Por Alexandre Giesbrecht

O que é um sinal maior de que as coisas não vão lá muito bem na NHL? (a) A média de gols por jogo caiu de 5,5 para 5,1, comparando-se o primeiro quarto de temporada; ou (b) Colin Campbell, vice-presidente de operações de hóquei da NHL, descreveu o esporte na semana passada como "robótico"?

Entre os muitos assuntos que serão abordados no próximo encontro de dirigentes da NHL, em Palm Beach, Flórida, está a idéia de dar aos times um ponto extra por cada vitória conquistada no tempo normal. Em outras palavras, vitórias nos 60 minutos passariam a valer três pontos, vitórias na prorrogação, dois e empates ou derrotas na prorrogação, um ponto. Em teoria, os times estariam mais dispostos a jogar para a frente, tentando ganhar dois pontos a mais no terceiro período de jogos empatados, ao invés do jogo passivo que se tem visto nos jogos de tantos times. Usando a Divisão Pacífico como exemplo, percebe-se que as mudanças poderiam ser radicais. Hoje, os Kings estão na ponta, seguidos por Sharks, Coyotes, Mighty Ducks e Stars, nesta ordem. No novo formato, os Stars subiriam duas posições, passando para o terceiro lugar, com os Yotes caindo para a lanterna. Quem será que merece mais a terceira posição no Pacífico? A NHL decide.

Tomas Vokoun já deve ter esquecido a noite de 13 de novembro de 1999, quando sofreu seis gols em apenas 16 chutes, o que o levou a afirmar depois do jogo que aquele foi "o pior jogo de [sua] vida". Aliás, ele pode até ser considerado o melhor goleiro da NHL depois de um quarto da temporada, e tem sido creditado como o principal responsável pelos recentes 10-2 do Nashville. Sua porcentagem de defesas está em excepcionais 94,9%.

Martin Gerber conseguiu o que parecia impossível em Anaheim. O goleiro suíço, de 29 anos, tem jogado muito melhor que Jean-Sebastien Giguere, o ganhador do Conn Smythe em 2003, e está para tomar o posto de goleiro titular das mãos de Giguere. Mas quão melhor tem sido Gerber? São dele os dois shutouts dos Ducks nesta temporada. Sua média de gols sofridos (2,13) é consideravelmente melhor que a de Giguere (2,90), e Gerber também tem uma vantagem significativa em porcentagem de defesas (92,9% contra os 90,5%). E, talvez mais importante, Giguere tem uma vitória a menos (4) em sete jogos a mais (19).

Não importa qual time acabe recrutando a estrela russa Alexander Ovechkin com a primeira escolha do próximo recrutamento, em 2004: ele deverá assinar contrato nos termos do atual Acordo Coletivo de Trabalho, de acordo com o agente Don Meehan. O ACT expira em 15 de setembro do ano que vem. Isso significa que Ovechkin receberia o mesmo contrato recheado de bônus que o goleiro Marc-Andre Fleury tem com os Penguins. Como os mesmos Pens são hoje o time com mais chances de conseguir Ovechkin, é sempre bom lembrar que, quando o GG Craig Patrick assinou com Fleury nesses termos, ele disse que seria "o primeiro e último" para o time de Pittsburgh.

Como esperado, Martin Straka, a última aquisição dos Kings, está se encaixando perfeitamente no seu novo time. Em quatro jogos com o Los Angeles, o tcheco já teve dois jogos com mais de um ponto, acumulando cinco pontos no total. Ele também tem +3 desde que se mudou para a Califórnia e rejuvenesceu ao voltar a um time forte. Com Straka a bordo, e as voltas de Jozef Stumpel e Ziggy Palffy, além da emergência do jovem Mike Cammalleri como grande pontuador, os Kings podem enfrentar melhor as ausências de Jason Allison e Adam Deadmarsh, ambos fora provavelmente até o fim da temporada.

Será que Roman Hamrlik, primeiro escolhido do recrutamento de 1992, pelo Tampa Bay Lightning, está para ser trocado de volta para a Flórida? De acordo com rumores cada vez mais fortes, é possível que o tcheco de 29 anos volte a Tampa numa troca pelo central Alexander Svitov, ironicamente a escolha de primeira rodada do time (número 3 no geral) em 2001. Hamrlik é o zagueiro principal que os Bolts estão procurando, e Svitov não vai se tornar um dos seis principais atacantes enquanto Vincent Lecavalier e Brad Richards estiverem no meio das duas principais linhas do Lightning. O problema então passa a ser o salário de Hamrlik: US$ 3,6 milhões.

Em uma parede do lado de fora do vestiário dos Canucks foram pintadas imagens das cinco camisas que o time usou desde que entrou na NHL. Abaixo de cada camisa estão os nomes dos capitães do time quando da vigência de cada uniforme, mas a parte que representa 1990-91 inclui dois nomes, Trevor Linden e Doug Lidster, e um que foi apagado. Uma olhadela mais de perto mostrou que era o de Dan Quinn. Um diretor do time não soube explicar por que o nome de Quinn foi apagado.

A nova encarnação da World Hockey Association, que espera tirar proveito da possível cruzada de braços na NHL a partir do início da próxima temporada, faria seus primeiros encontros "para valer" nesta semana, em Toronto.