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Divisão Central terá um dos melhores duelos da NHL, entre Detroit
Red Wings e Nashville Preadators, e três dos piores, com St. Louis
Blues, Chicago Blackhawks e Columbus Blue Jackets. Esses times
melhoraram, mas não o suficiente para competir em igualdade de
condições na selvagem Conferência Oeste. Após cinco conquistas
consecutivas dos Wings, chegou a hora de os Predators ganharem
pela primeira vez. Não será fácil, porque do outro lado há grandes
nomes e muita tradição.
Detroit Red Wings
Presos entre o passado e o presente, os Red Wings devem sofrer
nesta temporada o declínio inevitável de um time em transição.
A aposentadoria do capitão Steve Yzerman e a saída de Brendan
Shanahan enfraqueceram o coração da equipe e aumentaram a responsabilidade
dos jogadores mais jovens, como Henrik Zetterberg e Pavel Datsyuk.
Para se manter competitivos, os Wings necessitam de uma maior
participação desses jogadores, não só vencendo jogos, mas assumindo
a liderança com um maior envolvimento, para que o time não se
perca em momentos de pressão, como nos playoffs. A experiência
estará presente nos patins de Chris Chelios, mais velho jogador
em atividade da NHL, que finalmente deverá ter um papel reduzido
na defesa, cujo quarteto principal é formado por Nicklas Lidstrom,
atual vencedor do troféu Norris, Mathieu Schneider, Niklas Kronwall
e o recém chegado Danny Markov e seu estilo agressivo. Defesa
reforçada para garantir vitórias, pois o ataque perdeu poder de
fogo sem seu principal goleador. As peças de reposição foram encontradas
na própria organização, com maior tempo de gelo ou promovidas
da AHL. É o caso de Johan Franzen, que agora tem status de matador,
e Jiri Hudler, após sensacional temporada pelo Grand-Rapids Griffins.
No mais, espera-se que Mikael Samuelsson, Tomas Holmström e Jason
Williams mantenham o nível de 2005-06. Pela terceira vez chega
a Detroit Dominik Hasek. O maior desafio do goleiro é manter-se
saudável para os playoffs, onde o time fracassou nos últimos anos
em parte por não ter um Dominador roubando jogos. Pela primeira
vez em muitos anos, os Wings não são totalmente favoritos ao título
da Divisão Central.
Nashville Predators
Cinco anos atrás, quem diria que os Predators seriam os favoritos
ao título da Divisão Central? A dupla David Poile e Barry Trotz,
respectivamente, gerente-geral e treinador, vem fazendo um ótimo
trabalho ao construir e desenvolver a equipe. A impressão é que
a cada ano os Predators estão melhores do que no anterior. Desta
vez, a melhora vem da aquisição de elementos essenciais, para
suprir reconhecidas carências do time. Os Predators precisavam
de um central grande e habilidoso para alimentar a linha de Paul
Kariya. Solução? Jason Arnott. Era preciso substituir Mike Sillinger
por outro bom atacante que soubesse marcar gols. Esse homem é
J.P. Dumont. Trocaram Scott Walker pelo central Josef Vasicek,
que se encaixa perfeitamente no estilo veloz do time, aproveitando
a profundidade na direita. Mudanças para melhorar o ataque, já
que a defesa agrada, embora os jogadores mais duros sejam inexperientes.
A principal característica da linha azul dos Predators é a ofensividade.
Marek Zidlicky e Kimmo Timonen pontuam constantemente, com Dan
Hamhuis se desenvolvendo no mesmo estilo. Como todo bom time precisa
de um bom goleiro, em Nashville Tomas Vokoun é rei. Recuperado
de contusão, desde já o tcheco é visto como candidato ao troféu
Vezina. As pretensões dos Predators contam com boas atuações de
Vokoun. Outro que deve chamar a atenção da torcida é o calouro
Alexander Radulov, que na temporada passada dominou a QMJHL. O
atacante, no melhor estilo russo de jogar hóquei, conduziu seu
time ao título e está pronto para encarar um desafio maior em
sua carreira. Os Preds estarão nos playoffs, isso é fato. A luta
será pelas primeiras posições, à frente dos concorrentes da Divisão
Central.
