Por
Humberto Fernandes
260 gols, 251 assistências, 511 pontos em 739 jogos. Herói.
Uma "machadada" sob um prospecto que buscava seu lugar ao
sol. Vilão.
Bill Guerin continua desfilando seu talento e marcando muitos gols ao
redor da NHL, mas, verdade seja dita, ele é tão malvado
quanto um Peter Forsberg. Sei que este assunto já está
praticamente esquecido, aconteceu durante a pré-temporada
onde apenas fãs do Wild comemoram resultados e a imprensa
não deu muita atenção; por isso, vamos retomá-lo,
para que ninguém se esqueça do que este grande goleador
da NHL foi capaz de fazer um dia.
No dia 4 de julho o Dallas Stars anunciava a contratação
do agente livre Guerin, pela bagatela de US$ 45 milhões por cinco
anos. Vários times desejavam ter o jogador em seu elenco, como
os Rangers quem estes não querem? e os Maple Leafs,
mas a longa proposta dos Stars encheu os olhos do ex-jogador dos Bruins.
Sem dúvida alguma, a equipe de Dallas fazia estremecer a Conferência
Oeste, ao trazer de volta este grande goleador, por quatro temporadas
jogador dos Oilers. Em seu histórico aparecem feitos como ser
escolhido MVP do Jogo das Estrelas de 2001 (três gols e duas assistências),
participação na seleção dos EUA nas Olimpíadas
de Salt Lake City (quatro gols e duas assistências em seis jogos;
medalha de prata) e duas temporadas seguidas atingindo a marca de 40
gols (esta será a terceira).
O gerente geral dos Stars, Doug Armstrong, declarou que "Bill Guerin
dá a esta organização tamanho e velocidade na asa
direita, algo de que nós sentíamos necessidade. Nós
buscamos suas contribuições dentro do gelo e fora dele,
por sua liderança, pelos próximos cinco anos".
Armstrong somente não esperava o que Guerin iria aprontar nos
treinamentos para a temporada. Durante um desentendimento no gelo, o
famoso e bem pago craque desferiu uma tacada no pescoço do prospecto
Brett Draney, de 21 anos. Este não se contundiu gravemente, erguendo-se
para revidar e apanhando novamente (desta vez apenas com as mãos).
Imediatamente ao ver o lance, vem à mente Marty McSorley e sua
tacada desleal na cabeça de Donald Brashear (hoje nos Flyers).
McSorley parecia um jogador de beisebol tentando rebater um home-run,
mas, ao invés da bolinha, usou a cabeça do adversário.
A NHL imediatamente o expulsou, suspendeu, baniu e demais sinônimos
de "McSorley não!".
Poderíamos esperar a mesma punição para Guerin
se o ocorrido fosse durante a temporada. Infelizmente, não foi.
E, por ser interno, um assunto de total responsabilidade do Dallas Stars,
ele não será punido. Evidentemente, os Stars não
o pagam US$ 9 milhões por temporada para ele perder jogos, como
bem definiu a nota da edição
15 da Slot. E a NHL não pode simplesmente desafiar a autoridade
dos Stars e fazer justiça. Problema dela, agora com mais uma
imagem negativa do esporte, que já tem seu contingente de inimigos.
Resta-nos lamentar a atitude de Guerin contra um prospecto. Não
precisava agir com tamanha brutalidade. Mesmo que eu não conheça
a vida e/ou o histórico de Draney, não sai da cabeça
a imagem de um "pobre coitado" tentando encontrar seu espaço
no hóquei. Posso estar enganado e ele também ser um mal-encarado,
mas atitudes como a de Guerin não se justificam.
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Humberto Fernandes é defensor das brigas no hóquei,
mas não da deslealdade contra um "anônimo". |
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