O começo do Atlanta Thrashers parecia promissor. Liderados por um sensacional Marc Savard na primeira semana, eles impuseram duas estonteantes goleadas consecutivas sobre o Washington Capitals. Tudo bem, vencer os Caps, da maneira que for, não era para ser parâmetro para nada na NHL, mas digamos que o time convenceu nas duas partidas.

Aí veio a boa notícia que todos esperavam: a gerência finalmente havia acertado a renovação de contrato com o craque Ilya Kovalchuk. Foi logo no começo, ele havia perdido apenas três jogos da equipe, incluindo as duas goleadas sobre os Caps. Um time com Savard, Kovalchuk, Marian Hossa, Petr Bondra e outros iria incomodar muita gente.

Aí veio a realidade. Jogando contra times que realmente contam os Thrashers levaram uma surra atrás da outra. Não marcaram um gol sequer sobre o novato goleiro Yann Danis, que estreava no gol dos Canadiens. Depois tomaram um 9-1 dos Maple Leafs, depois um 5-1 dos Rangers e um 6-0 do Lightning. Vitórias tornaram-se raridade.

Em duas das goleadas sofridas o time extravasou sua frustração de forma clássica e evidente: provocando brigas, penalidades e expulsões ao final das partidas. Isso certamente ajudou a equipe a tornar-se a mais penalizada da NHL nesta temporada, mas a verdade é que ainda assim eles cometem muitas penalidades desnecessárias no transcorrer dos jogos. E o resultado é um só: é a pior equipe de matar penalidades da liga.

O auge do desastre veio na semana passada, quando conseguiram perder até mesmo para o Pittsburgh Penguins, último colocado da NHL que, até então, não havia derrotado ninguém. Numa inspirada noite do lendário Mario Lemieux, os Thrashers desceram ainda mais ao fundo do poço.

Kovalchuk não tem feito feio, e mesmo Bondra tem contribuído dentro do possível. Hossa não tem sido o mesmo dos tempos de Ottawa, mas não se pode dizer que tem decepcionado. Savard parou depois do estouro inicial, mas vem pontuando aqui e ali. O ponto fraco do time é o que já revelávamos antes da temporada começar: o corpo defensivo. Se já carecia de reforços de maior peso, os que lá estão começaram a vazar.

Os defensores Jaroslav Modry, Niclas Havelid e mesmo Greg de Vries andam devendo atuações sólidas e o central defensivo Bobby Holik parece ainda mais nulo que nos tempos de Rangers. Pra piorar a situação, os goleiros principais da equipe se contundiram e lá saiu a gerência a contratar Steve Shields no socorro. Triste festa.

Estrago feito, lanterna nas mãos. Os Thrashers caíram tanto que agora estão na companhia de times como os Capitals, Penguins, Blue Jackets, Blackhawks e Blues. Fundo do poço, bem longe do objetivo de disputar os playoffs. Ainda tem muito tempo até lá, é certo. E é certo também que os rumos devem ser mudados imediatamente. Time que fica muito tempo com a lanterna na mão geralmente não gosta de largá-la.


Marcelo Constantino recomenda Pedro Juan Gutiérrez, que conheceu por indicação de uma amiga e leitora da TheSlot.com.br.
E AGORA, BONDRA? Retrato da catástrofe dos Thrashers, o atacante Petr Bondra fica sentado no gelo depois de mais um gol do Lightning, na goleada de 6-0 que impuseram ao Atlanta (John Bazemore/AP - 20/10/2005)
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Página publicada em 3 de novembro de 2005.