O técnico dos Thrashers Bob Hartley, que nunca esconde seus sentimentos, tentou não se gabar de sua vitória pessoal depois do jogo em que seu Atlanta ganhou na prorrogação do Colorado, por 4-3, fora de casa, na última quinta-feira. O Avalanche mandou-o embora no dia 18 de dezembro, depois de mais de quatro temporadas de bastante sucesso em Colorado, e ele tem recebido elogios do mundo do hóquei pelo trabalho que tem feito com os Thrashers. "Eu virei a página em 21 de dezembro. Meu foco é este grupo", disse Hartley a jornalistas de Denver. "Batemos um dos times mais quentes da NHL, e essa é mais uma experiência de aprendizado para nossos jovens jogadores."

Apesar de o tempo parecer estar bom em Tampa, onde a diretoria do time deram sinal verde na semana passada para a impressão de ingressos para os playoffs, o presidente do Lightning, Ron Campbell, é o mais recente executivo da NHL a anunciar grandes perdas. Ele disse ao jornal St. Petersburg Times que o time prevê prejuízos da ordem de US$ 10 milhões a US$ 15 milhões, e que cada série de playoffs vai valer apenas US$ 1 milhão. Como outros executivos, ele pediu uma mudança dramática no acordo coletivo de trabalho.

A última a que o atual MVP da liga, José Théodore, foi sujeito: os Canadiens o colocaram no banco, em favor do novato reserva Mathieu Garon, para um jogo em que o time distribuiu bonecos com o rosto de Théodore, na última quinta. Théodore assinou um contrato de três anos, a US$ 16,5 milhões, depois de ganhar o Troféu Hart na temporada passada, mas está com uma campanha de 15-24-5, com média de 3,01 gols sofridos, e ficando cada vez mais impopular. Aliás, Garon sofreu cinco gols em 44 chutes, na derrota por 6-3 para o Wild.

Ao longo de uma temporada tumultuada, que incluiu um pedido de concordata e várias tentativas de vender o time, os Sabres se mantiveram intactos até quarta-feira passada, quando o gerente geral Darcy Regier trocou o durão Vaclav Varada pelo prospecto Jakub Klepis, um jogador que o próprio Regier reconhece ainda estar a dois ou três anos de poder contribuir. A troca chocou o elenco, que viu poucas mudanças nos últimos anos e deixou muitos preocupados, imaginando se são os próximos. "Eu não sei o que pensar", disse Miroslav Satan. "Achei que Varada estava trazendo certas características e tinha um certo valor para o time. Perdemos um jogador e não trouxemos ninguém em troca."

Por outro lado, a troca fez total sentido para o Ottawa, um time que, já há anos, deixava a desejar no quesito garra, necessário para o sucesso nos playoffs. Varada também gostou bastante da idéia: "Estou empolgado. O Ottawa é o melhor time da liga. Vou tentar jogar do meu jeito e ajudar o time a ganhar."

O que dizer da atual situação financeira da liga, se um time em concordata fez uma troca para se livrar de um alto salário — Varada está ganhando US$ 1,3 milhão para esta temporada e vai ganhar US$ 1,5 milhão para a próxima — com outro time em concordata?

Ainda no meio das especulações de troca, Jarome Iginla, dos Flames, tem lidado bem com a situação. Apesar de seu time ter tido campanha desastrosa de 2-6-3-1 em fevereiro, ele produziu 13 gols nesses 12 jogos, sendo que 11 fora de casa. "Iggy teve um belo de um mês", disse o técnico Darryl Sutter ao jornal Calgary Sun. "Essa especulação é ainda mais motivação. Ele não liga."

Iginla é um dos 13 jogadores negros na NHL, que tem 30 times. São apenas dois jogadores a mais que cinco anos atrás, e oito a mais que há dez anos, mas Jean-Luc Grand-Pierre, dos Blue Jackets, disse ao jornal The Tennessean que ele espera que um crescimento maior desse número na próxima década: "Eu cresci no Canadá, e era comum ver as minorias jogando hóquei por lá, assim como futebol americano e basquete nos EUA. Eu não sei se a NHL já se estabeleceu por tempo suficiente para as minorias realmente ligarem para hóquei. Mas, se você olhar a liga daqui a dez anos, acho que vai ver algumas mudanças."

Os Blackhawks provavelmente são o último time a desistir de Theoren Fleury. Ele agora tem sido deixado de fora dos jogos regularmente, depois de irritar a comissão técnica e seus companheiros de time, não apenas por sua briga em um bar de strip-tease em Columbus, há pouco mais de um mês, mas também por falta de condicionamento físico. "Chega a hora do jogo, e [o condicionamento] não está lá", disse o técnico Brian Sutter ao jornal Chicago Tribune. Fleury está no primeiro ano de um contrato de dois, ao custo total de US$ 8 milhões.

Apesar de o joelho de Steve Yzerman ter feito ele ficar de fora da temporada até terça-feira passada, ele está se sentindo bem o suficiente para fazer planos de voltar na próxima temporada. Depois disso? A única certeza é que ele não quer se juntar a Mario Lemieux e Wayne Gretzky no clube de donos de times. "Bem, não posso me dar ao luxo de comprar um time, então não sei nada sobre ter uma equipe a não ser que alguém me dê uma", disse ele a jornalistas de Detroit. "É um mau negócio para se estar agora. É isso que eu leio." Seu companheiro de Wings Brett Hull sugeriu que mais jogadores passem a ser donos de times, ao menos para ver o outro lado da moeda, mas Yzerman também questionou essa idéia: "Há vários jogadores burros por aí, então eu não aconselharia colocar jogadores para administrar times."