Por
Jacy Borreaux
Amigos, não existem mais dúvidas de que hoje Robyn Regehr é o esportista
pernambucano mais famoso no mundo, superando até mesmo o atacante Kuki,
do Náutico, e Rivaldo, que, sem time, agora defende a gigantesca seleção
brasileira dos que "vivem" do seguro-desemprego.
Mas estamos decepcionados com o defensor do Calgary Flames. O sucesso
já subiu à cabeça do pernambucano. Tentamos, em vão, mandar nossos dois
colaboradores que moram em Recife (Cláudio Aguiar e Rafael Roberto)
para Calgary entrevistar o defensor, mas ele não aceitou. Entretanto,
dias depois lá estava ele na primeira página do caderno de esportes
do desconhecido pasquim Folha de S. Paulo. O que os caras da
Folha têm que nós, de The Slot BR, não temos, além do diploma
de jornalismo e do domínio da língua portuguesa e inglesa?
Deixando esse fato lamentável pra trás, vou falar sobre o impacto que
Binho Regher vem causando em nosso país. Fenômeno em esportes que não
futebol, só encontra paralelo em dois outros atletas: o ex-tenista em
atividade Gustavo Kuerten e aquela menina gaúcha cujo nome esqueci.
(Deixe eu abrir o Google e digitar "anã+brasileira+ginástica+artística").
Daiane dos Santos. Isso. O hóquei já está nos calcanhares da rinha de
galo para roubar-lhe a terceira posição entre os esportes mais populares
do Brasil, e isso graças a Regehr.
A imprensa também está excitada. Depois de Regehr, tenho certeza que
a cobertura do nosso esporte pela ESPN América Latina vai ser
muito melhor. Tenho tanta certeza disso quanto que amanhã o sol vai
nascer azul com bolinhas verdes.
Nosso querido narrador da ESPN, o húngaro-carioca radicado em Bristol,
Estados Unidos, André Bueno Adler, já está preparando seu copo d'água
com vinagre para, a plenos pulmões, gritar "Biiiiiiiiiiiiiinhooooooo
Regehhherrrrrrrrrrrrrrrrr".
A empregada daqui de casa já avisou que não vai tolerar ufanismo e,
se isso acontecer, ela vai apertar sem dó a tecla SAP! "Matilde, sua
tosca, já se esqueceu que o Adler é um dos que mais apóiam a Slot? Melhor
não tocar no controle remoto, senão corto suas férias, seu 13.º e o
vale-transporte."
Mas não é só a ESPN que aderiu de vez ao hóquei. A SporTV mandou a múmia-mala
do Armando Nogueira embora e contratou Paul Coffey, Doug Gilmour e Ray
Bourque para comandarem a mesa redonda dominical. Na Rede TV!, Neto
foi substituído por outro baixinho meio gordo, totalmente alcoólatra
e 100% caipira, um tal de Theo Fleury.
A fase do defensor do Calgary Flames anda tão boa que milhares de crianças
já torram a paciência de seus pais pedindo tacos e discos. As crianças
pobres, que representam a minoria de 99,5% das crianças do Brasil, improvisam
com frascos de pomada Minâncora e vassouras. Nos camelôs, as camisas
9 do Real Madrid, de Ronaldo, perdem espaço para a 28 dos Flames.
Nenê Hilário que se d%$&*ane. Ele ficou na primeira fase daquela liga
que disputa lá nos Estados Unidos. Regehr está nas finais da Copa Stanley
(ênfase aqui) e, apesar da marra, carrega a simpatia de toda uma
nação.
Má publicidade! -- A comunidade hoqueira está revoltada,
e é com toda razão. Taxaram nosso esporte de violento recentemente num
programa de TV aberta (na Rede TV!). Segundo eles, o hóquei no gelo
é mais violento e sanguinário do que os antigos jogos romanos e seus
duelos Cristãos Inocentes x Leões Famintos.
Flyers x Maple Leafs foi considerado por eles o jogo de mais alto risco
do planeta. Superando o jogo entre a ala dos maníacos estupradores e
a ala dos seqüestradores no campeonato de futebol do Carandiru. Tie
Domi barrou o espadachim Elias Maluco como esportista mais desprezível,
mau caráter e violento do globo.
Pô, já é tempo de rever certos conceitos um tanto quanto ultrapassados.
É hora de superar esse rótulo de que somos um esporte violento. Vamos
até essa emissora desprezível e, se a Rede TV! não se retratar, eu vou
chamar Marty McSorley e Todd Bertuzzi, e vamos quebrar a cara do diretor
dessa porcaria de emissora. Se ele não tiver, serve a mãe, a irmã...
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Jacy Borreaux, um franco-canadense que vive
em Belford Roxo, RJ, seguiu o exemplo de Theo Fleury e de Luís
Inácio Amarulla da Silva, e agora só trabalha bêbado,
por isso essa sua coluna ficou boa. Uma boa porcaria. |
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