Por: Humberto Fernandes

Chicago Blackhawks
2006-07: 31-42-9 (13.° no Oeste, não foi aos playoffs).
Quem chegou: C Robert Lang, C Yanic Perreault, P Sergei Samsonov, D Andrei Zyuzin, D Brent Sopel.
Quem saiu: D Adrian Aucoin, C Michal Handzus, P Radim Vrbata.

Os Hawks estiveram ativos no mercado durante a intertemporada, adquirindo as peças necessárias para suprir as baixas, evitando que as jovens promessas da equipe sejam atiradas ao fogo. Só que um olhar mais crítico na lista de reforços espanta. A passagem de Robert Lang por Detroit foi um fiasco, Yanic Perreault até novembro passado não tinha contrato com qualquer equipe e Sergei Samsonov era procurado, vivo ou morto, pelas ruas de Montreal. Para a defesa, Andrei Zyuzin é mais conhecido pelo sobrenome esquisito, e Brent Sopel, reforço de última hora, terá a oportunidade de liderar a jovem defesa, embora nas duas últimas temporadas tenha sido negociado pelas equipes em que atuava. Dentre as baixas, a mais sensível, e talvez a única, é Radim Vrbata, segundo pontuador do time em 2006-07. O Chicago é um time em transição, e seu maior desafio será equilibrar o elenco com os veteranos e os jovens talentos que recheiam a equipe. O fator de sucesso da equipe poderá ser o goleiro Nikolai Khabibulin, que em sua melhor forma é capaz de guiar o time aos playoffs. Outro grande nome é Martin Havlat, atacante que na temporada passada marcou 57 pontos em 56 jogos. Sem uma contusão no tornozelo, certamente marcaria 80 pontos. O time terá dois dos calouros mais badalados deste ano: Patrick Kane e Jonathan Toews. Kane foi a primeira escolha geral do último recrutamento, e Toews, também de primeira rodada, tem sido comparado a Bryan Trottier. Ainda não são nomes muito comuns nas conversas de hóquei, mas a torcida reconhece o talento de Tuomu Ruutu, Brent Seabrook e Cam Barker. O mais velho deles, o atacante finlandês, tem 24 anos. Às vésperas do início da 90.ª temporada de sua história, os Hawks foram abalados pela morte de seu proprietário, Bill Wirtz. Aos 77 anos, o câncer dos Hawks morreu de câncer.

Columbus Blue Jackets
2006-07: 33-42-7 (11.° no Oeste, não foi aos playoffs).
Quem chegou: C Michael Peca, P Jiri Novotny.
Quem saiu: D Anders Eriksson.

A grande novidade que o Columbus traz para esta temporada é o novo logo. Não seria fácil escrever sobre as mudanças geométricas e de design no escudo da equipe, então vamos ao hóquei, embora isso e Blue Jackets não combinem. Em eterna reconstrução, pela primeira vez a equipe terá um treinador de impacto durante toda a temporada — ou ao menos é o que se espera. Ken Hitchcock desfrutará seu tempo em Columbus implantando um esquema de jogo extremamente responsável (em outras palavras, defensivo, precavido e cauteloso). Outro desafio será extrair algo positivo de Nikolai Zherdev. O russo causou um estardalhaço quando abandonou seu país e desembarcou na América, mas ainda não mostrou a que veio. Finalmente os Jackets não terão mais Doug MacLean como gerente geral: ele foi substituído por Scott Howson. E o novo GG enfrentará inúmeros desafios enquanto tenta transformar um time digno de AHL em real competidor na principal liga de hóquei do mundo. Como?! Michael Peca é o único verdadeiro reforço da equipe, típico jogador com características apreciadas por Hitchcock: liderança, pegada e senso defensivo. Com Sergei Fedorov, Adam Foote e Peca, pelo menos a garotada terá um ambiente de aprendizado. Ano vai, ano vem, e o Columbus continua sendo o time de Rick Nash, mas desde 2004 o poder de fogo do atacante vem diminuindo: de 41 gols naquele ano, quando conquistou o Troféu Rocket Richard, caiu para 27 em 2006-07. Embora seu histórico recente seja crítico, espera-se muito mais dele para 2007-08. Talvez o segredo seja torcer para que David Vyborny e Fredrik Modin estejam em boa fase. No gol, a incerteza: Pascal Leclaire será capaz de assumir o posto que por obrigação seria seu? Melhor que Fredrick Norrena ele é, mas olhar a escalação do próprio time é desanimador.

Detroit Red Wings
2006-07: 50-19-13 (1.° no Oeste, eliminado na final da conferência pelo Anaheim).
Quem chegou: C Dallas Drake, D Brian Rafalski.
Quem saiu: P Todd Bertuzzi, P Kyle Calder, C Robert Lang, D Mathieu Schneider.

