Como já é tradicional na The Slot BR, eis os pitacos dos integrantes da equipe para os confrontos da primeira fase dos playoffs de 2004 da NHL.

Alessander Laurentino -- Os Red Wings já são historicamente candidatos a eliminações precoces pelo geralmente inexpressivo oitavo colocado. Mas alguém realmente consegue acreditar que os Predators podem eliminar o Detroit? Façam suas apostas! A minha é 4 x 1 para o Detroit. Sim, porque uma varrida também seria demais. Detroit 4-1

Alexandre Giesbrecht -- Surpreendentemente, os Predators ganharam os três primeiros jogos da temporada contra o time que acabou com o Troféu dos Presidentes. Mas o Detroit não se deixou abater e empatou a série de temporada com três vitórias convincentes. A única chance da zebra aparecer por aqui é a mesma coisa que eliminou os Wings no ano passado: um goleiro em grande fase. Tomas Vokoun tem potencial para isso, também favorecido pelo esquema de jogo do time, mas o time de Detroit também vai estar vacinado, buscando vingança e com um poder de fogo maior que no ano passado. Ainda há a dúvida no gol: o experiente (mas machucado e de pouca confiança) Curtis Joseph ou a eterna promessa (mas que vem jogando muito) Manny Legace? Detroit 4-1

Bruno Bernardo -- Primeira vez do Nashville nos playoffs, e já encara logo o todo poderoso Detroit. O time dos Wings conta com Pavel Datsyuk, que melhora seu jogo cada vez mais. A defesa de Detroit também é outro show à parte. Com Lidstrom, Chelios e Hatcher, o ataque dos Preds não terá chance. No gol temos, do lado de Nashville, Tomas Vokoun, que teve sua melhor campanha, e essa deverá ser a unica dificuldade do Detroit. Detroit 4-0

Fabiano Pereira -- O melhor reserva da liga conseguiu. Provou finalmente que merece ser titular dos Red Wings. E nesse espírito os Red Wings devem passar pelos Predators. Ok, a equipe de Detroit foi surpreendida pelos Mighty Ducks na temporada passada. Mas é difícil imaginar que os Predators tenham em Tomas Voukoun um Jean-Sébastien Giguere. Fora que é mais difícil ainda imaginar que os veteranos dos Wings amoleçam contra os Preds. Eles não vão. A eliminação da temporada passada serviu de alerta e esta série eles não perdem. Mas parabéns à equipe de Nashville pela classificação! Detroit 4-1

Marco Aurelio Lopes -- Para o Predators, chegar aos playoffs já pode ser uma vitória. Para o Wings, é questão de honra levantar a Copa depois do fiasco de 2003. No entanto, uma série que lembra, e muito, a do ano passado, quando o então franco atirador Anaheim Mighty Ducks simplesmente ignorou a tradição vermelha detonou Detroit em quatro jogos. No entanto, esse ano nem os Predators parecem ter o mesmo poderio dos Ducks, nem os Wings parecem propensos a um novo tropeço. O time de melhor campanha da NHL deve ter uma missão mais fácil do que pode se prever, onde a única dúvida é se Legace será capaz de repetir as atuações que fizeram a torcida esquecer Hasek e Joseph, e, para isso, os Preds serão um ótimo e inofensivo sparring. Detroit 4-0

Marcelo Constantino -- A vitória dos Preds já é estar nos playoffs, o que vier daqui pra frente é lucro. Esta é a maior arma do time, o não ter nada a perder; e é daí que surgem as surpresas. O fantasma da eliminação do ano passado pode até voltar, os Preds podem até usar e abusar do jogo físico, ganhar um ou dois jogos, mas a verdade é que os Wings são superiores em todo e qualquer aspecto, até mesmo Manny Legace tem sido superior a Tomas Vokoun. Os Predators não são um time amarrado defensivamente, como os Ducks no ano passado; há um bom espaço para as diversas e poderosas armas ofensivas dos Wings resolverem a parada com rapidez. Não tem o menor cabimento repetir a dose do ano passado. Detroit 4-1

Thomaz Alexandre -- É impressionante como dos três times que brigavam por duas vagas no Oeste, o melhor foi justamente o que ficou de fora. Mas, paciência. Legace não poderia pedir uma maneira melhor de estrear em pós-temporada, usando esse adversário inferior para ganhar forma e sentir gradativamente a pressão aumentar. Nashville costuma jogar bem contra Detroit, e são um dos times mais saudáveis contra um dos mais doloridos. Mas em pós-temporada Wings são Wings e Preds ainda não são nada. Boa sorte. Detroit 4-2

Vantagem -- Detroit, fácil.

