Dallas tem um time na NHL porque o então dono Norm Green transplantou os North Stars de Minnesota em 1993. Acontece que a mudança da franquia quase deu um time para Anaheim, que hoje viu seu time atual eliminar os Stars dos playoffs. Parece que a primeira escolha de Green para um novo lar para seu time era Anaheim, e ele já tinha acertado com o vizinho Los Angeles Kings um acordo para abocanhar uma parcela daquele mercado. "A decisão já tinha sido praticamente tomada", disse Green ao jornal Dallas Morning News. "Era para lá que iríamos." Os planos mudaram quando executivos da Disney expressaram interesse em obter um time de expansão para Anaheim, e Green honrou um pedido da liga para ceder a localidade para a Disney. As duas cidades acabaram ganhando times, mas ao menos uma coisa seria diferente se Green tivesse ido para a Califórnia: O clube de Anaheim seria conhecido como Stars — Green gostava das implicações hollywoodianas do nome —, e não Mighty Ducks.

O Minnesota não estava apenas tentando estender sua temporada, mas também ganhar um lugar na história da NHL quando entrou no gelo para o jogo 7. Com a vitória, o Wild tornou-se o segundo time a ganhar seis jogos eliminatórios no mesmo ano. O New York Islanders venceu cinco em 1987, e o Vancouver duplicou o feito em 1994. Os Islanders detêm o recorde da liga desde que venceram oito jogos eliminatórios, incluindo quatro contra os Penguins, em 1975. Depois de virar uma série que perdia por 3-0 para os Penguins, os Islanders perderam os primeiros três jogos da fase seguinte, contra o Philadelphia, e ganhou três jogos seguidos antes de perder o jogo 7. Os Islanders também tinham ganho um jogo eliminatório na fase preliminar, contra o New York Rangers.

Apesar de o Tampa Bay ter sido eliminado na segunda fase em cinco jogos pelo New Jersey, a temporada de 2002-03 foi um sucesso para o Lightning. O clube ganhou uma série de playoffs pela primeira vez, depois de estar perdendo por 2-0 para o Washington na primeira fase, e a diretoria do time acredita que esta experiência em playoffs, junto com o título da Divisão Sudeste, pode ser o catalizador que deixe o Lightning mais próximo da elite da liga. "Demos grandes passos", disse o técnico John Tortorella ao jornal Tampa Tribune. "É assim que você constrói. São esses os passos que você precisa dar para se tornar uma organização como aquela contra quem jogamos — um dos modelos para a liga. Passar pelos altos e baixos dos playoffs é um grande passo para a organização." A diretoria do Tampa Bay, porém, tem algumas preocupações, como o fato de o central Brad Richards não ter marcado nenhum gol em 11 jogos de playoffs, as más atuações de Vincent Lecavalier contra os Devils e a inesperada inconsistência do goleiro Nikolai Khabibulin.

Uma das poucas manchas no currículo em playoffs do goleiro Martin Brodeur, do New Jersey, é sua campanha em prorrogações. Em certo ponto, ele tinha perdido 12 das 16 decisões em prorrogação durante a pós-temporada, antes de conseguir 4-2 nas últimas seis, incluindo duas vitórias contra o Tampa Bay durante a segunda fase. "Eu sei que minha campanha [na prorrogação] não é lá essas coisas, mas eu ganhei uma Stanley Cup na prorrogação [em 2000]", disse Brodeur ao jornal Newark Star-Ledger. "Isso é um feito. É difícil. Eu não ligo para [estatísticas de prorrogação]. É um jogo de hóquei. Às vezes, você tem de ir à prorrogação para vencê-lo."

Apesar da vantagem na série por 3-2 e do fato de que um eventual jogo 7 seria disputado em casa, a história estava contra os Senators no jogo 6 da série contra os Flyers. Por três vezes, o time teve 3-2 em uma série (contra os Sabres, em 1997; os Devils, em 1998; e os Leafs, em 2002), mas só ganhou uma delas, em 1998.

Grant Marshall, do New Jersey, foi o herói da vitória dos Devils na terceira prorrogação contra o Tampa Bay, no jogo 5 da série de segunda fase — seu gol aos 11:12 do terceiro período extra deu aos Devils a vaga nas finais de conferência —, mas aquele não foi seu único feito digno de nota do dia. Cerca de sete horas antes, Marshall correu atrás do ônibus dos Devils depois que este saiu do hotel onde o time estava hospedado sem ele. "Tenho de checar os relógios deles", disse Marshall a jornalistas. "O ônibus deveria sair às 16h45 e eu estava no lobby às 16h30. Eu iria pegar um drink e, de repente, estou correndo ladeira acima atrás do ônibus."

A mais recente evidência do que jogadores de hóquei enfrentam para ter a chance de ganhar a Stanley Cup: o zagueiro do Philadelphia Dmitry Yushkevich teve uma separação de ombro de terceiro grau na série contra o Toronto, mas recebeu injeções de anestésicos antes de cada jogo da série contra o Ottawa para poder jogar.

Na última terça-feira, a "pesquisa instantânea" do site do jornal Minnepolis Star Tribune perguntava o seguinte: "O que diabos é um Canuck, afinal?" As cinco possíveis alternativas: 1) Peixe agressivo; 2) O que os canadenses dizem depois de acertar o polegar com um martelo; 3) Pássaro aquático agressivo; 4) Outro nome para um franco-canadense; 5) Criatura mítica canadense, similar ao Pé Grande. Talvez depois que esta questão for resolvida o jornal pergunte a seus leitores o que é um Wild, também.

Os Red Wings fizeram o esperado, e Luc Robitaille não mais vestirá o uniforme vermelho e branco do time. O Detroit decidiu não exercer a cláusula no contrato de Robitaille, que faria ele retornar na próxima temporada, economizando US$ 3 milhões — talvez para gastar com jogadores como Sergei Fedorov. Robitaille, de 37 anos, tem 631 gols em sua carreira, sendo o primeiro na história da NHL entre os pontas esquerdas. Mas marcou apenas 11 vezes nesta última temporada, sua 17.ª, durante a campanha em que o Detroit terminou em segundo lugar na Conferência Leste, antes de perder na primeira fase dos playoffs para o Anaheim. Os Red Wings vão pagar US$ 1 milhão a Robitaille pela próxima temporada, ao invés dos US$ 4 milhões que pagariam se tivessem exercido sua opção na cláusula.