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17 de janeiro de 2003
A importância de se vencer um clássico

Por Rafael Roberto

Colorado Avalanche e Detroit Red Wings são times com características semelhantes: ambos viveram os últimos anos no topo da tabela de classificação, possuem elencos estrelares, torcidas fanáticas e a determinação para vencer que poucos times têm.

Mas a história tem seus caprichos e ela fez o caminho destes dois times se cruzarem algumas vezes e, destes encontros, surgiu uma das maiores rivalidades — talvez a maior — da história da NHL, não por causa de suas diferenças, mas sim pelas semelhanças.

Porém, nesta temporada, a história é completamente diferente: os Red Wings vêm se mantendo no topo da tabela, enquanto o Avalanche luta para poder ficar entre os oito melhores da Conferência Oeste.

A maior diferença entre os rivais nesta temporada é a vontade de vencer. O Avalanche parece que perdeu esta qualidade desde o jogo seis das finais de conferência do ano passado, num jogo contra os próprios Red Wings. A história destes dois últimos jogos todos já sabem: os Avs não fizeram nenhum gol, tomaram nove e no ultimo jogo foi humilhado por 7-0.

Nesta quinta-feira o Avalanche tem a chance de apagar a humilhante derrota, ao enfrentar os Red Wings em Denver, numa situação bem diferente da que se encontrava na temporada passada.

Com 44 jogos disputados, o Avalanche possui 48 pontos, apenas três pontos a menos que tinha na temporada passada com o mesmo número de partidas disputadas.

Porém, o Avalanche de 2002 tinha Patrick Roy, que liderava a liga com a menor média de gols sofridos, maior percentual de defesa e shutouts. Os Avs de 2003 contam com um goleiro inconsistente, que ainda não conseguiu nenhum shutout e nem encontrou seu verdadeiro hóquei.

Mesmo sem Peter Forsberg, o Avalanche da temporada passada contava com um ataque variado, consistente e bem distribuído em todas as linhas, coisa que não vem acontecendo nesta temporada. Apenas Milan Hejduk, Joe Sakic e Forsberg estão se mantendo produtivos, e o Colorado precisa que jogadores como Alex Tanguay, Steven Reinprecht e Radim Vrbata reencontrem seus estilos.

Por todos estes problemas, uma boa atuação do time de Colorado pode mexer com os jogadores e devolver o ânimo, para que eles possam jogar acima da média atual e tornarem-se consistentes num nível superior.

Caso o clássico não anime o Avalanche, o gerente geral Pierre Lacroix, mesmo afirmando que este é o melhor time que já jogou em Colorado, deve fazer uma troca ou duas até a data limite (11 de março). Lacroix deve adquirir um grande goleador — já que nesta característica os Avs têm apenas Hejduk — e um sexto defensor experiente, para descansar um pouco a sobrecarregada defesa.

Além de toda a magia do clássico Avalanche x Red Wings, esta semana é também muito importante para a reviravolta dos Avs na temporada porque o clube joga apenas uma vez. Com isso, o treinador Tony Granato pode descansar seus atletas, melhorar algumas deficiências e estimular o grupo para a conquista do principal objetivo desta temporada regular: o nono título consecutivo da divisão noroeste.

Confrontos -- Nas entrelinhas deste clássico, dois duelos devem chamar a atenção dos torcedores.

Hejduk e Brett Hull devem proporcionar uma bela corrida por gols. Ambos estão em excelente fase e vêm se mostrando os mais importantes para seus times até agora. São atletas com características semelhantes e que marcam grandes gols quando seus times mais precisam.

No outro duelo, Curtis Joseph e Roy brigam para apagar suas campanhas medíocres. São goleiros ágeis e quem têm a capacidade de vencer jogos para seus times, mas que não vêm fazendo nada mais que uma temporada de mediana a ruim. Este clássico pode ser uma chance para os goleiros reencontrarem seu verdadeiro hóquei.

Rafael Roberto é um grande admirador do "clássico dos clássicos" da NHL.
SALVE, MILAN O Avalanche comemora o gol de Hejduk, melhor jogador do time até agora, que deu a vitória por 3-2 na prorrogação contra os Hurricanes (Karl DeBlaker/AP - 12/01/2003)
 
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Página publicada em 15 de janeiro de 2003.