Por
Rafael Roberto
Colorado Avalanche e Detroit Red Wings são times com características
semelhantes: ambos viveram os últimos anos no topo da tabela
de classificação, possuem elencos estrelares, torcidas
fanáticas e a determinação para vencer que poucos
times têm.
Mas a história tem seus caprichos e ela fez o caminho destes
dois times se cruzarem algumas vezes e, destes encontros, surgiu uma
das maiores rivalidades talvez a maior da história
da NHL, não por causa de suas diferenças, mas sim pelas
semelhanças.
Porém, nesta temporada, a história é completamente
diferente: os Red Wings vêm se mantendo no topo da tabela, enquanto
o Avalanche luta para poder ficar entre os oito melhores da Conferência
Oeste.
A maior diferença entre os rivais nesta temporada é a
vontade de vencer. O Avalanche parece que perdeu esta qualidade desde
o jogo seis das finais de conferência do ano passado, num jogo
contra os próprios Red Wings. A história destes dois últimos
jogos todos já sabem: os Avs não fizeram nenhum gol, tomaram
nove e no ultimo jogo foi humilhado por 7-0.
Nesta quinta-feira o Avalanche tem a chance de apagar a humilhante derrota,
ao enfrentar os Red Wings em Denver, numa situação bem
diferente da que se encontrava na temporada passada.
Com 44 jogos disputados, o Avalanche possui 48 pontos, apenas três
pontos a menos que tinha na temporada passada com o mesmo número
de partidas disputadas.
Porém, o Avalanche de 2002 tinha Patrick Roy, que liderava a
liga com a menor média de gols sofridos, maior percentual de
defesa e shutouts. Os Avs de 2003 contam com um goleiro inconsistente,
que ainda não conseguiu nenhum shutout e nem encontrou seu verdadeiro
hóquei.
Mesmo sem Peter Forsberg, o Avalanche da temporada passada contava com
um ataque variado, consistente e bem distribuído em todas as
linhas, coisa que não vem acontecendo nesta temporada. Apenas
Milan Hejduk, Joe Sakic e Forsberg estão se mantendo produtivos,
e o Colorado precisa que jogadores como Alex Tanguay, Steven Reinprecht
e Radim Vrbata reencontrem seus estilos.
Por todos estes problemas, uma boa atuação do time de
Colorado pode mexer com os jogadores e devolver o ânimo, para
que eles possam jogar acima da média atual e tornarem-se consistentes
num nível superior.
Caso o clássico não anime o Avalanche, o gerente geral
Pierre Lacroix, mesmo afirmando que este é o melhor time que
já jogou em Colorado, deve fazer uma troca ou duas até
a data limite (11 de março). Lacroix deve adquirir um grande
goleador já que nesta característica os Avs têm
apenas Hejduk e um sexto defensor experiente, para descansar um pouco
a sobrecarregada defesa.
Além de toda a magia do clássico Avalanche x Red Wings,
esta semana é também muito importante para a reviravolta
dos Avs na temporada porque o clube joga apenas uma vez. Com isso, o
treinador Tony Granato pode descansar seus atletas, melhorar algumas
deficiências e estimular o grupo para a conquista do principal
objetivo desta temporada regular: o nono título consecutivo da
divisão noroeste.
Confrontos -- Nas entrelinhas deste clássico,
dois duelos devem chamar a atenção dos torcedores.
Hejduk e Brett Hull devem proporcionar uma bela corrida por gols. Ambos
estão em excelente fase e vêm se mostrando os mais importantes
para seus times até agora. São atletas com características
semelhantes e que marcam grandes gols quando seus times mais precisam.
No outro duelo, Curtis Joseph e Roy brigam para apagar suas campanhas
medíocres. São goleiros ágeis e quem têm
a capacidade de vencer jogos para seus times, mas que não vêm
fazendo nada mais que uma temporada de mediana a ruim. Este clássico
pode ser uma chance para os goleiros reencontrarem seu verdadeiro hóquei.
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Rafael Roberto é um grande admirador do "clássico
dos clássicos" da NHL. |
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