Por Bruno Bernardo

A NHL vai começar a próxima temporada nesta semana; finalmente, após três longos meses, poderemos sentir a emoção do jogo quase todos os dias até abril. Neste artigo falarei de alguns tópicos que considero importantes para a próxima temporada.

Dinheiro; ou a falta de -- O primeiro deles é relativo ao dinheiro: um abismo separa as equipes como Rangers e Red Wings de Penguins ou Flames.

Muitas equipes sofrem com o pouco dinheiro disponível e a troca de jogadores por valores cada vez mais absurdos, como o caso Bobby Holik, que ganha agora algo em torno de US$ 9 milhões (ele ganha mais que o craque Tony Amonte, um jogador que, na minha opinião, está milhas à frente de Holik), que torna tudo mais difícil ainda, pondo os salários a alturas cada vez maiores.

O Pittsburgh Penguins teve que se desfazer de alguns de seus melhores jogadores nos últimos dois anos devido à crise financeira. Jagr e Lang, por exemplo, foram para os Capitals.

O Calgary Flames é outro que sofre com a falta de dinheiro e está sempre ameaçado de sair do Canadá (Quebec Nordiques e Winnipeg Jets foram os primeiros a deixar o país; hoje eles são o Colorado Avalanche e o Phoenix Coyotes, respectivamente).

Existe muita discussão sobre a instituição de um teto salarial e a partilha do público nas arenas.

Um acordo firmado entre a NHL e a NHLPA com relação aos salários vence em 2003-04. Talvez haja uma nova greve dos jogadores. Este próximo ano é capital para o andamento da liga.

O caso Buffalo Sabres -- Os Sabres, que abrem a temporada na semana que vem, estão sendo operados pela NHL, que está tentando vender o time e mantê-lo em Buffalo. A NHL tomou o controle dos Sabres em junho, quando o dono John Rigas teve problemas financeiros. Ele é acusado de roubar milhões de dólares da Adelphia Communications, uma companhia de TV a cabo.

Quatro grupos têm interesse na compra da equipe, mas a NHL só recebeu uma oferta até agora, no mês passado, pelo executivo Mark Hamister, que é dono do Buffalo Destroyers, da Arena Football League.

A NHL não instituiu uma data para os outros grupos fazerem a sua oferta. Gary Bettman está contente com o caminho que tudo está tomando.

Média de Gols -- O outro problema é relativo à queda na média de gols por partida. No inicio da década passada, o numero estava entre sete e oito gols por partida, mas este índice caiu para menos de cinco nos últimos anos, graças, principalmente, às táticas defensivas utilizadas por vários técnicos e à falta de uma arbitragem mais rígida.

A liga anunciou que irá ser mais dura nas agressões e penalidades, mas teremos que esperar para ver se isso é verdade, afinal a NHL também prometeu isso nas duas temporadas anteriores e não obteve nenhum resultado.

Tudo isso só me lembra da decisão entre Dallas Stars e Buffalo Sabres, uma das mais chatas a que já tive a oportunidade de assistir até hoje.

Na minha opinião, algumas regras deveriam ser modificadas, afinal o hóquei é um esporte de placares altos, e é isso que os fãs querem. A NHL tenta, ano após ano, melhorar sua media de público, e um dos grandes fatores para isso acontecer é um novo aumento no número de gols por partida.

Face-offs mais rápidos -- Uma das regras que foram alteradas é a do face-off. Agora o juiz só dará 15 segundos para os times se prepararem, antes de jogar o disco. Isto foi usado com grande sucesso nas Olimpíadas e, com certeza, dará um ritmo mais dinâmico ao jogo.

O hóquei é um dos esportes mais rápidos do mundo, então esta regra, para mim, é um grande acerto. Acho que o ideal seria aumentar a largura do campo de jogo, mas duvido que os donos das equipes aceitem tirar filas de assentos para poderem fazer obras que muitos times com pouco capital acabariam saindo prejudicados.

Finalizando, espero que esta temporada tenha muitos gols, que os Penguins não repitam o vexame da temporada passada, que Lemieux jogue os 75 jogos que ele deseja, que o líder em pontos tenha mais de cem e que Jagr não vença o Art Ross (Quem mandou mudar de time? Agora torço contra!).