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28 de maio de 2004
O frevo invade o gelo da NHL

Por Jacy Borreaux

Amigos, não existem mais dúvidas de que hoje Robyn Regehr é o esportista pernambucano mais famoso no mundo, superando até mesmo o atacante Kuki, do Náutico, e Rivaldo, que, sem time, agora defende a gigantesca seleção brasileira dos que "vivem" do seguro-desemprego.

Mas estamos decepcionados com o defensor do Calgary Flames. O sucesso já subiu à cabeça do pernambucano. Tentamos, em vão, mandar nossos dois colaboradores que moram em Recife (Cláudio Aguiar e Rafael Roberto) para Calgary entrevistar o defensor, mas ele não aceitou. Entretanto, dias depois lá estava ele na primeira página do caderno de esportes do desconhecido pasquim Folha de S. Paulo. O que os caras da Folha têm que nós, de The Slot BR, não temos, além do diploma de jornalismo e do domínio da língua portuguesa e inglesa?

Deixando esse fato lamentável pra trás, vou falar sobre o impacto que Binho Regher vem causando em nosso país. Fenômeno em esportes que não futebol, só encontra paralelo em dois outros atletas: o ex-tenista em atividade Gustavo Kuerten e aquela menina gaúcha cujo nome esqueci. (Deixe eu abrir o Google e digitar "anã+brasileira+ginástica+artística"). Daiane dos Santos. Isso. O hóquei já está nos calcanhares da rinha de galo para roubar-lhe a terceira posição entre os esportes mais populares do Brasil, e isso graças a Regehr.

A imprensa também está excitada. Depois de Regehr, tenho certeza que a cobertura do nosso esporte pela ESPN América Latina vai ser muito melhor. Tenho tanta certeza disso quanto que amanhã o sol vai nascer azul com bolinhas verdes.

Nosso querido narrador da ESPN, o húngaro-carioca radicado em Bristol, Estados Unidos, André Bueno Adler, já está preparando seu copo d'água com vinagre para, a plenos pulmões, gritar "Biiiiiiiiiiiiiinhooooooo Regehhherrrrrrrrrrrrrrrrr".

A empregada daqui de casa já avisou que não vai tolerar ufanismo e, se isso acontecer, ela vai apertar sem dó a tecla SAP! "Matilde, sua tosca, já se esqueceu que o Adler é um dos que mais apóiam a Slot? Melhor não tocar no controle remoto, senão corto suas férias, seu 13.º e o vale-transporte."

Mas não é só a ESPN que aderiu de vez ao hóquei. A SporTV mandou a múmia-mala do Armando Nogueira embora e contratou Paul Coffey, Doug Gilmour e Ray Bourque para comandarem a mesa redonda dominical. Na Rede TV!, Neto foi substituído por outro baixinho meio gordo, totalmente alcoólatra e 100% caipira, um tal de Theo Fleury.

A fase do defensor do Calgary Flames anda tão boa que milhares de crianças já torram a paciência de seus pais pedindo tacos e discos. As crianças pobres, que representam a minoria de 99,5% das crianças do Brasil, improvisam com frascos de pomada Minâncora e vassouras. Nos camelôs, as camisas 9 do Real Madrid, de Ronaldo, perdem espaço para a 28 dos Flames.

Nenê Hilário que se d%$&*ane. Ele ficou na primeira fase daquela liga que disputa lá nos Estados Unidos. Regehr está nas finais da Copa Stanley (ênfase aqui) e, apesar da marra, carrega a simpatia de toda uma nação.

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A comunidade hoqueira está revoltada, e é com toda razão. Taxaram nosso esporte de violento recentemente num programa de TV aberta (na Rede TV!). Segundo eles, o hóquei no gelo é mais violento e sanguinário do que os antigos jogos romanos e seus duelos Cristãos Inocentes x Leões Famintos.

Flyers x Maple Leafs foi considerado por eles o jogo de mais alto risco do planeta. Superando o jogo entre a ala dos maníacos estupradores e a ala dos seqüestradores no campeonato de futebol do Carandiru. Tie Domi barrou o espadachim Elias Maluco como esportista mais desprezível, mau caráter e violento do globo.

Pô, já é tempo de rever certos conceitos um tanto quanto ultrapassados. É hora de superar esse rótulo de que somos um esporte violento. Vamos até essa emissora desprezível e, se a Rede TV! não se retratar, eu vou chamar Marty McSorley e Todd Bertuzzi, e vamos quebrar a cara do diretor dessa porcaria de emissora. Se ele não tiver, serve a mãe, a irmã...

Jacy Borreaux, um franco-canadense que vive em Belford Roxo, RJ, seguiu o exemplo de Theo Fleury e de Luís Inácio Amarulla da Silva, e agora só trabalha bêbado, por isso essa sua coluna ficou boa. Uma boa porcaria.

 

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Página publicada em 25 de maio de 2004.