Por: Alessander Laurentino e Rafael Roberto

Calgary Flames
2006-07:43-29-10 (8.° no Oeste, eliminado na primeira fase pelo Detroit).
Quem chegou: D Adrian Aucoin, D Anders Eriksson, D Cory Sarich, P Owen Nolan.
Quem saiu: P Tony Amonte, P Jeff Friesen, D Roman Hamrlik, P Darren McCarty, D Brad Stuart, D Andrei Zyuzin..

A expectativa sobre os Flames era alta em 2006-07, mas uma temporada regular modesta, que resultou numa eliminação precoce na pós-temporada, fez o Calgary mexer drasticamente para 2007-08. Além de adicionar bons jogadores a um plantel já forte, a aquisição mais importante vai ficar de terno e gravata no banco de reservas em todos os jogos. Dizem que com Mike Keenan, novo treinador dos Flames, não há meio termo: ou ele arruína totalmente o time com seu pulso forte e inabilidade de manter um bom relacionamento com os jogadores ou ele leva o time ao sucesso esperado por todos. Essa expectativa é graças à qualidade dos jogadores que o Calgary possui em todos os setores. O ataque, um dos melhores da ultima temporada, conta com atletas já estabelecidos, como Jarome Iginla e Alex Tanguay, que surpreenderam com recordes pessoais de pontos marcados, além de Daymond Langkow, Kristian Huselius e Matthew Lombardi, e uma boa quantidade de jogadores razoáveis que aumentam as opções do novo treinador. Além disso, os Flames ainda trouxeram Owen Nolan, que tenta se reafirmar depois de uma temporada razoável em Phoenix após uma contusão. Recuando um pouco, o Flames se mostram um time bom também na defesa. O setor — que já contava com o consolidado Robyn Regehr e com Dion Phaneuf, que foi impressionantemente bem em sua primeira temporada, tanto no seu papel de proteger o gol quanto no apoio ao ataque — foi reforçado com Adrian Aucoin, Anders Eriksson e Cory Sarich. No gol, o Calgary tem a segurança de contar com Miikka Kiprusoff. O finlandês teve mais uma grande temporada, com 40 vitórias e sete shutouts, e foi um dos finalistas do Troféu Vezina.

Colorado Avalanche
2006-07: 44-31-7 (9.° no Oeste, não foi aos playoffs).
Quem chegou: P Ryan Smyth, D Scott Hannan.
Quem saiu: D Patrice Brisebois, D Ken Klee, D Ossi Vaananen, C Pierre Turgeon, P Antti Laaksonen.

Seria otimismo demais pensar que os dias de glória do Colorado Avalanche irão voltar em 2007- 08, mas é possível que Denver volte a ver ao menos jogos de playoffs em abril. O time ganhou dois bons reforços no seu setor mais crítico: Scott Hannan chega para dar mais força física à defesa e Jordan Leopold também pode ser considerado uma nova peça, já que passou boa parte da temporada passada machucado. É assim que uma das defesas mais vazadas da ultima temporada espera corrigir boa parte de seus defeitos. Para resolver totalmente esse problema, o Avalanche ainda tem que definir quem vai estar debaixo das traves. Desde que Patrick Roy se aposentou, ninguém teve um emprego muito estável jogando como goleiro do Colorado. Peter Budaj, que iniciou a temporada passada como reserva, inicia a atual como titular, e José Théodore continua como o seu papel de reserva muito bem pago. E a pergunta feita na temporada passada pode ser feita de novo nesta: “Será que Theodore engrenará neste ano?” Na outra ponta do gelo, o ataque nunca foi um problema e nem dá sinal de que será nesta temporada. Veteranos como Joe Sakic e seus cem pontos na ultima temporada, Milan Hejduk e Andrew Brunette continuam no time ao lado dos jovens Paul Stastny e Wojtek Wolsky, que tiveram uma estréia brilhante no ano passado. Mas, mesmo sendo o terceiro melhor ataque da ultima temporada, os Avs ainda se reforçaram. Da República Tcheca, veio o veterano Jaroslav Hlinka, líder de pontos do campeonato tcheco, com 57. Dos Islanders, veio Ryan Smyth, o atacante que o Avalanche procurou durante a temporada passada inteira. Smyth traz a experiência e a força ofensiva que a primeira linha do time perdeu desde as saídas de Alex Tanguay e Peter Forsberg.

Edmonton Oilers
2006-07: 32-43-7 (12.° no Oeste, não foi aos playoffs).
Quem chegou: D Sheldon Souray, D Joni Pitkanen, PE Dustin Penner, D Dick Tarnström, D Allan Rourke.
Quem saiu: PE Ryan Smyth, D Jason Smith, PD Joffrey Lupul.

