| Por 
          Rafael Roberto*
 Pierre Lacroix começou como empresário de jogadores da 
          NHL, partiu do zero e, em pouco tempo, era agente de cinco dos dez mais 
          bem pagos jogadores da liga.
 
 Pierre virou gerente geral em 1994 e tinha, como único objetivo, 
          vencer a Stanley Cup. Em 1996 Lacroix teve que mudar seu objetivo: vencer 
          a Stanley Cup de novo e de novo.
 
 Lacroix é bem casado com sua esposa Colombe desde que eram jovens 
          e pobres em Montreal. Eles compraram uma grande casa em Denver e estão 
          construindo um refúgio para sua aposentadoria no Lago Mead, em 
          Nevada.
 
 Lacroix, hoje, é rico, próspero, seguro em sua posição 
          e será nomeado para o Salão da Fama do hóquei algum 
          dia.
 
 Pierre é sortudo. Ele é o executivo de esportes mais bem 
          sucedido na história de Denver e um dos mais prósperos 
          da NHL.
 
 Pierre é competente. Seu Colorado Avalanche venceu a Stanley 
          Cup duas vezes em sete temporadas, venceu oito vezes seguidas sua divisão, 
          recorde na NHL empatado com o Montreal Canadiens, e foi seis vezes às 
          finais da Conferência Oeste.
 
 Lacroix sempre teve a sorte de poder contar com o suporte total dos 
          donos de equipe que teve: foi assim com Charlie Lyons e está 
          sendo assim com Stan Kroenke, que não entendia muito de hóquei 
          quando comprou o time, mas era apaixonado pelo jogo.
 
 Lacroix tem carta branca de Kroenke para fazer o que for possível 
          para manter o time competitivo, não importa quanto custe.
 
 Pierre vem mantendo seus jogadores importantes e ainda consegue trazer 
          mais jogadores para tornar o time mais competitivo. Mas como ele consegue 
          isso?
 
 Pierre não revela seu segredo, mas ele não deixa um jogador 
          importante sair sem que venha outro para compensar. Ele tem seu grupo 
          de jogadores importante para hoje e tem seu grupo para o futuro, que 
          serão os jogadores importantes dos próximos dez anos. 
          Somado a isso ele faz questão de ter muitas escolhas no recrutamento.
 
 Lacroix, em suas muitas escolhas, já recrutou jogadores como 
          Joe Sakic (melhor jogador da temporada passada), Chris Drury (novato 
          do ano de 1999), Milan Hejduk (que perdeu o prêmio de novato do 
          ano para Drury), Alex Tanguay (que marcou o gol do título passado) 
          e muitos outros jovens talentos.
 
 Lacroix também é mestre em fazer boas trocas. No começo 
          da temporada de 1996 ele percebeu que se quisesse ser campeão 
          ele precisaria reforçar a defesa e assim o fez, trazendo Sandis 
          Ozolinsh, que havia se destacado no San Jose Sharks em suas três 
          primeiras temporadas como um defensor que sabia ajudar o ataque. Para 
          fechar mais ainda o sistema defensivo, Pierre contou com a sorte e a 
          insatisfação de Patrick Roy nos Canadiens. Em dezembro 
          ele foi adquirido, junto com Mike Keane, e correspondeu, acabando os 
          playoffs com três shutouts e tomando apenas 2,10 gols por jogo.
 
 Visando outros títulos, Lacroix adquiriu Theoren Fleury, que 
          vinha fazendo ótimas temporadas pelo Calgary Flames, numa troca 
          envolvendo quatro jogadores em 1999. Fleury fez sua parte, mas não 
          foi suficiente para o título. Ele também não ficou 
          para a temporada seguinte, quando Pierre conseguiu adquirir Ray Bourque, 
          que tentava vencer sua primeira Stanley Cup.
 
 Lacroix teve seu sonho de vencer mais uma Stanley Cup adiado. Mantendo 
          Bourque por mais uma temporada, Pierre conseguiu a peça que faltava 
          para seu segundo titulo: Rob Blake, que veio do Los Angeles Kings em 
          mais uma supertroca para este mestre.
 
 A fórmula vem dando certo, seu time tem sido consistente e jogando 
          todas as temporadas até maio, pelo menos, e seu trabalho vem 
          despertando o interesse de outros times.
 
 Dois anos atrás os Canadiens, time para que Lacroix torcia quando 
          jovem, fez uma excelente proposta que ele não demorou a rejeitar:
 
 "Eu amo Colorado e estabilizei minha vida para acabá-la 
          aqui [...]. Não vou fazer isso para sempre, mas só vou 
          parar no momento em que não estiver mais me divertindo".
 
 Branch Ricke, um executivo, falou uma vez que a sorte é fruto 
          do trabalho duro. Lacroix tem trabalhado muito para se tornar um dos 
          maiores executivos de esportes. Pierre é sortudo.
 
           
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            | Rafael Roberto colabora com The Slot BR. |  |