Muita gente me pergunta — na verdade, foram apenas três leitores até hoje, mas isso não vem ao caso agora — como é a rotina de trabalho de um colunista de TheSlot.com.br. Gostaria de explicar em macro detalhes, porém o conselho de ética da revista, liderado pelo editor responsável pela sucursal do Rio de Janeiro, Marcelo Constantino, vetou veementemente, o que não me impede de expor parte da rotina de uma típica tarde de árduo trabalho. No caso, aqui na sucursal carioca, onde bato o cartão.

Isso com a premissa de falarmos de mais um ato de grandeza de um dos ícones do verdadeiro hóquei. Sim, estou falando de Dallas James Drake, capitão e figura do trepidante St. Louis Blues.

A sucursal carioca da revista é basicamente composta por torcedores dos Penguins e dos Red Wings. Não podemos divulgar quem torce por cada equipe. O único que tem permissão de dizer por qual time seu coração bate mais forte é este escriba que vos fala. E tão somente porque meu time é o Metallurg Magnitogorsk — sim, aquele mesmo time de nome complicado que teve Evgeni Malkin surrupiado pelos Penguins! Como não se tem notícia de nenhum torcedor do Ak Bars Kazan que acompanhe nossa humilde publicação, a chance de perdermos um leitor por causa desta revelação sem importância é mínima.

Quando a partida do último dia 24, entre Red Wings e Blues, ganhou o telão do minicinema que temos em nossas modernas instalações no complexo de TheSlot.com.br, muito se falou de mais uma provável vitória dos Wings sobre os Blues. Então, lembrei a todos que do lado azul estava Dallas Drake. O povo riu, zombou, humilhou... até mesmo disseram que não sou digno do cargo que ocupo por idolatrar jogador tão "limitado". Essa profana definição dada ao Capitão Coragem quase me fez perder a calma. Mas logo lembrei que quem calaria aquelas vozes insensatas seria o próprio Drake. Era preciso acreditar. Era preciso ter fé.

Os Blues, como os nossos sempre bem-informados leitores já sabem, são fracos. Jamie Rivers, Dan Hinote e Jamal Mayers são apenas alguns exemplos de como uma liga inflacionada com 30 equipes abre lugar para atletas tão medianos. E os três vestem a camisa da equipe do Missouri.

Mas para quem tem Drake e Manny Legace esse panorama é contornável. Curiosamente, foram esses dois ex-atletas do Detroit Red Wings, que destruíram o time de Michigan nessa noite inesquecível. Legace foi brilhante, com 41 defesas, e Drake, bem, Dallas Drake foi simplesmente o Dallas Drake a que estamos acostumados. Deu de bandeja dois gols para Petr Cajanek. Dois passes mágicos, que fazem jus à camisa 10 que veste. Um número destinado aos grandes do hóquei, como Alex Delvecchio, Guy Lafleur, Pavel Bure e até a astros de outros esportes, como Diego Armando Maradona.

Em tempo: a vitória dos Blues por 3-2 veio somente na disputa de pênaltis.

Com esses dois pontos, Drake encurta ainda mais sua corrida rumo aos 500 pontos na carreira. Atualmente está com 462, o que o deixa com 283 de folga sobre Trevor Letowski. Mark Mowers, dos Bruins? Ele precisaria de 416 só para empatar com DJD. Impossível? Pode apostar que sim!

E quanto ao clima na redação aqui da TheSlot.com.br, segundos após a exibição de gala do central?

Todos calados, exceto eu, que, de punhos cerrados, jogava na cara de todos o quanto foram estúpidos ao ignorar o Fator Drake. Muitos, na mesma situação, poderiam preferir o silêncio. Afinal, seria uma grande mostra de classe e educação. Até mesmo de superioridade. Mas eu não sou tão nobre assim. Para falar a verdade, sou o colunista isolado de TheSlot.com.br. O único que anda de ônibus, bebe cerveja de manhã e não sabe o que é uma biblioteca. Mas tive meu momento de glória graças ao gênio, ao hóquei traquineiro e inconseqüente desse ídolo incompreendido por muitos, mas admirado pelos justos.

Dallas Drake não é um limitado. Ele é a personificação do hóquei. Dallas tinha todas as chances de ser um simples lenhador ou trabalhar num posto de gasolina qualquer na Columbia Britânica. Mas ele lutou contra os prognósticos e venceu. Se alguém um dia lhe disse que você não pode realizar seu sonho, lembre-se do exemplo de Drake e diga a si próprio: SIM, EU POSSO!


Eduardo Costa é fã incondicional de Dallas Drake, Agostinho Carrara, Al Bundy, Cosmo Kramer, Sérgio Mallandro e Don Cherry. Considera todos esses ícones exemplos de vida contra o grande inimigo: o metrosexualismo.
AO VIVO Todos em frente ao telão do complexo de TheSlot.com.br. Show de Dallas Drake, para desespero de muitos e glória de um só!
(Arquivo TheSlot.com.br)
 
QUASE LÁ O capitão somou mais dois pontos e está a apenas 2395 de Wayne Gretzky.
(Getty Images - Arquivo TheSlot.com.br)
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Página publicada em 29 de novembro de 2006.