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14 de novembro de 2003

Por Alexandre Giesbrecht

O início do fim para Ron Francis? Seus últimos totais de minutos jogados até domingo mostravam 12:47, 12:23 e 13:06, seus menores desde 1999. Ele também caiu da primeira para a terceira linha e deixou a primeira equipe de vantagem numérica. A gerência do Carolina reconheceu que está dando um papel menor para Francis, de 40 anos, que tem dois gols e uma assistência em 13 jogos. "Esse é o tipo de jogador que você acha que vai jogar para sempre", declarou o gerente geral Jim Rutherford ao jornal Raleigh News & Observer. "Em algum ponto, vai haver mudanças de papéis." A opinião de Francis: "É diferente. É algo por que eu nunca passei."

Luc Robitaille, de 37 anos, é o segundo artilheiro do Los Angeles e aparentemente ainda não está preparado para um papel menor. Mas isso não o fez deixar de levantar a possibilidade de se aposentar num futuro próximo: "Acho que vamos todos ser forçados a nos aposentar no ano que vem. Não sei ainda. Estou vivendo um ano de cada vez. Mesmo neste ano, quando me perguntaram por quanto tempo eu gostaria de assinar, de cara eu respondi: 'Um ano, e vamos ver o que acontece.'" Perguntado se ele saberá quando é hora de parar, ele respondeu: "Eu saberei. Você pode perceber quando não consegue mais acompanhar o ritmo. É aí que você tem de sair."

Essa briga ainda vai longe: o comissário da NHL, Gary Bettman, declarou na quinta-feira que Brett Hull e Jeremy Roenick não são os únicos jogadores da liga que consideram que os salários dos jogadores estão muito altos, mesmo que Hull e Roenick sejam os únicos a oferecer tal sentimento: "Quando eles olham a economia do esporte, admitam eles ou admita o sindicato [de jogadores], lá no fundo eles entendem que algo está errado e tem de ser consertado." Um advogado da NHLPA, a associação de jogadores da NHL, negou veementemente o argumento.

O pior é que mesmo quando o salário não está tão alto assim, muitas vezes ele não parece ser merecido. Com seus Coyotes perdendo por 2-1 para o Colorado a quatro segundo do final, Jan Hrdina tinha o disco em seu taco na frente do gol. E passou para a sua esquerda. Ele tem um gol e 11 chutes e, 12 jogos pelo Phoenix, que assinou contrato com ele por um ano, a US$ 2,2 milhões, em setembro.

Antes de entrar para o Hall da Fama do Hóquei em Toronto, na segunda-feira da semana passada, Grant Fuhr, que construiu sua fama ao atuar com brilhantismo em jogos de placares altos, deixou claro que gostaria de ver a volta dos tempos em que mais goleiros tinham de trabalhar duro para ganhar o pão de cada dia: "Acho que você vai ter muito mais estádios cheios para um jogo que termine em 10-5 que num que termine em 2-1, onde não há emoção. Gostaria de de ver o jogo se abrir de novo, onde cada noite seja cheia de gols."

Parte do motivo por que os gols estão sumindo é o sentimento crescente entre os jogadores de que isso é inevitável. Vejam esta resposta de Mats Sundin quando perguntado por que ele, Mario Lemieux e tantos outros artilheiros consagrados têm dois gols ou menos: "Eu não sei. Você vê que outros jogadores estão marcando, mas está tudo muito competitivo. Olhe a classificação. Obviamente, é importante para a liga ver vários de seus principais jogadores produzindo, mas a maior preocupação de todos é como o seu time está indo." Quando a pergunta foi se havia alguma coisa que a NHL pudesse fazer sobre isso, a sua resposta começou da mesma maneira que a anterior: "Eu não sei. É uma pergunta difícil. Eu realmente acho que tudo é derivado apenas do fato de a liga estar mais competitiva. Acho que é difícil ver como se pode mudar isso."

O técnico do Tampa Bay, John Tortorella, tem um daqueles problemas que todo técnico gostaria de ter: dois goleiros de qualidade brigando por uma única vaga. Seu titular, Nikolai Khabibulin, demonstrou estar em forma neste início de temporada, acumulando uma campanha de 7-1-1, com média de 1,98 gols sofridos e 92,6% de defesas. São números bastante sólidos. Isso até se olhar para os números que o outro postulante ao gol do Lightning, John Grahame, conseguiu. O reserva tem 1-1-1, com uma minúscula média de 0,81 gol sofrido e impressionantes 96,7% de defesas. Ele parou 88 de 91 chutes em quatro aparições nesta temporada. Ver o reserva jogando tão bem deve deixar Khabibulin apreensivo, especialmente se levarmos em consideração o que aconteceu nos playoffs em maio, quando Tortorella mandou uma mensagem alta e clara para o titular ao colocar Grahame para jogar no último jogo do time nos playoffs. Este jogou muito bem, parando 46 dos 48 chutes disparados contra o seu gol, na derrota por 2-1 para o New Jersey, na prorrogação. O resultado eliminou o Lightning, mas Grahame demonstrou que está preparado para jogar sempre que chegar a sua vez.

