A Divisão Noroeste é a mais disputada desta temporada da NHL. Apenas
um time, o Edmonton Oilers, está virtualmente fora da disputa. Minnesota
Wild, Calgary Flames, Colorado Avalanche e Vancouver Canucks digladiam-se
ponto a ponto pela liderança da divisão e conseqüentemente para manter-se
entre os oito mais da Conferência Oeste.
Depois dos jogos da segunda-feira, os quatro times estavam embaralhados:
o Minnesota liderava com 86 pontos enquanto os outros três estavam empatados
com 84, ocupando da sexta à oitava classificação geral na Conferência
Oeste. O nono colocado, então o Nashville Predators, vinha quatro pontos
depois. Os quatro pontos dão alguma folga — mas, em se tratando de reta
final de temporada, é ainda muito desconfortável.
Vale lembrar que é possível que o último colocado da conferência seja
o quarto colocado da Divisão Noroeste — como atualmente é. E, também
muito provavelmente, esse último deverá enfrentar o Detroit Red Wings
na primeira rodada dos playoffs. Poucas vezes a queda de um líder na
primeira fase pareceu tão provável quanto a dos Red Wings nesses playoffs.
Se eu fosse qualquer um dos times na disputa, não teria grandes preocupações
em ficar em último e pegar os Wings. Preferiria isso a enfrentar o Anaheim
Ducks ou o San Jose Sharks de cara.
De um modo geral a maioria dos jogos restantes serão disputados entre
eles mesmos — como, aliás, ocorre durante toda a temporada nesse calendário
enfadonho que a NHL decidiu adotar. Ou seja, todas as chances de classificação
— e, em última hipótese, de manutenção da vaga nos playoffs — estão
nas mãos de cada time. Cada um depende somente de si para a conquista
da divisão e conseqüentemente de um dos três primeiros lugares na Conferência.
Entretanto, nenhum dos quatro times figura em listas de grandes favoritos
à Copa Stanley deste ano. Muito embora a grande maioria aposte que o
título irá novamente para a Costa Oeste norte-americana, as apostas
concentram-se sobretudo na Divisão do Pacífico, com alguns ainda acreditando
que a Divisão Central (Detroit) tem suas chances. Cabe também aos próprios
times da Noroeste provar que essa maioria é burra — ou ao menos demolir
cada um dos considerados grandes favoritos.
Vamos então dar uma rápida olhada geral nas perspectivas de cada time.
Minnesota Wild
O forte do Wild está no seu sistema defensivo. E o fraco está justamente
no ataque — a equipe vem marcando poucos gols ultimamente (há um mês
que não marca mais de três gols numa partida), e o time de vantagem
numérica vem penando.
Mas e daí? O estilo de jogo do Minnesota é assim mesmo, e é assim que
a equipe vem rendendo bem na temporada, tendo ocupado a liderança da
divisão durante boa parte dela.
Jogos restantes: Vancouver (2), Edmonton (2), Colorado, Calgary, San
Jose.
Colorado Avalanche
Dentre os quatro, o Colorado é, de longe, o time que melhor se reforçou
no dia-limite de trocas (pensando bem, a rigor nenhum dos outros se
reforçou efetivamente). Embora haja dúvidas quanto à saúde de Peter
Forsberg, problemas menores com Adam Foote e outros mais com Ryan Smyth,
os Avs têm uma vantagem boa sobre outros times nesse aspecto: eles sabem
jogar sem seus craques.
Eles se mantiveram na corrida pelos playoffs jogando durante boa parte
da temporada sem seus três principais jogadores — Joe Sakic, Paul Stastny
e Smyth —, recentemente perderam o goleador da equipe, Marek Svatos,
e, naturalmente, agora vivem às voltas com as tradicionais idas e vindas
de Forbserg. Nada disso abala o Colorado, o time mais quente dentre
os quatro.
No mais, o bom momento de José Théodore — ele não é aquele MVP que um
dia já foi, mas tampouco vem sendo uma decepção — vem garantindo ao
time segurança na retaguarda.
Jogos restantes: Calgary (2), Edmonton (2), Vancouver, Minnesota.
Vancouver Canucks
Outro time da divisão com problemas ofensivos, o Vancouver vem tentando
sacudir suas linhas para ver se as coisas melhoram, sem muito sucesso.
Sem ilusões aqui: embora os irmãos Sedin sejam o que há de melhor na
equipe ofensivamente, este é um time atualmente baseado em grande parte
no goleiro Roberto Luongo. Para onde ele for, irá o Vancouver.
Jogos restantes: Minnesota (2), Calgary (2), Edmonton, Colorado.
Calgary Flames
Jarome Iginla parece cada vez melhor e mais dominante, carregando o
ataque dos Flames, o que deve ser suficiente para a temporada. Os Flames
seguem dependendo muito de seu craque.
Mas, para alcançar a liderança, a equipe vai precisar de mais Kristian
Huselius (ressurgido recentemente ao pontuar nos últimos quatro jogos),
além de mais produção de Alex Tanguay (ainda produzindo menos do que
recebe de salário).
Jogos restantes: Vancouver (2), Colorado (2), Minnesota, Edmonton, Columbus.
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![]() O Colorado Avalanche é time mais quente da divisão, e também o time que mais sofreu com contusões de jogadores importantes na temporada. Mas manteve-se sempre na disputa. |
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![]() Marian Gaborik é a grande arma ofensiva do Minnesota Wild, que tem sua maior força no setor defensivo, no entanto. |