Alessander Laurentino -- Chegar aos playoffs os Blues já o fazem há 25 anos. Vencer o campeonato é outra longa história. Os Blues não sabem vencer e carregam o estigma de time amarelão. Já os Sharks têm alternado boas e más campanhas. Será que durante essa boa campanha eles têm cacife para chegar lá? San Jose 4-2

Alexandre Giesbrecht -- Os Blues vivem o clima de playoffs já há algumas semanas, lutando arduamente para se manter na briga com times que estavam jogando mais. A dúvida, como sempre, é no gol, mas vão ter de ir novamente com Chris Osgood, e não há muito o que se fazer aqui. Os Sharks se recuperaram muito bem de uma temporada decepcionante em 2002-03, e por pouco não levaram a coroa do Oeste. O elenco não é tão experiente, mas tem mostrado solidez. Essa série deverá ser equilibrada, mas os Sharks vão terminar por cima. San Jose 4-3

Bruno Bernardo -- O San Jose venceu a Divisão do Pacífico. O ataque dos Blues tem um trio bem conhecido: Keith Tkachuk, Doug Weight e Pavol Demitra, mas é só. Se eles não renderem o suficiente o time irá cair frente aos Sharks. As defesas são bem semelhantes. E no gol tudo parece bem similar também. Osgood e Nabokov prometem um bom duelo. Acho que os Blues ganham em sete jogos. St. Louis 4-3

Fabiano Pereira -- Que surpresa! Os Sharks, teoricamente em fase de reconstrução, conseguiram o primeiro lugar no Pacífico. Já os Blues, quase não classificaram. Como o mundo dá voltas. Mas o mais interessante nos Sharks é a ausência de super-estrelas. Muitos jogadores de bom nível, jogadores promissores, mas nenhum Doug Weight, Chris Pronger ou Keith Tkachuk. O que nos faz pensar que o conjunto realmente vale muito. Mas não desconsideremos os Blues ainda. São um time experiente e sabem como vencer em playoffs. Mas Mike Ricci também sabe. No gol, a vantagem é dos Sharks, com Nabokov e Toskala. Mas Osgood já foi campeão, e isso conta. San Jose 4-2

Marco Aurelio Lopes -- O time menos falado dos playoffs chega como o segundo melhor time do Oeste, depois de ter uma pífia temporada em 2003. Campeão com sobras e sem ameaças do Pacífico, os novos Sharks – bem diferente do que você estava acostumado (mais jovem, mais forte defensivamente) – só deverão ter problema contra os Blues pelo fato destes já estarem há pelo menos um mês em um playoff particular, lutando até o final pela vaga no seu 25º consecutivo. No entanto, Tkachuk, Demitra, Weight e cia. já não parecem ter a mesma química de anos atrás, e contra um Nabokov que retorna a seu melhor, a missão se torna ainda mais difícil. San Jose 4-2

Marcelo Constantino -- Os Blues entraram em longo declínio durante a temporada, mas conseguiram se segurar no fim e garantir mais uma classificação aos playoffs e agora enfrentam o time mais surpreendente da temporada. Nabokov contra Osgood é covardia. A defesa dos Blues fica nas costas de Pronger, que vai ter de se desdobrar para conter os velozes atacantes dos Sharks. Já a também veloz defesa do San Jose não deverá ter tanto trabalho contra Demitra, Tkachuk e Weight. San Jose 4-1

Thomaz Alexandre -- Outro time da calibre baixo a chegar nos playoffs, os Blues não têm MacInnis, nem Jackman. Têm Osgood, quando os Sharks têm Nabokov. Fizeram 28 gols a menos e sofreram 15 a mais que seu oponente. Nem com todos os veteranos dos Blues eu poderia negar que é Sharks na cabeça. San Jose 4-2

Vantagem -- San Jose.

