Por Rafael Roberto

O clima no vestiário do Colorado Avalanche, na última segunda-feira, era mais feliz do que o placar de 1-1 contra o Dallas Stars poderia proporcionar. Parecia que os Avs tinham quebrado a seqüência de quatro derrotas seguidas em casa.

Porém, o motivo da felicidade geral foi a marca de um único jogador. Patrick Roy conseguiu o que nenhum outro goleiro na história da NHL alcançou: disputar sua milésima partida.

Amigos, familiares e celebridades, como Ray Bourque — amigo incondicional do goleiro do Avalanche — estavam lá para ver uma homenagem ao goleiro após mais um jogo histórico para sua carreira.

Assim que a partida terminou, as luzes no Pepsi Center foram apagadas e o telão exibiu momentos de toda a carreira de Roy. Após isso, o goleiro foi presenteado com um taco de goleiro, em tamanho real, feito de prata, celebrando a marca que parece imbatível.

É mais um recorde para os vários que Roy possui: ele é o goleiro com maior número de vitórias de temporada regular na história da NHL; é o goleiro com maior número de vitórias de playoffs na história da liga; é o goleiro que tem o maior número de temporadas com mais de 30 vitórias; é o jogador da liga que mais vezes venceu o Troféu Conn Smythe — concedido ao jogador mais valioso dos playoffs —; tem seu lugar garantido no Salão da Fama do hóquei e possivelmente será lembrado como o maior goleiro da história.

Todas estas marcas e recordes contrastam com seu mau começo na liga. Recrutado apenas na quarta escolha do Montreal Canadiens, em 1984, Roy tomou terminou sua primeira temporada com média de 3,35 gols sofridos por jogo e um percentual de defesas de apenas 87,5%.

Jogando pelos Canadiens, Roy se tornou a estrela do time, liderando o time rumo ao título da Copa Stanley de 1986, onde recebeu seu primeiro troféu Conn Smythe. O “Rei dos Goleiros” começava a construir o status de lenda da NHL.

Em dez temporadas e meia com os Canadiens, Roy disputou 551 de seus 1000 jogos, ficou de fora dos playoffs apenas uma vez, foi campeão novamente em 1993 — recebendo mais uma vez o Conn Smythe —, e no final do ano de 1995, foi negociado com o Colorado, chegando ao time que anteriormente foi o maior rival do Montreal, o Quebec Nordiques.

Para o Avalanche, Roy foi peça fundamental na construção de uma franquia sólida e na conquista de seus dois títulos.

Foi em Colorado que Roy bateu o recorde de vitórias em temporada regular, recebeu seu terceiro Troféu Conn Smythe, ambos na temporada 2000-01, e teve sua melhor temporada em relação aos números — média de apenas 1,94 gol sofrido por jogo e 92,5% de defesas, com 9 shutouts.

Aos 37 anos de idade, Roy já esta bem perto de se aposentar e vem mantendo uma temporada irregular, mas mostrou na noite de segunda que ainda está em forma para levar os Avs a mais um título.

Roy em Números*:

Jogos: 1.000
Minutos jogados: 58.491
Vitórias: 529
Derrotas: 311
Empates: 128
Média de gols sofridos por jogo: 2,56
Shutouts: 61
Defesas: 25.055
Porcentagem de defesas: 90,9%

* Números de temporada regular, atualizados até o fechamento desta edição.