Na última quinta-feira, tivemos o quarto jogo mais longo da história da NHL, quando o Anaheim levou quatro prorrogações, mais 48 segundos, para bater o Dallas. Por isso, resolvemos levantar os dez jogos mais longos de todos os tempos: 24/03/1936 — Detroit 1-0 Montreal Maroons (semifinal), 116:30, gol de Mud Bruneteau; 3/04/1933 — Toronto 1-0 Boston (semifinal), 104:46, gol de Ken Doraty; 4/05/2000 — Philadelphia 2-1 Pittsburgh (semifinal de conferência), 92:01, gol de Keith Primeau; 24/04/2003 — Anaheim 4-3 Dallas (semifinal de conferência), 80:48, gol de Petr Sykora; 24/04/1996 — Pittsburgh 3-2 Washington, (quartas-de-final de conferência), 79:15, gol de Petr Nedved; 23/03/1943 — Toronto 3-2 Detroit, (semifinal), 70:18, gol de Jack McLean; 28/03/1930 — Montreal Canadiens 2-1 N.Y. Rangers, (semifinal), 68:52, gol de Gus Rivers; 18/04/1987 — N.Y. Islanders 3-2 Washington, (semifinal de divisão), 68:47, gol de Pat LaFontaine; 27/04/1994 — Buffalo 1-0 New Jersey, (quartas-de-final de conferência), 65:43, gol de Dave Hannan; e 27/03/1951 — Montreal Canadiens 3-2 Detroit, (semifinal), 61:09, gol de Maurice Richard

Na segunda-feira, o Anaheim tentou (e não conseguiu) fazer 3-0 na série contra o Dallas e ganhar ao menos uma nota de rodapé na história dos playoffs: os Mighty Ducks tentavam se tornar o primeiro time desde o New York Rangers de 1994 a vencer sete jogos consecutivos de playoffs; Detroit e Dallas venceram seis cada em 1999. Mais ainda: apesar da derrota no jogo 3, o Anaheim ainda tem a chance de se tornar o primeiro time a eliminar o primeiro e o segundo colocados no mesmo ano desde que a NHL adotou o formato atual, em 1994. Os Stars foram os primeiros colocados na Conferência Oeste, enquanto o Detroit, eliminado pelo Anaheim em quatro jogos, era o número 2. Ainda assim, mesmo abrindo os playoffs com meia dúzia de vitórias por um gol contra adversários fortes, os Mighty Ducks são vistos por alguns como time de sorte, um time que tem se dado bem graças ao trinômio bom goleiro — arbitragem suspeita — maior sorte. "Talvez não tenhamos ganho o respeito que nosso time inteiro merece", disse o goleiro Jean-Sébastien Giguere ao jornal Los Angeles Times. "Talvez isso seja porque não ganhamos nada ainda. Depois dos últimos anos, acho que vamos precisar de muitas vitórias para as pessoas verem que os Ducks agora são um bom time."

O técnico do Tampa Bay, John Tortorella, foi curto e, ocasionalmente, grosso durante a coletiva de imprensa depois da derrota do Lightning por 3-2 na prorrogação contra o New Jersey, no jogo 2 daquela série. Mesmo não tendo se desculpado pelo seu comportamento, Tortorella tentou explicá-lo no dia seguinte. "Você quer a verdade?", perguntou ele aos jornalistas. "Eu não gosto de perder. Eu não supero isso em 15 minutos. Eu não quero desrespeitar ninguém, mas eu odeio perder. Eu não consigo sentar no vestiário por 15 minutos e me acalmar. Sou um mau perdedor e quero que meus jogadores sejam maus perdedores. Sabe quando seu velho técnico da época de escola costumava falar para você ser um bom perdedor? Bem, se você é um bom perdedor, você é um perdedor. É isso que eu penso. Não quero desrespeitar ninguém, mas eu acredito nisso."

Willie Mitchell estabeleceu-se como o principal defensor do Minnesota nestes playoffs, mesmo jogando com uma máscara protetora, que lhe cobre todo o rosto, graças a uma contusão na maçã do rosto, que ele teve na primeira fase. Mitchell já usou uma proteção similar durante seus dois anos de hóquei universitário em Clarkson, mas disse ao jornal Minneapolis Star Tribune que isso ainda lhe causa muita confusão. "É quente e embaça; você tem sempre de limpá-la", disse ele. "Acho que vou acabar tendo de cortar o cabelo. Você é empurrado, o cabelo fica na sua frente ou no seu rosto e coisas do tipo."

Tentar chegar às finais de conferência já deveria ser incentivo suficiente para qualquer jogador, mas Jeremy Roenick, do Philadelphia, aparentemente precisou de um pouco mais antes da vitória de seu time no jogo 2, no último domingo. Um trecho de uma matéria do jornal Ottawa Citizen dizia que se os Senators, que tinham ganho o jogo de abertura, ganhassem o jogo 2, sua torcida poderia reservar ingressos para as finais da Conferência Leste. Apesar de isso parecer inofensivo, Roenick se sentiu ultrajado e resolveu avisar seus colegas de time. "Foi um soco na cara, e o pessoal não gostou muito", disse Roenick a jornalistas de Philadelphia. "Não foram palavras do time dele, foram da imprensa. Acho que somos um time que merece algum respeito por causa do que jogamos neste ano, e eles não mostraram respeito algum. Eu mostrei a todo mundo no time [antes do jogo 2]. Vários se sentiram mordidos. O Ottawa pode agradecer à sua imprensa por ser um bando de idiotas."

Talvez seja uma indicação do equilíbrio da NHL. Talvez isso mostre que a liga está no meio de uma grande mudança. Talvez seja simplesmente uma aberração estatística. Qualquer que seja a razão, o Ottawa é o único dois oito times que chegaram à segunda fase nestes playoffs a ter chegado tão longe no ano passado.

A série entre Philadelphia e Toronto, na primeira rodada, foi, em termos de minutos jogados, a segunda mais longa na história da NHL. Flyers e Maple Leafs jogaram por 532 minutos e 5 segundos, o que a deixa a menos de oito minutos de nove jogos com o tempo normal. Esse total só é superado pelos 553 minuto e 8 segundos que o Boston e o New York Rangers levaram para terminar uma série melhor-de-7 em 1939.

O novato Stanislav Chistov, do Anaheim, é um cara criativo, e não apenas no gelo. Vejam só como ele lidou com uma crise durante a última temporada regular, depois de se perder do colega de quarto Kevin Sawyer no hotel dos Mighty Ducks em Edmonton e esquecer o número do quarto de ambos. "Ele apertou os botões de todos os andares no elevador e, quando as portas se abriram no primeiro andar, ele gritou 'Saw-zie'", disse um membro da comissão técnica do Anaheim, que não quis se identificar, ao jornal Los Angeles Times. "Ele iria fazer isso em todos os andares." Isso acabou não sendo necessário quando o mesmo membro da comissão levou Chistov de volta à recepção e verificou a localização do quarto dele.