Por
Alexandre Giesbrecht
Ah, que bom poder voltar a falar de um time que vai bem! Se bem que
o time retratado por esta coluna vai bem agora, mas começou a
temporada como motivo de pena para os outros 29 times: o Nashville Predators
simplesmente não conseguia vencer. Pelo contrário; sempre
achava um jeito de perder seus jogos por um gol de diferença.
A primeira vitória veio apenas no oitavo jogo. Antes disso, sete
derrotas, todas por um gol de diferença, e um empate. A segunda
vitória só veio no 14.° jogo, depois de mais três
derrotas por um gol, uma por sete e um empate. No fim das contas, foram
apenas três vitórias nos primeiros 22 jogos, para uma campanha
de 3-11-4-4.
Difícil de recuperar, ainda mais para um time cujo dono havia
prometido o dinheiro de volta aos donos de carnês, se o time não
chegasse aos playoffs. No entanto, até o fechamento desta edição,
o Nashville vinha com nove vitórias em seus últimos 11
jogos, a apenas dois pontos do oitavo colocado na Conferência
Oeste, o Edmonton Oilers.
Uma reviravolta que já é impressionante quando se olha
para o elenco dos Preds, mas que faz os olhos saltar ao se ver que eles
fizeram isso sem aquele que era seu artilheiro quando se contundiu,
Andreas Johansson. É verdade que a tarefa vai ficar um pouco
mais complicada agora, que eles perderam aquele que é atualmente
o artilheiro, David Legwand, que só tem uma chance de voltar
se o time completar a reviravolta e classificar-se para os playoffs.
"Esse time é feito de adversidade. Esse é mais um
capítulo que vamos escrever. Esse time tem muito coração
e muita concentração, e eles vão dar um jeito",
disse, confiante, o técnico Barry Trotz ao jornal The Tennessean.
"Leggy é uma grande parte do nosso clube, mas nossos jogadores
vão se superar. Parece simples, mas eles vão."
Legwand foi um dos principais fatores para que os Predators pudessem
deixar a incômoda lanterna do Oeste. Outro grande fator foi o
goleiro Tomas Vokoun. Desde que o time trocou o ex-titular Mike Dunham
para o New York Rangers para quem mais? , em 12 de dezembro,
Vokoun marcou 19-10-5, sofrendo mais de um gol apenas três vezes
em seus últimos nove jogos.
Quanto a ele, no entanto, uma coisa preocupa: no último sábado
ele estabeleceu um recorde na franquia ao começar o 20.°
jogo consecutivo, além de ter começado 38 dos últimos
39 jogos. Num mês de março em que a disputa pelos playoffs
promete ser extenuante, isso pode fazer a diferença. Por enquanto,
ele está agüentando.
"É para [os playoffs] que você joga hóquei",
diz Vokoun. "Você não quer ficar lá pelo último
ou antepenúltimo lugares, jogando por nada. Você quer jogar
por alguma coisa. Se você não se diverte jogando agora,
você nunca vai se divertir."
Com 8-2-1 desde o Jogo das Estrelas, o Nashville está ganhando
mais e jogando melhor que seus adversários diretos pela oitava
vaga da conferência, Edmonton, Los Angeles, Chicago, Phoenix e
San Jose. Para melhorar ainda mais a situação, o time
tem dois jogos em março contra os Oilers, aqueles mesmos que
ainda estão dois pontos à frente. Sem a pressão
da expectativa, que anda dissipada desde o péssimo início
de temporada, as possibilidades aumentam.
Esse péssimo início até tem rendido um bom slogan
para os Preds. A sua última campanha de marketing tem anúncios
de jornal com grandes títulos que soam muito bem, sublinhados
por letras pequenas entre parênteses que contam a verdadeira história.
No caderno de esportes do Tennessean do último domingo, o título
dizia: "Os Predators estão nos playoffs!" Embaixo,
numa letra bem menor e mais fina: "(Se você esquecer os primeiros
20 jogos)."
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Alexandre Giesbrecht, publicitário, passou a maior parte
do Carnaval em São Paulo, mas acabou fazendo um tour pelo
interior de Minas Gerais: São Paulo - Tiradentes - São
João del Rey - Barbacena - Ubá - São Paulo. |
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MOTIVOS PARA COMEMORAR Scott
Walker comemora com Karlis Skrastins (3) o seu gol contra os Blackhawks,
na prorrogação (Mark Humphrey/AP - 01/03/2003) |
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