Columbus Blue Jackets
O ataque será a maior força dos Blue Jackets em 2006-07, afinal
é lá que o talento do time está concentrado. Para felicidade de
Rick Nash, o gerente geral Doug MacLean trouxe Fredrik Modin em
troca do goleiro Marc Denis, assinou com Anson Carter e renovou
o contrato de Nikolai Zherdev, que estava prestes a passar um
ano na Rússia. Assim, o ataque dos Jackets tem duas fortes linhas,
mais alguns jogadores de suporte que jogam bem nos dois lados
do gelo. Fique de olho em Gilbert Brule: o central de 19 anos
é cotado para ser o calouro do ano. Na defesa reside o ponto fraco
da equipe, que precisará reduzir drasticamente a média de gols
sofridos para vencer mais jogos. Aos 35 anos, Adam Foote ainda
é o coração da defesa, e os Jackets esperam que Ron Hainsey eleve
seu jogo a esse ponto. Bryan Berard, saudável, é a única ameaça
ofensiva da linha azul. Atrás deles estará Pascal Leclaire, que
aos 24 anos está pronto para ser o goleiro número 1 dos Jackets,
credenciado pela boa temporada como reserva. Os demais reforços
não contam. O defensor Anders Eriksson é experiente e já defendeu
vários times, mas nunca convenceu. E o goleiro Ty Conklin a esta
altura está no time de baixo. Não se sabe o que esperar de Alexander
Svitov, recrutado com a terceira escolha geral em 2001. Os playoffs
ainda parecem um sonho, mas menos distante. Ainda mais se o elenco
se mantiver saudável, ao contrário dos últimos anos.
Chicago Blackhawks
Trazer o hóquei para a primeira página da seção de esportes local
é a meta dos Blackhawks, segundo Bryan Smolinski, um dos reforços.
O veterano central foi adquirido junto com Martin Havlat, agora
o número 1 do ataque em Chicago. Marcar mais gols que em 2005-06
não deve ser difícil, mas o time trocou seus dois artilheiros,
Kyle Calder e Mark Bell. Pelo primeiro conseguiu Michal Handzus,
bom tanto ofensiva quanto defensivamente. Pelo outro, Havlat.
A esperança do Chicago está depositada nos jovens, em ascensão:
Tuomo Ruttu e Rene Bourque no ataque; Duncan Keith, Brent Seabrook
e Cam Barker na defesa. Por isso, os Hawks parecem um time que
ainda não está pronto, embora tenham dois atletas com lugar em
qualquer equipe, não pelo que fizeram com a camisa do Chicago,
mas por seus currículos: o goleiro Nikolai Khabibulin e o defensor
Adrian Aucoin. As duas maiores contratações do ano passado decepcionaram,
especialmente o russo. E quando o time não é bom e o goleiro não
ajuda, nada pode ser feito. O GG Dale Tallon e o treinador Trent
Yawney estão de volta, para, com um pouco de sorte, atrair mais
interesse para os Hawks. Com toda sua tradição e história, a equipe
teve a segunda pior média de público da NHL. Infelizmente, isso
não deve mudar. Se os Hawks forem aos playoffs, será a redenção.
St. Louis Blues
Os Blues foram às compras na intertemporada. Não foram grandes
aquisições, mas, para quem não tem nada, metade já é o dobro.
O ataque ganhou o campeão Doug Weight, o esforçado Dan Hinote
e o ex-goleador Bill Guerin, além de Martin Rucinsky e Radek Dvorak.
A defesa ficou com Jay McKee e Jamie Rivers. Para o gol chegou
Manny Legace. McKee é aquele defensor que se entrega pelo time,
que bloqueia chutes e desfere trancos. É um ótimo reforço para
a já forte defesa dos Blues, composta por Barret Jackman, Eric
Brewer, Christian Backman e os calouros Jeff Woywitka e Denis
Wideman. O sexteto deverá ser o orgulho da torcida. Legace provou
na temporada passada que é um ótimo goleiro de temporada regular,
trazendo estabilidade para a conturbada troca de goleiros experimentada
pelos Blues nos últimos anos. Sem o fantasma
dos playoffs à sua
frente, Manny pode ter
sucesso no novo time. À
exceção de McKee e Legace,
o restante da lista
de reforços vive de seu
passado. Se Weight fosse
tão importante para
o Carolina Hurricanes,
teria ficado por lá;
Guerin foi um fiasco no
ano passado; Hinote se
esforça, mas já se passaram
seis anos desde
sua melhor temporada;
Rucinsky, sem Jagr, não
deve repetir seus 55
pontos; Dvorak é veloz
e sabe matar penalidades;
Rivers não conta.
A temporada 2007 dos
Blues não será pior que
a anterior, quando seguraram
a lanterna da
liga, apesar de Murphy
e sua lei garantirem
essa possibilidade. Finalmente
o time tem um
novo dono, que nomeou
um novo presidente
e manteve a gerência
geral sob responsabilidade
de Larry Pleau e o
cargo de treinador com
Mike Kitchen. Apesar da
reconhecida dedicação
de Kitchen ao trabalho,
e, conseqüentemente,
de toda sua equipe, os
Blues estão longe dos
playoffs.