E as finais da Copa Stanley de 2009 prosseguem relativamente parecidas com as finais do ano passado. Depois de o Detroit Red Wings abrir 2-0 na série, o Pittsburgh Penguins correu atrás do prejuízo e venceu o jogo 3. Tal qual no ano passado, foi o melhor jogo da série até aqui.
Os Penguins abriram o placar, sofreram a virada, mas empataram e viraram o placar novamente para si, fechando a vitória por 4-2.
Dessa vez Chris Osgood não superou Marc-André Fleury. Dessa vez quem levou um gol defensável foi Osgood, que vazou num chute de longe de Kris Letang sem qualquer desvio ou interferência. Foi o gol que empatou o jogo.
Outro ponto em que os Penguins finalmente capitalizaram devidamente foi aproveitar a já tradicional deficiência dos times de matar penalidades dos Red Wings. Depois do vexame de não ter marcado em vantagem numérica (VN) no jogo 1, os Penguins marcaram uma vez no jogo 2 e duas vezes no jogo 3. Mas não apenas duas vezes: foram os dois gols capitais do jogo.
O gol de empate, de Letang, e o da vitória, de Sergei Gonchar, também de longa distância (mas dessa vez Osgood não tinha uma visão limpa do lance), foram os que mataram os Wings. Ambos em VN, punindo o que talvez seja o ponto mais fraco do Detroit — ainda que isso seja paradoxal para um time famoso pelo seu jogo defensivo.
Até o gol de Gonchar, o jogo vinha sendo relativamente cozinhado pelas partes desde o 2-2 do primeiro período. O Detroit dominou o segundo período, mas sem efetividade. No terceiro, os Pens saíram para matar. E mataram, numa penalidade cometida boba por Jonathan Eriksson. Isso pareceu acordar um pouco o Detroit, mas os Pens souberam segurar o placar e matar o jogo logo depois de Osgood correr para o banco em troca de mais um atacante.
O primeiro período foi o mais dinâmico da série. Os Penguins abriram o placar com Maxime Talbot e logo a seguir o Detroit empatou com Henrik Zetterberg. Minutos depois, aproveitando uma bela jogada de VN, Johan Franzen virou o jogo para o Detroit. Depois, Letang empatou para os Pens.
Do lado dos Pens, Fleury teve sólida atuação, Talbot marcou o gol que tirou o zero do placar e o gol que selou a vitória e Evgeni Malkin teve três assistências e segue sendo o atacante mais perigoso do time na série. Sidney Crosby foi novamente limitado por Zetterberg, outro que teve bela atuação, com participação ativa nos dois gols do time: um marcado por ele mesmo e outro com um belo passe para Franzen.
E, se Crosby segue devendo ao placar do lado dos Pens, Marian Hossa também segue do lado dos Wings. Vaiado constantemente pela torcida em Pittsburgh, Hossa brigou o jogo inteiro e fez algumas boas jogadas, mas sem conseguir colocar o disco para dentro do gol.
Eu tive uma forte impressão de que os Wings cansaram em alguns momentos, sobretudo em boa parte do terceiro período. Talvez os três jogos em quatro dias estejam cobrando a conta -- mas essa conta vale para ambos os lados. Dessa vez não houve gol de Justin Abdelkader, nem mesmo trancos jogadas eletrizantes de Darren Helm. Pelo contrário, Helm levou um belo tranco de Brooks Orpik no meio do gelo e ainda cometeu alguns turnovers perigosos. A surpresa do jogo para mim foi Matt Cooke, que distribuiu trancos para todos os lados e foi presença constante na frente de Osgood.
Na quinta-feira os Pens poderão jogar por terra a história de que não poderiam vencer quatro dos cinco jogos restantes da série. A eles, basta empatar e transformar as finais numa melhor de três jogos. Ao Detroit, basta seguir trilhando o caminho de 2008 e ficar a uma vitória da Copa. Veremos.
Marcelo Constantino curte o “frio” carioca de pouco menos de 20º C.