Por DAVE MOLINARI

Na verdade, não havia outra jogada para Sidney Crosby fazer. Não a apenas cerca de cinco segundos do fim do terceiro período, com o placar empatado. Ele poderia ter tentado um chute sem ângulo de perto da parte de baixo do círculo direito, que não teria muitas chances de passar pelo goleiro do New York Rangers, Henrik Lundqvist.

Era melhor, pensou Crosby, tentar fazer o disco chegar a Michel Ouellet do outro lado da área, do mesmo jeito que no terceiro gol dos Penguins. Boa idéia, mas o passe de Crosby nunca chegou ao seu destino.

Nem precisou.

O disco bateu no patim do defensor adversário Aaron Ward e escorregou para dentro do gol de Lundqvist a 3,3 segundos do fim do jogo, para dar a vitória aos Penguins (que agora têm campanha de 2-1) por 6-5 no Madison Square Garden na quinta-feira.

“Tive sorte”, confessou Crosby. Não há dúvidas disso, mas o gol não foi sua única contribuição; Crosby armou três outros gols. “Ele estava pegando fogo hoje”, elogiou o técnico Michel Therrien.

Pode ser que Crosby, com nada mais que 84 jogos na NHL em seu currículo, não quisesse ser superado por uma dupla de garotos como Jordan Staal e Kristopher Letang, que marcaram seu primeiro gol na NHL. Ambos os gols foram importantes e tornam ainda mais difícil a vida da gerência do time, que terá de decidir nas próximas duas semanas se os mandará de volta ao hóquei júnior. “Foram gols bonitos”, disse Crosby, que não deixa de ser uma autoridade no assunto.

O gol da vitória de Crosby foi o último dos quatro gols em vantagem numérica em nove tentativas dos Penguins, que tinham desperdiçado todas as oito oportunidades nos seus primeiros dois jogos. “Fomos melhor”, comemorou o defensor Ryan Whitney, que marcou duas vezes no terceiro período.

O problema é que, depois de se manter perfeitos em 12 situações de vantagens numéricas naqueles primeiros dois jogos, os Penguins sofreram três gols em vantagem numérica em nove tentativas para os Rangers. “Sofremos alguns gols em vantagem numérica, o que é ruim”, disse Whitney. Talvez, mas também demonstra o talento ofensivo que os Rangers têm à disposição.

“Ambos os times estavam produzindo bem”, avaliou Crosby. “Eles têm uma grande equipe de vantagem numérica e marcaram alguns gols bonitos.” O primeiro gol do jogo foi marcado enquanto os Penguins estavam em desvantagem numérica, quando Staal abriu o placar com um espetacular esforço individual. Ele roubou o disco na defesa, conseguiu levá-lo até a zona neutra, onde venceu na corrida o defensor Michal Rozsival antes de mandar o disco para o gol de Lundqvist do lado da luva, aos 3:23. “Eu realmente não estava pensando muito”, reconheceu Staal. “Eu só meio que disparei ali. Minha mente ficou meio que em branco, e eu meio que fui no embalo, e funcionou.”

Os Rangers reagiram rápido, com gols de Jaromir Jagr (4:45) e Matt Cullen (6:35), virando o jogo para 2-1. O New York estava com grandes chances de ter o jogo sob controle, mas os Penguins conseguiram uma vantagem numérica de cinco contra três alguns minutos depois, e Letang venceu Lundqvist com um chute de pulso alto da esquerda aos 9:15. “Um grande chute”, de acordo com Therrien.

Esse foi o primeiro gol em vantagem numérica dos Penguins na temporada, e eles sofreram o primeiro minutos depois. Adam Hall marcou-o aos 15:08, com um chute pouco abaixo do travessão, também da esquerda, enquanto Sergei Gonchar servia uma punição por interferência.

A vantagem numérica dos Penguins atacou de novo aos 15:55, quando Ouellet chutou do lado esquerdo da área, seu segundo gol na temporada, e Crosby serviu Whitney para o gol da virada no início do terceiro período. Ele estava com o disco no círculo direito e passou no entre-círculos para Whitney, que chutou na parte vazia do gol a 1:01.

Depois que Michael Nylander empatou o placar em uma vantagem numérica de cinco contra três aos 6:09, Whitney restaurou a vantagem dos Penguins 53 segundos depois, com uma bomba de dentro do círculo esquerdo. Brendan Shanahan marcou para o New York aos 11:12, e parecia que aquele gol forçaria a prorrogação até Crosby marcou o gol da vitória.

Apesar de a atuação dos Penguins não ter chegado nem perto da perfeição — eles sofreram 42 chutes a gol, só para começar —, os dois pontos que eles ganharam por ela foram bastante satisfatórios. “Ainda há trabalho a ser feito”, filosofou Whitney. “Mas é uma vitória.”

O atacante Karl Stewart fez sua estréia pelos Penguins, no lugar de André Roy na ponta esquerda da quarta linha. Stewart cavou uma penalidade por tripping contra Jason Ward em sua primeira jogada. Pelo lado dos Rangers, o defensor Darius Kasparaitis revelou que teve uma discussão com o técnico Tom Renney por causa de sua ausência nos três primeiros jogos da equipe.


Dave Molinari é jornalista do Pittsburgh Post-Gazette. O artigo foi traduzido por Alexandre Giesbrecht.


 
Pittsburgh 0 3 3 6
NY Rangers 1 3 2 5
PRIMEIRO PERÍODO — Gols: Nenhum.
SEGUNDO PERÍODO — Gols: Pittsburgh, R. Whitney (vantagem numérica) (S. Crosby, C. Armstrong), 1:01. NY Rangers, M. Nylander 2 (vantagem numérica) (P. Prucha, J. Jagr), 6:09. Pittsburgh, R. Whitney 2 (C. Armstrong, D. Moore), 7:02. NY Rangers, B. Shanahan 4 (vantagem numérica) (J. Jagr, M. Straka), 11:12. Pittsburgh, S. Crosby 2 (vantagem numérica) (M. Recchi, M. Ouellet), 19:56.
TERCEIRO PERÍODO — Gols: Pittsburgh, R. Whitney (vantagem numérica) (S. Crosby, C. Armstrong), 1:01. NY Rangers, M. Nylander 2 (vantagem numérica) (P. Prucha, J. Jagr), 6:09. Pittsburgh, R. Whitney 2 (C. Armstrong, D. Moore), 7:02. NY Rangers, B. Shanahan 4 (vantagem numérica) (J. Jagr, M. Straka), 11:12. Pittsburgh, S. Crosby
CHUTES A GOL
Pittsburgh 7 7 8 22
NY Rangers 11 18 13 42
Vantagem numérica: PIT – 4 de 9; NYR – 3 de 9. Goleiros: Pittsburgh – M. Fleury (42 chutes, 37 defesas). NY Rangers – H.
Lundqvist (22, 16). Público: 18.200. Árbitros: Brian Pochmara, Chris Rooney. Estrelas: Sidney Crosby (PIT), Ryan Whitney (PIT), Jaromir Jagr (NYR).
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Página publicada em 18 de outubro de 2006.