Com a proximidade do dia-limite de trocas a maior parte das equipes
da liga está envolvida em rumores, seja como "compradores"
ou "vendedores". Até o dia 27 de fevereiro, o seu time,
leitor, vai contratar um bom central, perder aquele defensor esforçado
e ver o maior rival vencer o leilão pelo jogador que todos queriam.
Bom, talvez não seja bem assim. Mas desde já especialistas
traçam o cenário das negociações, através
de rumores, declarações duvidosas ou pura especulação.
O que é verdadeiro e o que não é ninguém
pode afirmar. A maior parte dos gerentes gerais sabe jogar esse jogo,
recheado de blefes e cartadas surpreendentes.
Segundo analistas internacionais, os maiores "compradores"
são Atlanta Thrashers, Edmonton Oilers, NY Rangers, Nashville
Predators e Montreal Canadiens, todos interessados em melhorar o elenco
na reta final da temporada regular e posterior disputa pela Copa Stanley.
Entre os maiores "vendedores" estão Philadelphia Flyers,
Chicago Blackhawks, Los Angeles Kings, St. Louis Blues e Phoenix Coyotes,
justamente as equipes cuja temporada se encerra em abril.
Os Kings, por sinal, já confirmaram sua posição
no mercado, negociando
o veterano central Craig Conroy para o Calgary Flames. Em troca
a equipe californiana recebeu o esforçado central Jamie Lundmark
e duas boas escolhas no recrutamento. Curiosamente, Conroy fez sua reestréia
pelos Flames contra os ex-companheiros, marcando dois gols. Apesar da
derrota, os Kings se deram bem na troca, dando outro passo para a reformulação
da equipe.
Enquanto isso, Peter Forsberg é tido como o jogador mais desejado
do mercado. Os Flyers até tentaram manter sua principal estrela,
embora já estejam eliminados da corrida pela classificação
aos playoffs dessa temporada, mas isso não faz mais sentido.
A saída de Forsberg ganhou ainda mais força após
o jogador abrir mão da cláusula prevista em seu contrato
que proibia a equipe de negociá-lo. Agora é oficial: o
sueco certamente disputará os playoffs por uma nova equipe. Interessados
não faltam: pelo menos um terço dos times da liga.
Para surpresa geral, outro que teve seu nome inserido no mercado é
o também sueco Mats Sundin, eterno capitão do Toronto
Maple Leafs. Inclusive há quem defenda que chegou a hora do capitão
partir. Os Leafs estão lutando pelas últimas vagas da
Conferência Leste, mas mesmo que consigam a classificação,
é improvável que vençam eventuais duelos contra
os líderes da conferência, com ou sem Sundin. Se a equipe
quiser manter o jogador só há um caminho a seguir: exercer
a opção de mais uma temporada prevista no contrato do
jogador. Porém, nesse cenário os Leafs teriam praticamente
metade de sua folha salarial empatada em quatro jogadores — os
outros três são os defensores Bryan McCabe, Tomas Kaberle
e Pavel Kubina, todos com salários superfaturados. Pode ser que
Sundin compre a idéia de disputar os playoffs por uma nova equipe,
com reais chances de título, embora não haja oficialmente
conversas citando o seu nome. É importante lembrar que o jogador,
aos 35 anos e com 1.200 jogos de temporada regular e 83 de playoffs,
nunca disputou as finais da Copa Stanley.
Mas não são apenas os Leafs que enfrentam dilemas. Wayne
Gretzky também terá dor de cabeça nas próximas
semanas. O treinador do Phoenix Coyotes convive com o interesse alheio
em sua dupla de atacantes, Shane Doan e Ladislav Nagy. No entanto, é
improvável que Gretzky perca ambos os jogadores. A gerência
prioriza a renovação de contrato de Doan, que por toda
sua carreira vestiu a camisa dos Coyotes ou do Winnipeg Jets, nome anterior
da franquia. Nagy é remanescente da troca que levou Keith Tkachuk
para os Blues, em 2001, e supostamente não está interessado
em renovar seu contrato, aumentando as especulações em
torno de uma negociação. O salário de ambos os
jogadores será irrisório a partir de fevereiro e Nagy
é relativamente jovem, com 27 anos. Um prato cheio para quem
precisa de um talentoso asa-esquerda para as principais linhas de ataque.
Tkachuk também atrai interesses de outras equipes ao redor da
liga, provando mais uma vez a incompetência de certos gerentes-gerais.
Tkachuk não é reforço, definitivamente. O jogador
também tem uma cláusula em seu contrato proibindo sua
negociação, mas é certo que abriria mão
dela em caso de troca para uma equipe que dispute os playoffs. Que não
seja a minha nem a sua, leitor.
Bill Guerin, companheiro de Tkachuk nos Blues, encontra-se na mesma
situação. E pra ele o texto é o mesmo. Favor ler
novamente o parágrafo anterior, trocando apenas os nomes.
Há diversos outros atacantes envolvidos em rumores, incluindo
o sumido Todd Bertuzzi e o desejável Darcy Tucker. Entretanto,
é improvável que o Florida Panthers negocie o maior retorno
da troca de Roberto Luongo sem que o jogador tenha disputado sequer
dez partidas pela equipe. O caso de Tucker é diferente. Os Leafs
já negociam sua extensão de contrato e o jogador recentemente
expressou seu desejo de permanecer em Toronto. Tudo tem seu preço
e as propostas de troca podem ser muito tentadoras.
Entre os defensores o mais desejado é Brad Stuart, do Boston
Bruins. Não é vontade da equipe negociá-lo, mas
supostamente as partes não chegam a um acordo de renovação
de contrato, o que abre brechas para os rumores. Aos 27 anos, Stuart
não seria apenas um reforço para os playoffs, mas sim
um defensor para atuar durante várias temporadas em um eventual
novo time, e há pelo menos sete interessados no jogador. Os Bruins
têm menos de um mês para convencer o jogador a permanecer
em Boston, apesar da equipe não ter grandes chances de classificação
nessa temporada.
Outro defensor muito cotado para mudar de time é Aaron Miller,
dos Kings. Se a equipe do fraquíssimo Mauricinho Crawford busca
a renovação, não faz sentido permanecer com um
defensor de 35 anos. Miller seria uma boa aquisição para
uma defesa inexperiente em playoffs, mas haveria risco envolvido, já
que o jogador enfrentou diversas contusões nas últimas
temporadas.
Fechando a lista, Eric Brewer, dos Blues, e Adrian Aucoin, dos Blackhawks,
não devem mudar de endereço, embora sejam motivos de especulação.
Brewer está cada vez mais popular entre as equipes que entram
em contato com a gerência de St. Louis, mas o jogador nunca esteve
oficialmente disponível no mercado. E possivelmente não
estará até fevereiro. Enquanto isso o Chicago tenta rifar
o veterano Aucoin, mas seu alto salário e o preço sugerido
afasta os interessados. Os Hawks querem juventude em retorno e poucas
equipes estariam dispostas a abrir mão de futuro para arriscar
a contratação de um defensor com 33 anos e salário
exorbitante.
Há diversos outros nomes envolvidos em boatos, mas são
jogadores do "segundo escalão", em comparação
com os listados acima. Faça suas apostas! E se você fosse
gerente geral do seu time favorito, que atletas contrataria para reforçá-lo?