JOGO 5
Carolina 3-4 Edmonton (OT)

FOI ASSIM O jogo coletivos dos Oilers fez a diferença (Elsa/Getty Images - 14/06/2006)
por Scott Burnside

Chame esta extraordinária vitória do Edmonton Oilers de uma lição em 63 minutos de ARA: alívio, redenção e adiamento. Com, tal-vez, um J de justiça. Já que, se houve uma coisa na vitória dos Oilers por 4-3 na prorrogação ontem que os manteve vivos nas finais da Copa Stanley, foi um resultado justo.

Com a Copa Stanley no estádio e a torcida do Carolina Hurricanes corre-tamente transbordando confiança, muitos esperavam que os bravos Oilers finalmente se ajoelhassem. Nenhuma vergonha nisso, depois de sua incrível campanha nos playoffs. Ao invés disso, eles tiveram uma atuação inspirada que mudou o tom da série.

E nenhum homem carregou mais o peso da Nação Oiler em seus ombros ontem do que Steve Staios. O veterano defensor estava sentado no banco de penalidades, tendo sido pego dando uma rasteira com o taco em Mark Recchi aos 3:03 da prorrogação. Então, Fernando Pisani interceptou um passe de Cory Stillman logo na linha azul do Carolina e disparou sozinho, marcando sobre Cam Ward apenas 28 segundos depois de a desvanta-gem numérica se iniciar.

Foi o primeiro gol em desvantagem numérica em prorrogações na história das finais da Copa Stanley Cup, e Staios estava feliz em atuar nesse pequeno papel da história.

"Achei que fui injustiçado no lance", lamentou Staios. "Mas é assim que tem sido apitado neste ano, e o Pise livrou a minha cara. Eu pagaria para ele um belo jantar italiano, mas provavelmente há 100 mil pessoas em Edmonton, os italianos de lá, esperando para recebê-lo em seus restau-rantes."

Ainda nestes playoffs, o técnico do Philadelphia, Ken Hitchcock, disse que, para ele, um técnico só aprende alguma coisa nova sobre o seu time quando uma série chega a seu jogo 5. É lá que os times ou aproveitam a oportunidade ou desmoronam sobre o peso. É ali que o caráter é revelado — ou não. É ali que o comprometimento de um time com um esquema e com a vitória é revelado.

O que aconteceu ontem, em Raleigh, representou uma titânica batalha entre um time com a glória ao seu alcance e outro desesperado para não desistir frente ao histórico.

"Queríamos ter certeza de que não fariam uma parada na nossa frente [ontem]", assegurou o defensor Chris Pronger, que ajudou a dar o tom quando sua bomba da linha azul foi redirecionada por Pisani, abrindo o placar com apenas 16 segundos de jogo.

Apesar de já ser óbvio antes, os Hurricanes deixaram abundantemente claro que são absolutamente mortais em vantagem numérica. Eles marcaram três vezes com um homem a mais no jogo 5. Por duas vezes, os gols empataram o jogo. Sua habilidade de acabar com os Oilers dependerá muito de sua habilida-de em induzir os jogadores do Edmonton para cometer penalidades e fazê-los pagar por suas transgressões.

Pelo lado dos Oilers, o jogo 5 claramente estabeleceu-os como mestres do 5-contra-5. Dois de seus quatro gols vieram em igualdade de condições, e sua atuação coletiva foi tão forte a noite toda que, depois da metade do segundo período, eles cometeram apenas uma penalidade, a de Staios, que deu origem ao gol da vitória de Pisani.

No sábado, em Edmonton, os Oilers esperam tirar proveito dessa vanta-gem. Quanto melhor eles jogares no 5-contra-5, mais tempo eles passarão na zona dos Hurricanes. Em teoria, os Oilers tendem a cometer menos penalidades, o que, por sua vez, coloca mais pressão sobre os Hurricanes para produzir em igualdade de condições. Isso se chama círculo vicioso.

"Sentimos que podemos nos dar bem contra eles no 5-contra-5. Sentimos que estamos embalando", adicionou Staios.

Se há uma coisa que os Canes têm demonstrado nesta pós-temporada é que eles têm uma grande capacidade de superar decepções. Eles falharam em sua primeira tentativa de eliminar o Buffalo Sabres no jogo 6 das finais da Conferência Leste, mas viraram no terceiro período do jogo 7 para se classificar às finais.

A diferença entre a série anterior e esta é que os Sabres estavam caindo como moscas à medida que a série se desenrolava. No jogo 7, os Sabres estavam sem quatro defensores titulares. Isso não acontece com os Oilers, que parecem, se é que isso é possível no 104.º jogo da temporada, estar ficando mais fortes e confiantes.

São os Hurricanes que agora estão dando sinais de desgaste.

O defensor Aaron Ward está mancando, tendo deixado o jogo no segundo períod com uma "contusão na parte de cima do corpo", apenas para retor-nar e receber um violento disco no tornozelo. O veterano atacante Doug Weight parecia estar sofrendo de uma contusão no braço ou no ombro esquerdos, depois de ser "sanduichado" por dois jogadores do Edmonton no primeiro lance do terceiro período. Ele voltou ao banco, mas não jogou mais.

"Isso dói. É difícil engolir. Você quer eliminar o outro time quando tem a chance", lamentou o atacante Kevyn Adams, do Carolina.

O negócio é o seguinte: pode-se falar o quanto quiser sobre a Copa Stanley, falar que não importa se ela está no estádio. Mas ainda há que se jogar a partida. Ainda há que se fazer por merecer.

Não que nenhum desses times precise ser lembrado disso. Não depois do jogo 5.



Scott Burnside é jornalista do site ESPN.com. O artigo foi traduzido por Alexandre Giesbrecht.
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Página publicada em 15 de junho de 2006.