A última posição na tabela não é mais uma constante graças à vitória nos pênaltis sobre o Toronto Maple Leafs na noite de sábado, mas a lanterna ainda ameaça o Buffalo Sabres, que venceu apenas seu quarto jogo em 15 disputados e somou só dois pontos a mais que o pior time da liga. A má campanha tem motivado diversos jornalistas a escrever textos sugerindo a demissão de Lindy Ruff e uma atuação mais ativa do gerente geral Darcy Regier, como se a culpa pelas nove derrotas fossem da dupla que está há 13 anos em Buffalo.
É o que afirma Bucky Gleason, do Buffalo News: "O elenco foi montado por um gerente geral que está aqui há muito tempo e consiste de jogadores que estão aqui há muito tempo com desempenho abaixo do esperado para um treinador que está aqui há muito tempo."
Não há nada de negativo na afirmativa acima, exceto o tom dado pelo autor. A manutenção de um gerente geral e um treinador por muito tempo é positiva, demonstra que existe de fato um planejamento onde predomina a continuidade do trabalho, e essa é a principal virtude dos Sabres, algo que diferencia a franquia das demais que estão sempre trocando seus comandantes. É por isso que Regier não vai demitir Ruff, contrariando o jornalista, que enxerga a demissão como a única solução para a equipe.
Os Sabres perderam quatro jogos seguidos e chegaram ao último lugar, antes da vitória sobre os Maple Leafs. O que teria sido diferente se em vez de Ruff ali estivesse outro treinador? Os times especiais funcionariam? A defesa estaria mais organizada? O ataque marcaria mais gols?
Ruff não ficou parado assistindo ao fracasso do time. Por duas partidas seguidas, contra Atlanta Thrashers e Dallas Stars, ele barrou o capitão Craig Rivet, defensor de 36 anos. Em outro jogo, contra o Chicago Blackhawks, deixou o atacante Tim Connolly por todo o terceiro período no banco de reservas. Quando Ryan Miller se machucou, em vez de escalar seu experiente reserva, preferiu apostar em Thomas Enroth, goleiro com um jogo de experiência na NHL.
Enquanto isso, Regier falava ao telefone com outros gerentes, procurando alternativas para o time, mas o retorno não foi satisfatório. Experiente como é, o gerente não vai fazer doações de jogadores acreditando nos benefícios da burra "adição por subtração". Além disso, seu elenco é praticamente o mesmo da temporada passada, em que venceu a Divisão Noroeste com cem pontos conquistados.
A comparação com 2008-09 é pertinente para explicar a má fase. Nos últimos 43 jogos de temporada regular, a equipe venceu 17 e perdeu 26 (cinco na prorrogação ou pênaltis). Também na última campanha, a equipe passou por um momento difícil com apenas três vitórias em 15 jogos disputados. Logo, os resultados ruins não começaram agora.
Tanto Ruff quanto Regier cumprem o último ano de contrato. Por mais confiança que Tom Golisano, o proprietário do time, deposite na dupla, a paciência uma hora acaba e ele pode acreditar no que Gleason e outros escrevem nos jornais.
Então, para ajudar em sua decisão, vamos fazer uma breve retrospectiva do que tem sido o reinado de R&R em Buffalo.
1997-98: finais de conferência
1998-99: finais da Copa Stanley
1999-00: primeira fase
2000-01: segunda fase
2001-02: —
2002-03:
—
2003-04: —
2005-06: finais de conferência
2006-07: finais de conferência
2007-08: —
2008-09: primeira fase
Ao fim da temporada 2001, o goleiro Dominik Hasek deixou a franquia, o que explica a queda acentuada no desempenho entre aquela temporada e as seguintes. Nas duas campanhas logo depois do locaute, a equipe venceu mais de cem jogos e conquistou o Troféu dos Presidentes em 2006-07.
Em 12 temporadas completas, uma final de Copa Stanley, três finais de conferência, uma vez na segunda fase e duas vezes na primeira fase. Tudo isso com um elenco sempre mediano, cheio de jogadores pouco conhecidos, bem abaixo do teto salarial. Ruff sempre entregou mais do que recebeu.
Qualquer outro em seu lugar passaria pelo mesmo problema no 13.º ano de comando.
Mas ainda estamos em novembro, os Sabres estão a cinco pontos do oitavo lugar e podem tirar essa diferença em qualquer momento até abril. Então por que o desespero?
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