Restando apenas um mês para o fim da temporada, e com Robbie Ftorek, do Boston, aparentemente a salvo (ver abaixo), a temporada deve ser concluída com "apenas" sete técnicos demitidos. E, de algum jeito, Paul Maurice, técnico há mais tempo com um mesmo clube na NHL — há oito anos com o Carolina — vai sobreviver novamente à guilhotina. Ele tem estado sob grande pressão quase que anualmente, mesmo na última temporada, quando os Hurricanes chegaram às finais da Stanley Cup. Em nenhum de seus outros anos à frente do time os Canes foram tão mal quanto nesta temporada, mas o gerente geral Jim Rutherford insiste que nenhuma mudança será feita. Isso deve ter alguma coisa a ver com o contrato de cinco anos assinado por Maurice no último verão norte-americano, que vale US$ 4 milhões, mas tem mais a ver com a paixão de Rutherford por manter a consistência.

Os Capitals estão insatisfeitos com a performance defensiva de Robert Lang, ao ponto de o técnico Bruce Cassidy tê-lo botado no banco e falado com ele sobre o assunto na última semana. "Quando você fala sobre isso, às vezes você tem de ir para o passo seguinte", disse Cassidy ao jornal Washington Post. "Agora chegamos ao ponto em que você tem de tirar alguns minutos dele ou coisa do tipo, tentar algumas táticas motivacionais. Eu acho que ele consegue fazer o trabalho naquela linha." Lang, que está jogando entre os ex-Penguins Jaromir Jagr e Kip Miller, tem 18 gols, 37 assistências e um mais/menos de +2.

Nenhum novato marcou mais de 16 gols, o que leva alguns a apontar Barret Jackman, dos Blues, um zagueiro eficiente, como sua escolha para o Troféu Calder. Jackman pode ser a melhor escolha, até porque o prêmio é dado baseado em performances, não em potencial, mas o novato que tem entusiasmado mais pelo que ainda pode oferecer é Rick Nash, dos Blue Jackets, a primeira escolha no recrutamento de 2002. Nash tem modestos 14 gols e 18 assistências, mas tem mostrado sensacionais movimentos de 1-contra-1, graças em parte à disposição do Columbus de deixar ele tentar qualquer coisa. Um dos mais maravilhosos foi o que deu a vitória contra os Canucks na prorrogação, na última quinta-feira.

Semana dura para Craig Button em Calgary. Primeiro, ele ficou na lanterna de um ranking de qualidade dos gerentes gerais da NHL, listado pela ESPN. Depois, ele leu uma reportagem publicada em Nova York, em que Glen Sather, GG dos Rangers, questionou publicamente o profissionalismo de Button. Perguntaram a Sather sobre potenciais trocas com os Flames, ao que ele respondeu: "Eu não sei. O cara leva duas semanas para responder minhas ligações. É desrespeitoso. Como você pode fazer seu trabalho como gerente assim? É pura falta de educação." Button não respondeu às críticas.

Duas vitórias consecutivas dos Bruins na semana passada acabaram com uma seqüência de 0-5-3-1, que parecia ameaçar o emprego do técnico Robbie Ftorek. Os principais jogadores do time disseram ao jornal Boston Globe que nunca acreditaram que Ftorek estivesse a perigo. "Acho que Robbie vai ficar aqui por muito tempo," disse Joe Thornton. "Esse é o meu sentimento."

O atacante Alex Tanguay, do Colorado, começou a temporada de mal com o agora ex-técnico do time Bob Hartley; agora está se banhando com o champanhe que o novo técnico Tony Granato lhe deu a chance de tomar. Tanguay está quentíssimo desde o Natal, e o Avalanche tem estado mais quente ainda. Ele tinha uma seqüência de 16 jogos pontuando — a melhor da sua carreira e a melhor na NHL nesta temporada —, que finalmente acabou no último sábado. Entretanto, ele não deve estar se importando muito: seu companheiro de linha Peter Forsberg salvou o time, marcando os dois gols da vitória por 2-1 na prorrogação sobre os Flyers.

Antes de seus quatro gols contra o Phoenix na última quinta, o ponta Scott Mellanby, dos Blues, detinha o recorde da NHL de mais gols na carreira sem registrar um hat trick (319 gols em 17 temporadas na NHL). Ironicamente, o veterando de 36 anos teve seu primeiro jogo com quatro gols na mesma noite em que quebrou seu jejum de três gols.

O imposto sobre os jogadores em Alberta se mantém, apesar do desagravo da Associação de Jogadores da NHL (NHLPA). Na última semana, um juiz indeferiu um protesto da NHLPA contra a taxa de 12,5%, cobrada de jogadores enquanto eles estiverem trabalhando em Edmonton ou Calgary.

Muitos têm comparado os Predators, em excelente fase, ao Wild, em termos de velocidade, garra e determinação. E o técnico do Minnesota, Jacques Lemaire, é o mais novo integrante desta lista. "O time deles, estou dizendo para você, está jogando bem", disse ele a jornalistas depois do empate de 2-2 entre os dois times, na última quinta. "Eles jogam muito parecido conosco. Eles têm sido um dos bons times nos últimos 20 jogos, o que não é nada surpreendente." Nos seus últimos 12 jogos, o Nashville tem 9-1-1-1, mantendo-se na busca pela primeira vaga para os playoffs em sua ainda curta história.

Mais um motivo para Cam Neely detestar Ulf Samuelsson, mais de uma década depois que o tranco duro desferido por Samuelsson e as contusões resultantes acabaram finalizando seus 13 anos de carreira: Neely está fazendo lobby para entrar no Hall da Fama, usando suas três temporadas com 50 gols e estilo de jogo como plataforma de campanha. Mas ele tem sido elegível desde 1999 e sua campanha não está engrenando, principalmente por ele ter apenas 395 gols marcados. "As pessoas dizem que o termo "atacante de força" ("power forward") foi criado devido ao meu jeito de jogar", disse ele ao jornal Boston Globe. "De algum jeito, meio que revolucionei o modo de jogar de alguns jogadores." Isso vai ser, claro, novidade para durões como Gordie Howe, Phil Esposito, Tim Kerr, Kevin Stevens e tantos outros que jogaram desse jeito antes de Neely.