Mais uma vez, os Oilers procuram se recuperar de um fiasco na temporada anterior. A eterna sina de ex-campeão que enfrenta as dificuldades de se manter competitivo num mercado considerado pequeno, porém fiel, parece acompanhar os Oilers perenemente. Mesmo com as restrições salariais impostas pela liga, eles simplesmente não conseguem recuperar o prestígio de antes. O abismo de ofensividade em que o time caiu na última temporada parece ter sido realmente o fundo do poço e até os mais pessimistas acham que não dá para ser pior que no ano passado, afinal o time sequer conseguiu se classificar para os playoffs, ficando mais de 20 pontos atrás da última vaga. O mais chocante é que isso aconteceu logo depois de uma temporada vitoriosa, em que conquistaram o Oeste e foram até o jogo 7 da Copa Stanley. Miseravelmente, a equipe não conta mais com jogadores como Ryan Smyth, Jason Smith e nem mesmo a promessa frustrada que foi Joffrey Lupul. Então quem sobrou para liderar o time? As chegadas de Joni Pitkanen e Sheldon Souray realmente parecem ser muito aquém do esperado, mas com a tradição reveladora de craques do Edmonton não dá para brincar. Sem contar com jogadores renoma dos, craques ou mesmo figuras conhecidas, o técnico Craig MacTavish deverá apostar todas as fichas nos novatos e nos que buscam ressurgir das cinzas para a NHL. Nessas categorias se encaixam o goleiro reserva Mathieu Garon e as promessas Sam Gagner, Robert Nilsson e Ladislav Smid. Com tantas dúvidas e tão poucos motivos para sonhar, os Oilers lembram de longe aquele time que surpreendentemente alcançou as finais. O problema é que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. A torcida daquela parte da província de Alberta espera desesperadamente que o raio caia novamente no mesmo lugar, senão será uma longa temporada em Edmonton.

Minnesota Wild
2006-07: 48-26-8 (7.° no Oeste, eliminado na primeira fase pelo Anaheim).
Quem chegou: P Eric Belanger, D Sean Hill.
Quem saiu: D Todd White, G Manny Fernandez.

Minnesota Wild precisa provar que é um time que sabe jogar sem Marian Gaborik, se quiser mostrar que é um time de verdade. A superestrela jogou pouco mais da metade dos jogos na temporada passada, mas foi o suficiente para classificar o Wild para a segunda pós-temporada de sua história. Quando Gaborik está no gelo, o Wild é um time rápido e agressivo. Ele é o tipo de jogador que, quando está bem, faz os seus companheiros jogar melhor. Pavol Demitra é a prova disso, já que 45 dos 64 pontos que ele marcou na temporada passada foram marcados nos 48 jogos em que Gaborik atuou. Além destes dois, o time ainda conta com outros três atacantes que marcaram mais de 50 pontos em 2006-07, Brian Rolston, Pierre-Marc Bouchard e Mikko Koivu. O primeiro foi, ao lado de Demitra, o maior pontuador do time. Se o ataque vai mal das pernas, o mesmo não se pode dizer da defesa, a melhor de toda a liga na última temporada. Esse setor é, sem dúvida, o ponto fortíssimo do Wild, mesmo sem o time contar com grandes estrelas lá atrás: é o esquema defensivo do técnico Jacques Lemaire que faz a diferença. E o treinador ainda vai poder contar com o reforço de Sean Hill a partir do 20.° jogo. O defensor, que veio do Islanders, vai cumprir 19 jogos de suspensão por ter sido pego no exame antidoping. A defesa é boa, mas, se os goleiros também não o forem, não ajuda muito. E, mesmo com a saída de Manny Fernandez, o Wild ainda deve contar um bom goleiro. Basta que Niklas Bac kström repita a temporada de estréia que fez, quando conseguiu números impressionantes para um novato. Dê só uma olhada: média de 1,97 gols sofridos por jogo, 92,9% de defesas, além de grandes atuações, tanto na temporada regular, como nos playoffs.

Vancouver Canucks
2006-07: 49-26-7 (3.° no Oeste, eliminado na segunda fase pelo Anaheim).
Quem chegou: D Aaron Miller, PE Brad Isbister, G Curtis Sanford, D Dan McGillis.
Quem saiu: G Danny Sabourin, C Bryan Smolinski, PE Jan Bulis, D Brent Sopel

e no ano passado a torcida viu tantas mudanças no time que nem sabia por onde começar, agora a situação é diferente. Poucas mudanças realmente aconteceram. A principal dúvida é se Roberto Luongo poderá repetir fazer uma temporada tão fantástica quanto a anterior. Nenhum goleiro venceu mais do que ele no Oeste (47 vitórias em 2006-07), e ele certamente foi a principal razão do título de divisão dos Canucks — e até mesmo da chegada à segunda fase dos playoffs. Outro ponto crítico é a evidente falta de ofensividade da equipe. Markus Naslund tem deixado a desejar, mas, por outro lado, a dupla Daniel e Henrik Sedin parece finalmente ter se transformado nos jogadores-chave que tanto se esperava deles. Ambos lideraram a equipe em pontos. Com o declínio da produtividade de Naslund, a torcida deposita esperanças até demais no jovem Taylor Pyatt e na excelente surpresa que foi Kevin Bieksa. Trevor Linden estará de volta para provavelmente sua última temporada e certamente será uma referência em liderança e experiência. No recesso, muitos apostaram que ele iria pendurar os patins, mas não foi desta vez. Com Sami Salo, contundido, fora do começo da temporada, a tropa de defesa dependerá de Willie Mitchell e do constante Matthias Ohlund. Mesmo sem Salo, a defesa merece respeito, afinal liderou a NHL em desvantagem numérica e foi uma das menos vazadas na última temporada, embora Luongo mereça novamente considerável parte do crédito. Alain Vigneault precisa descobrir a fórmula para ressuscitar Brendan Morrison e finalmente encontrar o parceiro ideal para os irmãos Sedin. Com isso e uma boa contratação para o ataque e/ou um pouco mais de experiência para a defesa, os Canucks poderão novamente brigar pela divisão, porque esperar algo além disso seria esperar demais desse time.

Alessander Laurentino e Rafael Roberto são colunistas de TheSlot.com.br.
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Página publicada em 3 de outubro de 2007.