Por: Alexandre Giesbrecht

Matt Bartkowski entrou no gelo sábado para disputar sua terceira partida na NHL. Não é a mais extensa experiência, mas, mesmo assim, o defensor dos Bruins deve estar se perguntando se a liga é mesmo formada por apenas dois times. Afinal, sua terceira partida na liga foi também a terceira partida contra o Pittsburgh Penguins. Que, para aumentar ainda mais a grande coincidência, é o time de sua cidade natal, para quem ele torceu fervorosamente durante sua infância e adolescência. Esse passado, garante ele, não faz mais diferença. Quando fez sua estreia na liga, ele apressou-se a explicar: "Eu torcia para os Penguins quando criança, mas agora não torço mais."

Durante a pré-temporada, não seria difícil imaginar que ele teria um papel mais importante na temporada dos Bruins, afinal ele chegou a viajar com o time para a Europa — onde o clube abriu a temporada regular — e foi um dos últimos a ser cortados. Mas sua primeira chance veio apenas em janeiro, quando o defensor Adam McQuaid se contundiu em uma partida contra os Canadiens. O clube convocou-o da AHL em caráter emergencial para o jogo contra os Penguins dois dias depois, em Pittsburgh.

Ele teve de desligar seu celular para não ter de atender dezenas de ligações. Ainda assim, recebeu muitas mensagens de texto de amigos possivelmente buscando ingressos para a partida. Na véspera encontrou-se com alguns deles, mas afirmou categoricamente que estava encarando aquele jogo como mais um. Isso antes de o disco cair. Ao apito final, satisfeito com a grande virada dos Bruins, que perdiam por 2-0 até quatro minutos antes do fim, mas venceram por 4-2, deixou escapar que o jogo teve, sim, algo de especial: "Foi especial jogar aqui." Ele confessou ter ficado um pouco nervoso no início. "Mas acalmei-me no terceiro período", disse.

Ele ficou nove minutos e 53 segundos no gelo, desferiu seu primeiro tranco e acumulou seus dois primeiros minutos de penalidades, apesar de não ter um parceiro fixo na zaga — ele revezou-se ao lado de Zdeno Chara, Dennis Seidenberg e Andrew Ference — e ter terminado com -1. Nas arquibancadas, sua mãe e sua namorada vestiam orgulhosamente camisas com o sobrenome Bartkowski às costas, sendo que a primeira não conseguia esconder sua empolgação. Os Penguins destacaram no telão que aquela era a estreia do jogador na NHL, gerando muitos aplausos. O técnico Claude Julien também foi todo elogios: "Acho que ele foi bem. Seu primeiro jogo na NHL, em sua cidade natal, gera muita pressão. E acho que ele se segurou bem. Algumas vezes ele carregou o disco quando teve espaço para isso, então ficamos satisfeito com sua atuação."

Com McQuaid de volta para a partida do dia seguinte, contra os Senators, Bartkowski pôde ser devolvido ao Providence Bruins. Por pouco tempo, como se comprovaria depois. Apenas cinco dias após sua estreia, ele foi convocado novamente, pois o time de Boston estava com mais um defensor contundido, desta vez Ference. O adversário novamente seria o time de Pittsburgh. Desta feita, o resultado seria uma derrota, por 3-2. Bartkowski mais uma vez teve um tranco, e seu mais/menos ficou zerado.

De volta à AHL antes do jogo seguinte dos Bruins, ele teria de esperar um mês e meio para voltar a sentir o gostinho da grande liga. Mais uma vez, a contusão de um defensor abriu espaço para Bartkowski. O azarado da vez foi Steven Kampfer, que sofreu uma concussão contra o Lightning na quinta-feira. O defensor substituído tinha mudado de novo, mas os adversários seriam os mesmos Penguins. Para Julien, o fato de seu defensor "estepe" já estar, como posso dizer?, "acostumado" aos Penguins seria útil. "É irônico que seja a terceira vez contra o mesmo time, e o de sua cidade natal", explicou o técnico antes da partida. "Mas ele conhece o time contra o qual vai jogar." Bartkowski usou exatamente o mesmo adjetivo que seu chefe: "É irônico. Já está ficando engraçado. Isso me acalma um pouco, porque eu conheço as linhas deles e seus jogadores. Sei o que esperar."

Talvez por isso, suas estatísticas na terceira partida foram exatamente iguais às da segunda: um tranco e mais/menos zerado, ainda sem pontos. Mas a "moleza" de enfrantar sempre o mesmo adversário pode estar próxima do fim. Como a expectativa é de que Kampfer fique fora por no mínimo uma semana, Bartkowski provavelmente estará no gelo em Montreal na terça-feira, o que encerrará a curiosa coincidência que deu origem a este artigo. Em todo caso, se Julien der atenção a esse tipo de trívia, ele terá de segurar seu estepe até a próxima temporada, pois os Bruins não mais enfrentarão os Penguins nesta temporada regular.

Existem coisas que são engraçadas, mas ficam ainda mais engraçadas quando a piada é bem contada. Esse foi o caso da dança de alguns jogadores do Wichita Falls Wildcats, da NAHL, no intervalo de uma partida durante um fim de semana com atividades beneficentes. Seis deles participaram de uma, digamos, interpretação de "Don't Stop Believing", hit da banda Journey na primeira metade dos anos 1980. Esse "espetáculo" já seria engraçado por si só, mas após a publicação do vídeo no blog Puck Daddy, do Yahoo! Sports, uma simples frase deixou a situação ainda mais hilariante. (Sim, este trecho está aqui porque eu gostaria de tê-lo escrito.) "É tão desajeitadamente estranha que é surreal. Ou será que nós somos os únicos que vimos aquele cachorro quente deslizar por entre as pernas de um pinguim usando um taco de hóquei para simular uma guitarra?" Leia de novo a frase anterior e pense no significado de cada palavra.
Alexandre Giesbrecht, 34 anos, espera não ser o único a notar que os mapas de linha que a CPTM disponibiliza trazem informações divergentes e erradas.
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Página publicada em 6 de março de 2011.