Alessander Laurentino -- Grande série que envolve uma enorme rivalidade entre os dois times canadenses. A vantagem dos Flames é a empolgação por retornar aos playoffs, mas os Canucks têm um time melhor, mais experiente em palyoffs e com maior potencial técnico coletivo e individual. As grandes dúvidas da série na verdade são duas: os Canucks conseguirão ir à frente sem Bertuzzi e poderá Cloutier deixar de ser tão ruim nos playoffs e não mais atrapalhar seus companheiros? Vancouver 4-2

Alexandre Giesbrecht -- Depois de sete anos anos ausentes dos playoffs, os Flames estão de volta. Se, à exceção de Jarome Iginla, a linha não tem nada de excepcional, no gol Miika Kiprusoff tem tudo para no mínimo acabar com a Maldição de Montreal (desde que o time ganhou a Copa Stanley em Montreal, em 1989, nunca mais ganhou uma série de playoffs). Os Canucks vêm abalados pelo Caso Bertuzzi, que, ainda por cima, significou uma grande perda de poder de fogo. Para complicar ainda mais as coisas, são mais um time com problemas no gol. Será que o instável Dan Cloutier vai se manter como titular? E, mantendo-se, será que ele conseguirá sair vivo de Vancouver depois de mais uma eliminação? Calgary 4-2

Bruno Bernardo -- Apesar do Vancouver levar o favoritismo no papel, acredito que os Flames tenham uma ligeira vantagem. Nomes como Iginla e Kiprusoff podem fazer a diferença numa série entre esses dois times canadenses. Os Canucks não vão poder contar com Todd Bertuzzi devido ao seu ato criminoso. E isso pode acabar fazendo falta no final. A defesa dos Flames é jovem e cheia de gás, pode surpreender. Calgary leva a melhor. Calgary 4-2

Fabiano Pereira -- Confrontos canadenses sempre são bons, mas é chato ver dois times canadenses fora de uma só vez. Mas este confronto vem maculado por algo: Todd Bertuzzi. Caso os Flames vençam, a culpa vai ser toda dele. Não méritos dos Flames. O que é uma pena, pois Miikka Kiprusoff e Jarome Iginla valem destaque. E eles podem ganhar algo. "Roubado" dos Sharks, Kiprusoff foi o goleiro com melhor percentual de defesas e gols por jogo entre todos. E Iginla terminou como o líder em gols da liga, junto de Kovalchuk e Nash. Os ânimos estarão acirrados acima de tudo e não dá pra ter certeza que o campeão da Divisão Noroeste tenha garantida sua vitória. Calgary 4-3

Marco Aurelio Lopes -- Depois de anos os Flames voltam aos playoffs com um elenco composto de jogadores renegados em outras equipes (Nieminen, Yelle, Warrener, Donovan), alguns bons novatos (Kobasew, Lombardi), uma estrela (Iginla), e um goleiro que chegou no que pode ser considerada a mais bem sucedida torça da temporada, um “roubo” mesmo (Kiprusoff, vindo de San Jose por uma escolha de 2.ª rodada). Mas nada disso será capaz de parar os Canucks, que venceram a Divisão Nordeste, voltaram a encontrar seu melhor jogo na reta final, e parecem ter superado a ausência de Bertuzzi, com a liderança de Naslund e a emergência de Morrison. No gol, Calgary leva vantagem, mas no geral, Vancouver tem mais time. Vancouver 4-2

Marcelo Constantino -- Sem Bertuzzi os Canucks não vencem nem a Conferência Oeste, mas devem passar pelos Flames, ainda que com dificuldades. Da mesma forma que o Nashville, só de estar nos playoffs já é um grande feito para o Calgary. Porém, aqui uma surpresa é algo viável. O ataque do Vancouver é bem melhor, as defesas se equivalem, mas no gol o desnível é uma barbaridade: de um lado um possível candidato ao Hart em Kiprusoff, do outro, Dan Cloutier. A chave dos Flames para surpreender é única: Kiprusoff fechando tudo e Iginla fazendo gols na frente, aproveitando as falhas de Cloutier. Vancouver 4-2

Thomaz Alexandre -- Eu tenho que fugir da lógica em algum momento, e agora é a hora. Dado o ano defensivo que estamos vivendo, é possível que alguém tire um Jiggy da cartola, e um goleiro que combina números monstruosos, bastante descanso e uma defesa tenaz à sua volta é Miikka Kiprusoff. Sem Bertuzzi, mesmo com Sanderson e Rucinsky, os Canucks perdem muito também, e fica difícil ter o mínimo de simpatia por sua campanha nesses playoffs. Calgary 4-1

Vantagem -- Muito equilíbrio, mas o pêndulo vai para o lado do Calgary.

