Por
Fabiano Pereira
Quando dizem que as ligas norte-americanas de esportes profissionais
realmente merecem o nome "profissional", nós, brasileiros,
muitas vezes não entendemos por quê. Claro, o nosso futebol
também é profissional e, convenhamos, parece até
brincadeira que receba uma denominação destas.
Mas, ao contrário do Brasil, muitas rotinas adotadas para as
ligas mostram ter sucesso, como o recrutamento universário/colegial,
o sistema de trocas e os playoffs. Mas a NHL tem em especial algo que
eles chamam de "waiver draft". Confesso que até hoje
não consegui arranjar uma boa tradução para "waiver".
O máximo que consegui foi um "demover" (N. do E.: a
Slot adotou a tradução "Recrutamento de Desistência").
Vamos ao "waiver draft": cada time da liga tem que escolher
em seu elenco 12 atacantes, 6 defensores e 2 goleiros para "proteger".
Os outros jogadores ficam livres para ser escolhidos pelos outros times
da liga. Segundo a NHL, este procedimento existe para ajudar as equipes
mais fracas a poder adicionar um pouco mais de profundidade no banco
ou pegar algum jogador útil, mas não utilizado em sua
equipe original.
Por isso, é difícil ver um grande jogador ser desprezado
por seu time, ainda mais que muitas vezes são obtidos por meio
de trocas, onde prospectos valiosos ou escolhas no recrutamento são
envolvidos. Entretanto, na temporada passada, os Red Wings não
protegeram o veterano goleiro Chris Osgood, que acabou sendo escolhido
pelo New York Islanders, que estava à caça de um bom goleiro
que fosse melhor que os que passaram pelo gol de Long Island. É
claro que a equipe de Detroit teve motivos: eles tinham acabado de obter
Dominik Hasek.
Pois bem, nesta temporada não tivemos grandes movimentações.
Mas, claro, devemos falar sobre isso, porque faz parte da preparação
das equipes para a temporada. Dos quase 300 jogadores desprotegidos,
apenas seis foram escolhidos.
Os Canadiens foram o que mais perderam: dois. Stephane Robidas e Francis
Bouillon foram para Thrashers e Predators, respectivamente. No fundo,
nenhuma perda grande. Em outras transações do dia, Petr
Trenkat, dos Predators, foi escolhido pelo Florida Panthers e imediatamente
trocado com o Lightning, por Mathieu Biron, recém-selecionado
pelo Tampa Bay, provindo dos Islanders.
Os Rangers selecionaram o atacante Ronald Petrovicky, dos Flames, e
os Capitals, Rick Berry, do Pittsburgh Penguins. A liberação
de Berry chega a ser estranha. Quando o Colorado Avalanche fez a troca
por Darius Kasparaitis (hoje nos Rangers), os Penguins exigiram a inclusão
de Berry na troca. E agora eles o liberaram.
Por fim, pode parecer não ter utilidade esta rotina da NHL. Mas
podemos ver que alguns times trouxeram jogadores que podem ajudar. Uma
classificação para os playoffs, uma melhor posição.
Ou simplesmente para uma futura troca.
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Fabiano Pereira não é muito fã do país
EUA. Mas gosta muito dos esportes norte-americanos. E, principalmente,
gosta do "american way" de promover os esportes. |
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