29 de maio de 2002
Duelo de Titãs

Por Marcelo Constantino

Independente do que ocorrer nesta segunda-feira, quando Detroit Red Wings ou Colorado Avalanche poderá estar a um passo das finais, a final da Conferência Oeste está provando a todos que é realmente o confronto mais esperado do ano. Times fechados, verdadeiras batalhas entre as defesas, mas nada que torne o jogo feio ou ruim. Pelo contrário, até mesmo no jogo 3, o de placar mais baixo e com muita disputa nas bordas, a partida foi repleta de tensão e emoções.

Dos quatro confrontos até agora, apenas um teve resultado com diferença de gols superior a um. Justamente a partida inicial, quando um improvável hat trick de Darrren McCarty selou a vitória dos Wings por 5-3. Daí em diante, somente placares apertados, nada de shutouts e muita, muita disputa nas bordas.

A sina da série parece ser o Detroit pressionando e mandando chutes de tudo quanto é jeito, o Colorado abrindo sempre o placar e nunca estando atrás do marcador — exceto no jogo 1. Com a quantidade de chutes a gol que os Wings dão, boa parte deles sem qualquer perigo, naturalmente que o goleiro adversário se destaca. Dessa forma, não é Patrick Roy que está roubando a série necessariamente — ele definitivamente não está. É claro que Roy é o maior de todos, disso não há dúvida, mas a maior diferença está na eficiência dos ataques.

Enquanto os Wings enchem o gol do Colorado de chutes, os Avs demonstram mais eficiência sobre Hasek — que não levou nenhum frango até sábado (Roy já praticamente deu dois gols ao Detroit: um para Matlby e outro para Lidstrom, um em desvantagem e outro em vantagem numérica, ambos no jogo 2, que os Wings ainda conseguiram perder). Em termos de chances reais de gol é que podemos verificar que o desnível de quantidade de chutes não se traduz em vantagem incondicional para o Detroit. Traduz, sim, em maior pressão.

Mordidos pela derrota na prorrogação do jogo 3 — e também por um duro choque de Maltby em Yelle nas bordas, além, claro, da contusão de Mike Keane —, o Colorado Avalanche veio para o jogo 4 disposto a jogar mais duro ainda. Darius Kasparaitis foi praticamente "liberado" para jogar no seu estilo e terminou a partida com incríveis 12 trancos. Num total de mais de 100, o Avalanche dominou este quesito com 60% dos choques.

Adam Foote foi designado para conter Steve Yzerman a qualquer custo e já tem gente em Detroit querendo mais "punição" a Forsberg, Sakic & cia. O estopim teria sido uma tacada de graça de Blake na parte de trás da perna de McCarty. Coisas de hóquei, coisas de playoffs. Seja lá o que ocorrer na segunda-feira, a partida de quarta — jogo 6 — é imperdível. E deverá ser transmitida de madrugada para o Brasil. Aproveitemos, porque quinta é feriado!

Marcelo Constantino assistiu pela primeira vez na vida uma partida ao vivo na TV do Detroit Red Wings contra o Colorado Avalanche, o jogo 3. Emoção absoluta.
SANDUÍCHE Darius Kasparaitis e Chris Drury fazem sanduíche de Pavel Datsyuk no jogo 4. Kaspar teve incríveis 12 trancos na partida, que totalizou mais de 100 ao todo (Elsa/Getty Images - 25/05/2002)
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Página publicada em 27 de maio de 2002.