Alessander Laurentino -- Confronto digno de final da Conferência Oeste, infelizmente cai justamente na primeira fase, deixando de cara um dos dois grandes favoritos a título de fora tão cedo. Os Avs levaram vantagem na temporada regular, mas conseguirão superar Modano e companhia também nos playoffs? Colorado 4-2

Alexandre Giesbrecht -- Quando os Avs contrataram Teemu Selanne e Paul Kariya, todos se apressaram em elegê-los como favoritos para a Copa Stanley. Mas, quando os jogos começaram, as coisas não foram tão bem assim. A dupla não produziu o que se esperava dela, e o time seguiu em velocidade de cruzeiro, ganhando a vaga mais por osmose do que por qualquer outro motivo. No gol, havia a dúvida se David Aebischer agüentaria o tranco de substituir Patrick Roy. Até agora, agüentou. O time trouxe Tomi Salo do Edmonton mais para se precaver de uma eventual contusão ao titular. Os Stars começaram mal, aparentando que iriam ficar de fora até dos playoffs, mas se recuperaram a tempo e não faltou muito para conseguirem o mando de gelo na primeira fase. Será uma série nivelada por baixo, apesar do talento latente das duas equipes. É a mais difícil de se arriscar um palpite. Vou de Colorado, mas com um pé atrás. Colorado 4-3

Bruno Bernardo -- Outro encontro batido, Colorado e Dallas se encontram novamente. O ataque dos Avs tem estrelas como Sakic, Kariya, Sellane e Forsberg. Já Modano no Dallas não teve uma boa temporada. A defesa dos Stars não é mais a mesma da época de Hatcher. Zubov deverá carregar o resto nas costas. A mesma coisa acontece com Rob Blake no lado do Colorado. No gol, Aebischer terá a grande chance de sua carreira, porém, se não jogar bem, a equipe ainda conta com o experiente Tommy Salo. Nessa série dá Colorado. Colorado 4-1

Fabiano Pereira -- É incrível. Geralmente o confronto do 4.º contra o 5.º é o mais atrativo de se ver e este não foge à regra. Temos um Dallas que ressuscitou no meio da temporada e um Avalanche que mais uma vez espera que Forsberg esteja preparado para os playoffs. Difícil tentar prever o resultado desta série. Mike Modano está tendo a pior temporada de sua carreira e o mesmo vale para Teemu Selanne. Ou seja, serão jogos decididos em algumas jogadas. Mas que jogadas! Colorado 4-3

Marco Aurelio Lopes -- Dallas ameaçou no início que mais uma vez ficaria fora dos playoffs. No entanto o time foi se reerguendo e chegou até com sobras à pós-temporada. Terão pela frente um rival tradicional no Avalanche, que sempre parece chegar aos trancos e barrancos durante a temporada, mas que guarda seu melhor para os playoffs. Um duelo repleto de estrelas, com Guerin, Modano e Numminen querendo trazer o Stars de volta ao estágio de três anos atrás. Em Denver, Sakic, Forsberg, Blake, e agora Kariya e Selanne (que ainda andam devendo...) precisam mais do que nunca brilhar para aliviar a carga que o novato Aebischer sofrerá em sua primeira pós-temporada (e ainda por cima com o experiente Tommy Salo no banco pronto e doido para jogar). Colorado 4-3

Marcelo Constantino -- Os Avs não estão bem, ainda que Forsberg tenha voltado recentemente e que Sakic tenha feito mais uma temporada sensacional. A dupla Kariya e Selanne é um fracasso, o time agora conta com uma nova defesa, cheia de defensores-defensivos e o bom de tudo é que estão bem mais fortes com a chegada de Barnaby e Gratton. Os Stars estão em crescimento há várias semanas e são um time bem diferente daquela coisa horrorosa que começou a temporada. Sakic, Forsberg e Blake (quando voltar) certamente estarão num nível acima agora nos playoffs, mas a carência de profundidade em outras linhas poderá ser fatal. Ainda assim, têm tudo para vencer. Dallas 4-3

Thomaz Alexandre -- Se fosse outro time vindo frio e com muitos jogadores não exatamente saudáveis, eu já daria esta série ao Dallas. Mas com os Avs não é assim. Eles sabem que playoffs é o que importa, e têm as armas para isso. Esqueçam Kariya e Selanne, pois nenhum é chave para o confronto. Nem Forsberg e Sakic, de quem é certa uma boa produção. Os jogos de Aebischer, dos defensores recém-contratados e dos atacantes de terceira e quarta linhas serão os indicadores de vida ou morte para o Avalanche. Para os Stars, é questão de Mike Modano reencontrar seu toque e iluminar um ataque que não têm pressionado como pode as defesas adversárias. Série difícil. Dallas 4-3

Vantagem -- Colorado, numa séria longa, e com o Dallas podendo surpreender.