram o gol da vitória na terceira prorrogação do jogo 5.
Julian H. Gonzalez/DFP
Chris Osgood inicia o caminho ao vestiário após sofrer o gol derradeiro da partida.
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Página publicada em 3 de junho de 2008.