Edição n.º 37 | Editorial | Colunas | Jogo da semana | Notas | Fotos
 
14 de março de 2003
No fim, Southleast

Por Daniel Rocha

Mais uma temporada regular se aproxima do fim. Não diferente de outras tantas temporadas, a divisão Sudeste, também conhecida por Southleast (jogo de palavras com a palavra em inglês, Southeast) segue sendo a pior da liga. Somente para variar, o vencedor da divisão será o de menor pontuação dentre os cabeças de chave e a divisão levará, se muito, duas equipes para os playoffs. Na verdade, serão dois classificados devido à falta de adversários, porque senão, não duvide, seria apenas um.

Há diversas explicações que justificam a situação que a divisão vive. Desde a falta de popularidade do hóquei na região ou até mesmo a incompetência das gerências.

Não é raro vermos os Hurricanes ocupando apenas metade da capacidade de sua arena. Enquanto isso, o estado da Flórida abriga duas equipes, ambas de pequeno porte, que dificilmente enchem suas arenas também, provando que o estado, muito mais fanático pelo football do que pelo hóquei, mal abriga uma franquia, quanto mais duas. Em Atlanta, como já tratei anteriormente na edição 31, a equipe parece não conseguir passar da segunda marcha. Esperemos o que Bob Hartley será capaz de fazer pela franquia.

Os Capitals são uma aberração na divisão. Aberração por vários motivos. Primeiro porque o povo da capital americana é fanático pelo esporte; segundo porque apesar de ter rios de dinheiro jorrando diretamente da fonte AOL/Time Warner, que possibilitou a chegada de Jaromir Jagr e Robert Lang, além de conseguir manter tantas outras estrelas, como Olaf Kolzig e Peter Bondra, a equipe não deslancha. Duvido que alguém aposte nos Capitals como favoritos a passar da 1ª fase do mata-mata, seja lá quem eles enfrentem.

O mesmo vale para os Bolts. Certamente esta equipe evoluiu de maneira incrível com a chega de Nikolai Khabibulin e a evolução dos outrora prospectos da equipe, como Vincent Lecavalier e Brad Richards. Mas isso é muito pouco para vencer nos playoffs. Enfim, parafraseando outros tantos, só Khabibulin salva.

Passando para os outros times, o que vemos é um total desmanche de elencos. O Florida, sob a tutela de Mike Keenan, ingressou em uma fase de completa renovação, não é à toa que o elenco tem a menor média de idade da liga. Saíram do time, apenas nesta temporada, Dmitry Yushkevich, Sandis Ozolinsh, Brad Ference e Joey Tetarenko. Destas trocas, somente a envolvendo Ozolinsh trouxe ajuda imediata, as demais envolveram prospectos. Na Flórida, diz-se que em cinco anos o céu será o limite para essa equipe. Até lá, Olli Jokinen e Roberto Luongo terão que repetir muitas temporadas como essa para evitar catástrofe maior.

Já em Raleigh a situação é ainda mais esquisita. Após uma final de Stanley Cup, os Canes perderam o rumo e foram parar em uma briga acirrada — pela lanterna da conferência. Curiosamente, ao contrário do que ocorreu na temporada, onde técnicos foram demitidos em maior número do que Bush ameaçou começar uma guerra, Karmanos segue confiando no competente Paul Maurice na direção da equipe. Foram embora os alicerces da equipe na temporada passada, como Sami Kapanen, Glen Wesley e Martin Gelinas, enquanto Arthurs Irbe segue como sério candidato a ser a próxima vítima. A equipe confia agora na geração de novos valores, como Jaroslav Svoboda e Brad DeFauw. Quem olhar o elenco dos Hurricanes tomará um susto, ao perceber que pelo menos um terço do elenco atual é composto por novatos.

Para fechar a matéria, uma curiosidade: no dia em que escrevi sobre as equipes mais novas da NHL, todas elas atingiram ótimos resultados. Enquanto escrevia este artigo, os Panthers e os Canes venciam, enquanto os Capitals empatavam com a forte equipe dos Flyers. Por isso, aviso que durante os playoffs escreverei apenas sobre os Senators — e espero que não haja queixas, porque não serão atendidas.

Daniel Rocha não acha que Brett Hull seja o Romário dos Wings e também não tem nojo de polvo cru.
 
  SEJA O QUE ELE QUISER O goleiro Roberto Luongo é uma das razões da temporada do Florida Panthers não ser um desastre ainda maior (Chad Rachman/AP - 10/03/2003)
   
 
  JOVEM ESPERANÇA O jovem Brad DeFauw comemora o gol da vitória do Carolina Hurricanes sobre o Columbus Blue Jackets. Sua estréia não poderia ter sido melhor: ele marcou dois gols (Karl DeBlaker/AP - 10/03/2003)
Edição atual | Edições anteriores | Sobre The Slot BR | Contato
© 2002-03 The Slot BR. Todos os direitos reservados.
É permitida a republicação do conteúdo escrito, desde que citada a fonte.
Página publicada em 13 de março de 2003.