O agora ex-técnico do Florida, Mike Keenan, trocou gentilezas recentemente com Glenn Healy, o goleiro reserva do time do New York Rangers que Keenan liderou na conquista da Copa Stanley, em 1994. Healy declarou na TV canadense que nenhum time precisa de um técnico competente no banco para ter sucesso, citando os Rangers de 1994 como prova. "Foi um ato bem desrespeitoso e gratuito", declarou Keenan ao jornal Sun-Sentinel, do sul da Flórida. "Não sei por que ele está fazendo isso. Acho que ele está bravo porque não jogou muito, sei lá. Mike [Richter] teve um ano tão bom; como eu poderia não ir com o goleiro em boa fase?" Qualquer que seja o motivo de Healy, não parece que ele vai mudar de idéia tão cedo. Healy ainda disparou: "Keenan pode treinar as 20 mulas alugadas lá na Flórida, mas ele não me treina mais." É, e também não treina mais as "20 mulas alugadas".

Terça, 4/novembro/2003
Colorado 4-4 Minnesota
Tampa Bay 1-5 Washington
Montreal 2-4 Edmonton
Toronto 4-2 Pittsburgh
Calgary 0-3 Detroit
NY Rangers 3-0 Dallas
St. Louis 2-1 Anaheim (P)
Quarta, 5/novembro/2003
Buffalo 4-7 Atlanta
Nashville 3-4 Vancouver
Florida 2-3 Los Angeles
New Jersey 3-2 San Jose (P)
Quinta, 6/novembro/2003

Boston 5-5 San Jose
Carolina 6-3 NY Rangers
Philadelphia 4-2 Washington
Ottawa 3-3 Edmonton
NY Islanders 4-1 Dallas
St. Louis 3-2 Vancouver
Colorado 2-1 Phoenix
Tampa Bay 0-1 Los Angeles (P)

Sexta, 7/novembro/2003
Florida 6-3 Pittsburgh
Columbus 4-2 Atlanta (HT)
Calgary 0-3 Minnesota
Nashville 1-2 Chicago
Buffalo 2-1 Montreal
New Jersey 1-1 Toronto
Sábado, 8/novembro/2003

Tampa Bay 9-0 Pittsburgh (HT)
Detroit 3-4 Nashville
NY Islanders 3-4 Atlanta
Phoenix 4-3 Anaheim (P)
Vancouver 4-3 Minnesota
Boston 4-1 Dallas
Toronto 4-1 Edmonton
Washington 2-3 San Jose
Carolina 3-2 Los Angeles (P)
Montreal 3-0 Buffalo
NY Rangers 1-2 Philadelphia (P)
St. Louis 2-0 Florida
Ottawa 0-1 New Jersey

Domingo, 9/novembro/2003
Chicago 3-4 Colorado (P)
Columbus 4-3 Calgary
Anaheim 2-1 Phoenix (P)
Carolina 1-1 Tampa Bay
Segunda, 10/novembro/2003

NY Rangers 4-5 Edmonton
Washington 2-3 Los Angeles
Detroit 3-0 Chicago

Legenda
(P) = prorrogação; (HT) = hat trick
Obs.: à esquerda os times da casa
 
FRASE DA SEMANA

"Você sempre vai ter um time em primeiro lugar de público e um em 30.º. Nunca conseguiremos evitar isso."
Frank Brown, vice-presidente de relações públicas da NHL, sobre a decadente média de público da liga

SHUTOUTS DA SEMANA
9
Lado bom: não ficamos no sete pela quarta semana seguida. Lado ruim: subimos para nove
HAT TRICKS DA SEMANA
2
David Vyborny, do Columbus, e Vincent Lecavalier, do Tampa Bay
CAMPANHAS NA SEMANA
Times da casa: 23-14-5-3
Times visitantes: 17-18-5-5
MÉDIA DE GOLS/JOGO
236/45 = 5,24
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Página publicada em 12 de novembro de 2003.