Os Red Wings deram mais um passo em busca de renovação, sem, contudo, abrir mão do poder de fogo e do favoritismo no Oeste. A única grande perda da equipe foi o defensor Mathieu Schneider, um dos favoritos da torcida pela responsabilidade defensiva e força ofensiva. Ele se foi, mas a gerência agiu rapidamente, assinando um longo e milionário contrato com Brian Rafalski, tudo para manter o desempenho defensivo visto no ano passado. Uma linha inteira de ataque foi rejeitada: Todd Bertuzzi, Kyle Calder e Robert Lang, três grandes fiascos. Nenhum reforço para o ataque foi contratado, o que significa... espere, há um novo atacante em Detroit. É um finalizador? Um armador? Um intimidador? Não, é Dallas Drake, a quem um dia Scotty Bowman chamou de "estúpido" — melhor parar por aqui: já vejo olhares ameaçadores de Eduardo Costa para mim, enquanto incita seus milhões de leitores a boicotar este colunista. Isso significa mais responsabilidade para os jovens atacantes da equipe, prontos para os holofotes. Os Wings demonstram confiar em Johan Franzen, Valtteri Filppula, Jiri Hudler e Tomas Kopecky, que, juntos, somam inexpressivos 345 jogos e 93 pontos. Outra novidade do time é Igor Grigorenko, há anos um dos melhores prospectos do time, mas que traz no currículo um grave e quase fatal acidente. A munição para o ataque vem de Pavel Datsyuk e Henrik Zetterberg, maiores exemplos de que a mescla de jovens e veteranos permite manter o time competitivo enquanto as promessas se desenvolvem. Atrás, o capitão Nicklas Lidström, coração e alma do time. A seu lado, o fenômeno de longevidade Chris Chelios, aos 45 anos. No gol, Dominik Hasek, aos 42, quer comprovar que a excelente temporada passada não foi obra do acaso.

Nashville Predators
2006-07: 51-23-8 (4.° no Leste, eliminado na primeira fase pelo San Jose).
Quem chegou: C Radek Bonk, P Martin Gelinas, D Greg de Vries.
Quem saiu: C Peter Forsberg, P Scott Hartnell, P Paul Kariya, D Kimmo Timonen, G Tomas Vokoun.

Do sonho do título ao elenco de figuração. Essa foi a trajetória dos Predators entre a temporada passada e a atual. Quando Peter Forsberg foi contratado, TheSlot.com.br estampou em sua capa que os Preds poderiam sonhar com a Edição do Campeão, mas o time pegou os duríssimos Sharks logo de cara. Esta temporada deveria ser a continuação da evolução da equipe, mas, em meio à agitação pela iminente venda da franquia, os Predators perderam alguns de seus melhores jogadores, como Paul Kariya, Scott Hartnell , Kimmo Timonen, Forsberg e Tomas Vokoun. Nenhum agente livre de nome se dispôs a assinar com a equipe. Diante deste cenário, seria de se esperar que os Preds virassem aquilo que os Blues foram em 2006-07, mas ainda há talento na equipe para se manter na briga pelos playoffs — o técnico Barry Trotz, com elenco reduzido, terá muito trabalho para manter o nível de jogo. A lista de reforços não impressiona, principalmente pela presença do central defensivo Radek Bonk, que surpreende por ainda ter um lugar na liga. Martin Gelinas e Greg deVries são limitados, mas não inúteis como Bonk. Para as linhas inferiores seriam bons complementos, mas neste elenco dizimado é possível que estejam entre os principais nomes. Espera-se que o novo capitão Jason Arnott seja tanto líder como artilheiro, com Steve Sullivan, J.P. Dumont e os jovens Alexander Radulov e Vernon Fiddler a seu lado, o que permite escalar duas boas linhas. Na defesa, Marek Zidlicky, que terá de voltar a atuar como em 2004, e Shea Weber, apontado como futuro vencedor do Troféu Norris por tudo que faz no gelo, terão de proteger Chris Mason, agora o goleiro titular, que até outro dia era um grande reserva.

St. Louis Blues
2006-07: 34-35-13 (10.° no Oeste, não foi aos playoffs).
Quem chegou: D Erik Johnson, P Paul Kariya, P Keith Tkachuk, G Hannu Toivonen.
Quem saiu: P Dallas Drake, P Radek Dvorak, G Curtis Sanford.

Os Blues precisam de um aproveitamento de 58% para se classificar aos playoffs. Em 2006-07, o time foi de saco de pancadas a time competitivo nas mãos de Andy Murray. E 58% foi o aproveitamento da equipe nos 54 jogos sob o comando do novo treinador. Para 2007-08, os Blues vêm mais fortes, com mais um ano de experiência e desenvolvimento nos patins e tacos dos jovens jogadores do elenco. E o melhor: comprometidos e trabalhando para Murray desde o início. Não houve nenhuma baixa considerável, exceto pela saída do ex-capitão Dallas Drake. Em compensação, chegaram a St. Louis os atacantes Paul Kariya, que recuperou sua carreira em Nashville, e Keith Tkachuk, eterno bumerangue da equipe. Eles se juntam a Doug Weight, formando um trio de professores para os garotos, como Lee Stempniak (27 gols na temporada passada), Petr Cajanek (48 pontos) e Brad Boyes (46 pontos). No gol, a contratação de Hannu Toivonen desafiará Manny Legace a dar sempre o seu melhor, noite sim, noite também. Para o bem dos goleiros, a defesa é o ponto forte da equipe, com Jay McKee, Barrett Jackman, Eric Brewer e Bryce Salvador. E não pára por aqui. Erik Johnson, primeira escolha geral do recrutamento de 2006, está pronto para estrear na NHL. Ainda que mais experientes e reforçados, é bastante provável que os Blues sejam dor de cabeça para Murray ao longo do ano. Graças aos seus números na temporada passada, as expectativas e as cobranças serão muito maiores, mas este é um time em formação, cru para os playoffs. O primeiro passo para uma boa campanha é ser respeitado, e quem tem Murray merece o respeito dos adversários. O segundo pode ser o calendário, que reserva para os Blues 24 jogos contra três das equipes mais questionáveis da temporada: Chicago, Columbus e Nashville. Pode ser o atalho para o sucesso.

Humberto Fernandes é colunista de TheSlot.com.br
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Página publicada em 3 de outubro de 2007.