Por: Alexandre Giesbrecht

Dave Clayton estará em Chicago em junho e, se ele está em Chicago em junho, é porque os Blackhawks estão nas finais da Copa Stanley.

Não foram poucos os que previam em outubro que o time alcançaria as finais. O potencial estava lá, e a boa campanha no ano passado serviu como base para dar experiência a um time que ainda é composto por muitos jovens de talento. Se os Hawks já eram comparados aos Penguins antes, agora é que o time de Pittsburgh servirá como benchmark por um bom tempo. Ou até o Chicago virar o benchmark do Pittsburgh.

O adversário será o Philadelhpia Flyers, que ressurgiu das cinzas da sétima posição no Leste, vaga só conquistada no último dia, graças a um gol na disputa de pênaltis. O embalo do time começou com a surpreendentemente fácil vitória sobre os Devils na primeira fase, seguida da histórica virada sobre os Bruins e da também fácil vitória sobre os Canadiens. Credenciais de um bom time, não de um que ficou tão perto de assistir aos playoffs pela TV desde o início.

É que o grande ponto de interrogação dos Flyers desde outubro estava no gol. Ray Emery veio para ser o titular, mas sem um currículo incontestável. Para sua reserva, Brian Boucher, que também não contava com a confiança da torcida. Michael Leighton, que estará no gol do time nas finais, sequer fazia parte do elenco, mas, mesmo que fizesse, não seria sequer considerado oito meses atrás. Como esses oito meses podem fazer diferença!

Boucher não foi decisivo, mas segurou a onda na primeira fase e na segunda até mais ou menos a metade da virada. Contundido, deu lugar a Leighton, contratado às pressas no final de 2009. Essa substituição poderia ter dado um fim ao embalo, mas serviu foi para consolidá-lo, especialmente nas finais do Leste, quando, com três shutouts, ele foi o principal responsável pela classificação.

Na linha, os problemas de contusão foram minimizados, com as voltas de Jeff Carter e Simon Gagné de contusões — duvido que ambos estejam 100%, mas, pelo que jogaram contra os Habs, isso pouco importa. A segunda linha de ataque, com Scott Hartnell, Danny Brière e Ville Leino está produzindo mais até do que se esperava, e até a terceira linha, com James van Riemsdyk, Claude Giroux e Aaron Asham, tem dado calafrios nas defesas adversárias.

Definitivamente, este não é o típico sétimo colocado de conferência.

Mas os Blackhawks são, sim, os típicos segundos colocados de conferência — até os típicos primeiros. Ficaram um ponto atrás dos Sharks na temporada regular, mas a sonora varrida nas finais do Oeste mostrou que a colocação foi mera questão de acaso. Jonathan Towes e Patrick Kane (que basicamente são os jogadores que suscitam as comparações com os Penguins de Sidney Crosby e Evgeni Malkin) comandam um ataque que tem sido letal e que, assim como os adversários de laranja, também tem três linhas perigosas.

No gol, Antti Niemi não calou seus críticos, mas também não foi um ponto fraco, tendo grandes atuações em uma ou outra partida. Contra os Flyers, ele precisará repetir algumas dessas atuações, afinal na maior parte do tempo ele não foi testado pelos adversários até agora, o que certamente deverá mudar nas finais.

Previsões sobre a série? Acho difícil ir além do meu pitaco. Senão caio nos clichês de que "tem tudo para ser uma grande série" e coisa e série. Se bem que... sim, esta tem tudo para ser uma grande série.

Alexandre Giesbrecht, 34 anos, completou seu álbum de figurinhas da Copa do Mundo.
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Página publicada em 29 de maio de 2010.