Duas semanas atrás, esta coluna listava Craig Conroy como
uma das dez maiores decepções da temporada, lembrando que ele já fazia
parte das intensas boatarias de trocas pela liga. Eis que agora ele foi
negociado, e justamente para o time onde ele realizou a melhor temporada
de sua carreira e também em que chegou mais perto do título: o Calgary
Flames.
O preço pago pelos Flames não foi alto. Jamie Lundmark é ainda uma promessa
não cumprida; uma escolha de quarta rodada não é grande coisa, a não ser
que você tenha realmente bons olheiros; e ainda uma de segunda rodada,
aí sim algo de real valor. Tudo isso por um central veterano, que já teve
ótima passagem pelo time e que ainda terá mais um ano de contrato. Não
é mau negócio.
Aos 35 anos de idade, Conroy deverá trazer muito mais que experiência
e liderança à equipe. Ele deverá descarregar o peso das costas de Daymond
Langkow, atualmente o central número 1 do time — antiga atribuição
de Conroy. Deverá também ser escalado para disputar face-offs decisivos,
além de trazer qualidade ao jogo defensivo da equipe, especialmente ao
capenga time de matar penalidades. Ou seja, se antes havia o eterno problema
de quem seria o central de Jarome Iginla, isso já estava resolvido com
Langkow, que faz ótima temporada. Conroy chega para agregar. No máximo
para (tentar) consertar o medonho time de matar penalidades.
É diferente para um jogador de qualidade como Conroy estar jogando num
time sem qualquer pretensão nesta temporada, como o Los Angeles Kings,
e num time que briga por posições mais altas nos playoffs, caso dos Flames.
Atualmente o time canadense está numa briga ferrenha, ponto a ponto, com
o Vancouver Canucks pela liderança da Divisão Noroeste, de longe a mais
equilibrada na temporada.
É claro que todos esperam que Conroy dê um salto de produtividade, ainda
mais se pensarmos nos pífios cinco gols e 16 pontos pelo LA (apenas um
gol nas últimas 21 partidas pelo time). Não precisa chegar, claro, à produção
de sua melhor temporada, mas também não será aceitável mantê-la nos patamares
atuais. E, pelo que vimos na reestréia, o central recebeu uma verdadeira
injeção de rejuvenescimento.
A (re)estréia
São as famosas coincidências do destino. Quis ele que Conroy fizesse sua
reestréia pelos Flames jogando justamente contra os Kings. E o que se
viu no gelo foi exatamente o Conroy dos tempos de Flames, marcando duas
vezes e ajudando o atual time na vitória de 4-1 sobre o ex-time. "Foi
uma noite especial para mim, não vou conseguir dormir esta noite", exagerou
Conroy. O retorno dele ao Calgary parece mesmo um alívio. Para ambos.
Marcelo
Constantino quase ficou de fora desta edição, pela primeira
vez em sua carreira na TheSlot.com.br. O Virtua pifou — algo nada
incomum — na terça-feira de manhã e só voltou na quarta à noite.
Deu tempo, ainda que na correria.