12 de junho de 2002
Alessander: Hurricanes podem chegar lá

Por Alessander Laurentino*

Contrariando todas as previsões e apostas, eu acho que o Carolina Hurricanes tem todas as chances de bater o todo-poderoso Detroit Red Wings na final da Stanley Cup. Se estou brincando? A resposta é um sonoro não! O Detroit Red Wings foi montado nessa temporada para ser campeão e qualquer resultado que não seja o título máximo do hóquei será considerado um fracasso em Motown.

Não bastam Troféu dos Presidentes, recorde de vitórias, pontos, título da divisão nem a conquista do campeonato da Conferência Oeste. Se a turma de Hasek, Yzerman, Hull, Fedorov, Robitaille, Lidstrom e Chelios não levar a taça de Lorde Stanley para a Joe Louis Arena a imprensa e a torcida provavelmente cairão em cima do time.

Do outro lado, o inesperado e surpreendente Carolina Hurricanes, o antigo Hartford Whalers. Muitos analistas e comentaristas consideram injusta e desmerecida a presença dos Hurricanes nesta final. Eu não concordo. Um time que vence três séries melhor-de-7 sem chegar ao jogo 7 em nenhuma delas não pode ser considerado apenas um azarão. Esse time tem que ter algo de bom; esse time deve ter algo de bom.

E tem.

Os Hurricanes contam com a maior vantagem que um time pode ter em uma final de qualquer esporte: ser considerado um azarão. Ao contrário do Detroit, os Hurricanes já superaram de longe todas as expectativas de sua torcida, sua imprensa e sua diretoria. Eles já são considerados vencedores. E realmente o são. Se perderem na finalíssima para o Detroit, o resultado será considerado normal e eles serão festejados durante os próximos meses por seus torcedores. O que se dizer então se eles vencerem o supertime de craques do Detroit? Eles estarão nos céus.

O Carolina Hurricanes entrou na final sem compromisso com a vitória. Prestem bem atenção. Eu disse "sem compromisso", não falei sem vontade. Os Hurricanes sabem que o favoritismo é total do Detroit e que os veteranos vencedores estarão pressionados por Deus e o mundo para conseguir esse título. Não adianta agora na final querer descobrir uma fórmula mágica para derrotar o favoritismo do Detroit. Então resta aos Hurricanes fazer o que têm feito de melhor nesses playoffs, quando foram sempre considerados os azarões: jogar. E jogar de forma simples e objetiva como têm feito nas últimas semanas. Com essa forma simples de jogar, o Carolina foi vencendo seus adversários e derrubando um a um. Primeiro o sempre favorito New Jersey Devils, em seguida o desfalcado Montreal Canadiens e, por último, o sempre difícil Toronto Maple Leafs.

Na outra ponta, o Detroit, após tomar um susto, conseguiu virar a série e bater o Vancouver Canucks em seis partidas, depois o St. Louis Blues e, por último, o rival Colorado Avalanche em sete partidas desgastantes.

Vamos esperar então para ver se a turma de Arturs Irbe, Jeff O'Neill, Rod Brind'Amour, Bates Batagglia e Ron Francis consegue surpreender alguns e presentear os poucos que acreditam no seu potencial, assim como eu acredito.

Meu palpite: Hurricanes 4-3 na série.

Alessander Laurentino colabora com The Slot BR e escreveu esta coluna antes do jogo 3.

 
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Página publicada em 10 de junho de 2002.