Por Marcelo Constantino

Vitórias na prorrogação são sempre emocionantes, certo? Geralmente sim, mas isso não quer dizer que o jogo tenha sido a mesma coisa. Foi o caso da partida entre Boston Bruins e Detroit Red Wings desta quinta-feira na Joe Louis Arena, transmitida pela ESPN para o Brasil durante a madrugada.

O Detroit não vencia havia três partidas, e para o dia seguinte estava agendada a tradicional visita à Casa Branca, para o time campeão da Stanley Cup receber as honras do presidente dos EUA. Uma vitória melhoraria os ânimos.

Foi Sergei Fedorov quem deu a vitória ao Detroit por 2-1, na prorrogação, ao chutar da altura dos círculos de ataque. O gol foi marcado aos 2:08 do período extra.

Mas o grande nome da noite não foi Fedorov. O goleiro reserva Manny Legace fez o que pôde no gol dos Wings para preservar o placar, exceto numa falha de Mathieu Dandenault na linha azul, que levou ao primeiro gol da partida: Glen Murray rifou o disco para frente, Dandenault não conseguiu segurá-lo na linha azul e lá veio Joe Thornton a não permitir que a gritante falha compensasse. Carregou o disco praticamente livre até meter no gol de Legace e abrir o placar. Isso já no terceiro período.

Legace defendeu todos os outros 33 chutes dos Bruins, inclusive alguns sensacionais, disparados por jogadores desmarcados, no primeiro período e na prorrogação. Durante uma vantagem numérica para os Bruins no período inicial, ele fez duas grandes defesas em questão de segundos, em chutes de Murray e Thornton.

Modesto, Legace disse mais tarde que "os chutes começaram a chegar logo cedo e vinham de todos os lados. Em alguns deles eu tive sorte, porque estava fora de posição."

De um modo geral, a partida foi fraca. Os Bruins dominaram o primeiro período, tendo sido barrados por Legace, conseguindo ainda duas extraordinárias chances de gol. No segundo a situação se inverteu, com os Wings dominando e sendo barrados por John Grahame, sem, contudo, ter grandes chances de gol e ainda demonstrando falta de rumo. Isso tudo, mesmo contando com cinco chances de vantagem numérica e um minuto de vantagem de dois homens, quando deram apenas um chute a gol.

No terceiro o time da casa só partiu realmente para o ataque após estar em desvantagem.

Os Wings haviam sido derrotados na partida anterior pelos Blackhawks, por 2-0, e fazer gol já começava a se tornar algo incomum: na metade do terceiro período já se somavam mais de duas horas sem colocar o disco dentro do gol adversário.

Até que, na sétima chance de vantagem numérica, Nicklas Lidstrom fez uma perfeita tabelinha com o novato Henrik Zetterberg e empatou o jogo. Na entrada da zona de ataque, Lidstrom passou para o novato, que estava na altura do círculo esquerdo. O defensor avançou em direção ao gol, recebeu o disco de volta e meteu para o gol. Já é o sétimo dele nesta temporada. Na anterior, quando venceu novamente o Troféu Norris como melhor defensor, havia marcado nove. Lidstrom ainda teve uma assistência no gol de Fedorov.

Uma penalidade por high-sticking cometida por Brendan Shanahan, faltando um minuto para o fim da partida, acabou deixando os Wings tendo de matar a penalidade durante outro minuto, já no começo da prorrogação. O time conseguiu matar, inclusive contando com mais uma grande defesa de Legace, em mais uma grande chance de gol para Thornton — o grande nome da partida pelo lado do Boston.

Logo depois, num ataque mais consistente dos Wings, Fedorov selou o placar final.

Nota -- Toda a equipe da The Slot BR agradece ao narrador André José Adler, pela divulgação do endereço do nosso site durante a partida.