Por: Alessander Laurentino

No dia-limite de trocas da NHL, alguns times bem que tentaram se reforçar para os playoffs da liga, enquanto outros tentavam simplesmente se livrar de jogadores caros. Alguns conseguiram, outros não. Uns realmente parecem ter ficado melhores, enquanto outros fizeram trocas tão pequenas e sem importância que nem parece que fizeram alguma coisa.

É bem verdade que foi um dia de poucas trocas realmente importantes, e que pode ser considerado até certo ponto como um dos dias-limite mais insignificantes da história recente da liga.

Então, quem saiu ganhando e quem saiu perdendo? É difícil dizer agora, baseando-se em expectativas e possibilidades, mas é difícil não dizer que o Washington Capitals ficou melhor, com as adições de um veterano vencedor como Jason Arnott e de um bom defensor como Dennis Wideman. Isso sem falar que eles ainda pegaram o Marco Sturm no recrutamento de desistência.

O Chicago também fez uma importante contratação ao levar o bom defensor dos Sens, Chris Campoli. Se eles confirmarem a boa fase e pularem para quinto ou sexto colocado no Oeste, Campoli pode ter um papel interessante nos playoffs.

Do outro lado, o Florida Panthers continuou o processo de desmontagem do time perdedor das últimas temporadas e se livrou de jogadores que claramente não queriam ficar lá, além de custarem caro em um time que não aspira nada. Em troca, os Panthers receberam um caminhão de escolhas para os próximos três recrutamentos, alguns bons novatos promissores e um grande alívio na folha salarial. É importante que as pessoas saibam que agora quem gerencia a franquia é o mesmo sujeito que montou o time campeão do Chicago, e foi através do recrutamento e trocas pontuais que ele conseguiu isso. Pelo visto, ele se prepara para fazer a mesma coisa novamente, só que dessa vez no calor da Flórida.

Outro time que jogou a toalha e resolveu apostar nos recrutamentos foi o St. Louis Blues, que trocou recentemente Erik Johnson, Eric Brewer, Brad Boyes (na véspera do dia-limite) e agora foi a vez de Brad Winchester.

O Los Angeles Kings também se reforçou de forma pontual ao contratar Dustin Penner que estava perdido no Edmonton Oilers. Em troca, o time de Alberta recebeu um jogador que foi recrutado na primeira rodada de 2008 e mais uma primeira escolha de 2011. Se Penner produzir como se espera, os Kings fizeram um bom negócio imediato, mas a sensação que eu fico é que os Oilers levaram a melhor no médio e longo prazo.

Uma troca interessante, na minha opinião, foi o Calgary Flames ter adquirido Fredrik Modin. Outrora capaz de marcar 30 gols e mais de 50 pontos por temporada, o veterano Modin não tem conseguido repetir o desempenho nas últimas três temporadas, tanto que acabou rodando entre Columbus, LA. e Atlanta, mudando agora para o Calgary. Se ele redescobrir o faro do gol e conseguir construir uma boa química na terceira ou quarta linha dos Flames, ele pode fazer uma contribuição importante para um time que tem boas chances de se classificar para os playoffs. Na pós-temporada, então, é um jogador que fez parte de um time campeão da Copa Stanley quando estava no Tampa.

Um time que me surpreendeu foi o Vancouver Canucks, que está entre os melhores times da liga e que disputa o Troféu dos Presidentes na atual temporada. Mesmo sem precisar, eles foram ao mercado e adicionaram Christopher Higgins e Maxim Lapierre. Higgins pode contribuir de fato caso os Canucks tenham a longa participação nos playoffs que a franquia espera ter, além disso Lapierre teve uma ótima participação nos últimos playoffs quando jogava pelo Montreal. Outro detalhe é que o atual treinador dos Canucks foi treinador de Lapierre quando ele jogava no time junior da equipe de Montreal. Lapierre está no seu terceiro time na temporada e não deve desempenhar muito mais que uma participação na quarta linha dos Canucks, mas ele certamente adiciona algo que tem faltado no time de Vancouver, que é um jogador capaz de provocar e desconcentrar os adversários. Se além disso ele mostrar um desempenho semelhante ao dos últimos playoffs, terá sido uma grande aquisição dos Canucks.

Me surpreendeu também o fato dos Canucks não terem ido atrás de um defensor para reforçar um dos setores mais atingidos pela onda de contusões no time.

Mas me surpreendeu mais ainda a decisão do Dallas Stars em não trocar Brad Richards. No final da temporada ele vai ser um agente livre irrestrito e vai poder assinar com qualquer time, enquanto o Dallas pode ficar de mãos abanando e não receber nada, absolutamente nada em troca. Houve muita especulação que ele pudesse ir parar no New York Rangers, mas os times não chegaram a um acordo que fizesse sentido para os dois lados. Além disso, não fazia muito sentido para o time do Texas trocá-lo apenas por trocar, tendo em vista que eles têm os playoffs pela frente e podem tentar conquistar alguma coisa. Resumindo, o gerente do Dallas estava em uma verdadeira sinuca de bico. Além disso, nada impede que ele assine um novo contrato em Dallas depois dos playoffs e fique por lá mesmo.

E o Florida Panthers bem que tentou trocar também o goleiro Tomas Vokoun, mas um goleiro que ganha quase 6 milhões de dólares e nunca venceu nada, nem tem uma sólida experiência de playoffs não é necessariamente um jogador muito atraente no mercado. É verdade que alguns times precisariam reforçar a posição, mas pouca gente se habilitaria a fazer uma contratação tapa-buraco que custasse tantos dólares. Resultado: Vokoun continua no Panthers, pelo menos até primeiro de julho, quando se tornará um agente livre também irrestrito. Será que alguém se habilitará então quando o mercado abrir naquela data?

Alessander Laurentino gostou muito de Mont Tremblant.

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Página publicada em 2 de março de 2011.