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24 de janeiro de 2003
NHL: qual o futuro?

Por Bruno Bernardo

Hoje inicio uma série de reportagens sobre o futuro da NHL. Primeiramente, farei uma breve introdução de um dos grandes problemas da atualidade: as finanças dos times.

Imagine que você tem o jogador que é o quarto colocado na em pontos na liga, o que faria com ele? Trocaria-o ou manteria-o no time? Para os Penguins, talvez a melhor opção seja trocar mesmo.

Os Penguins ainda sofrem com seus problemas financeiros, mesmo após a troca de Jaromir Jagr — que consumia quase dez milhões na folha salarial do time — para os Capitals. Também se foram Bob Boughner, Robert Lang e Darius Kasparaitis.

O fato é que o time esté num desmanche. E o próximo a sair pode ser Alexei Kovalev.

Kovalev é um jogador indispensável para o time: marca muitos gols, tem uma posição sólida em vantagem numérica e é dono de um chute potente e certeiro. Apesar disso, deverá receber o passe livre no fim da temporada, enquanto as negociações não foram lá muito saudáveis.

Jogadores como Bobby Holik, dos Rangers, estão recebendo algo como nove milhões salariais. É logico que um jogador como Kovalev, muito melhor, vai querer receber um salário do nível, mas será que os Penguins, que já tiveram de cortar um jogador que ganhava dez milhões, terá condições de pagar um de nove?

A situação do time da Pensilvânia é menos complicada que a de times como o Ottawa Senators, que não consegue pagar seus jogadores, ou do Buffalo Sabres, que assim como o Ottawa, já pediu falência, mas estes fatos estão se repetindo e os grandes mercados, como Nova York, aumentam cada vez mais o nível salarial dos jogadores, fazendo com que os outros sigam este fluxo.

A NHL terá que agir, e rápido, pois cada vez mais os times fecham o ano com suas contas em débito, e os salários aumentam cada vez mais. O “Collective Bargains Agreement” — um acordo entre a liga, os clubes e os jogadores — expira em 2004, e a liga terá que pressionar a Associação de Jogadores para acabar com estes salários ridículos.

Gary Bettman, o comissário da NHL, diz que o preço dos ingressos durante este acordo aumentou 171%, porém os salários aumentaram 244%, durante o mesmo período. A média salarial da liga é de U$ 1,6 milhão, maior até que a da NFL, que é de U$ 1,1 milhão, sendo que a última tem uma quantidade de torcedores muito maior nos EUA.

Na minha opinião, deveriam ser adicionados um teto salarial comum para todos os times e algum tipo de divisão nas cotas dos ingressos, pois não dá para a liga continuar sofrendo com cada vez mais times tendo problemas financeiros.

Bruno Bernardo comeu um biscoito de chocolate enquanto fazia este artigo.
 
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Página publicada em 22 de janeiro de 2003.