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          Marcelo Constantino 
           
          Numa série realmente equilibrada, em que cada mínima vantagem comparativa 
          pode fazer a diferença, times especiais valem ouro. Até o jogo 5, o 
          time de matar penalidades do Philadelphia Flyers mal vinha conseguindo 
          segurar os disparos de Boyle, Richards, Lecavalier, St. Louis & cia. 
          Na terça-feira a vaca foi para o brejo. A vantagem numérica dos Bolts 
          estourou de vez e foi o fator primordial que colocou o time a um passo 
          da final da Copa Stanley.  
           
          Aliás, não foi nada surpreendente, a bem da verdade, basta verificar 
          o retrospecto dos times especiais de ambas as equipes nesta final de 
          conferência. O Lightning marcou gols em vantagem numérica (VN) em todos 
          os jogos da série, exceto o primeiro. Os Flyers marcaram apenas um, 
          no jogo 2. Na verdade, o Philadelphia marcou apenas uma vez nas últimas 
          36 chances que teve (nesta série, apenas um gol em 23)! E isso com aquele 
          arsenal de atiradores que possuem, ainda que figurões como John LeClair 
          e Tony Amonte ainda estejam devendo ofensivamente.  
           
          Com os três gols consecutivos no jogo 5, os Bolts somam seis gols em 
          VN em três jogos. Das duas, uma: ou os Flyers começam a matar essas 
          penalidades com extremo vigor, ou começam a fazer valer a própria VN 
          também.  
           
          Na semana passada, escrevi aqui que os Flyers tinham tudo que um time 
          precisa para ser campeão. Revendo o texto, hoje eu gostaria de inserir 
          um "exceto por bons times especiais" naquela frase. Na verdade um time 
          até pode prescindir de sua VN para colocar as mãos na Copa Stanley, 
          mas dificilmente poderá fazê-lo se não conseguir matar penalidades com 
          eficiência.  
           
          Marcando primeiro -- Os dois times têm ótimo retrospecto quando 
          marcam primeiro, mas os Bolts são dominantes neste ponto: venceram nove 
          das dez partidas em que saíram na frente no placar. Quando Ruslan Fedotenko 
          meteu o primeiro disco para dentro do gol de Robert Esche na terça-feira, 
          veio o alívio. Os dois gols de Richards no período seguinte cimentaram 
          essa segurança.  
           
          Os Flyers reagiram ainda no segundo e tiveram todo o terceiro período 
          para empatar (inclusive disparando 15 vezes sobre Khabibulin), mas não 
          conseguiram. O goleiro do Tampa Bay estava sólido frente às poderosas 
          armas da equipe laranja.  
           
          Equilíbrio -- Tampa Bay e Philadelphia têm protagonizado uma guerra 
          em que cada time ganha uma batalha por vez. Cada um ganhou e perdeu 
          pelo menos uma partida em casa, alternando vitórias. Pode até ser que 
          a série termine na quinta-feira em seis jogos, mas até aqui tudo indica 
          que iremos até o jogo 7.  
           
          Ainda não tivemos prorrogações -- na verdade apenas o jogo 4 foi decidido 
          com um gol de diferença --, e já tivemos até goleada, mas que há um 
          grande equilíbrio, há. Mesmo no jogo 5, os Flyers não desistiram depois 
          de levar três gols, equilibraram as ações no segundo período e dominaram 
          a segunda metade do jogo. Faltou, claro, marcar apenas mais um golzinho. 
           
           
          Uma das faces desse equilíbrio é o herói que surge a cada jogo. Como 
          cada time tem ganho alternadamente, cada dia um jogador tem seu dia 
          de rei. Após o jogo 4, Keith Primeau estava estampado em várias das 
          matérias sobre a série, chegando inclusive a ser entrevistado por John 
          Buccigross no intervalo do jogo 5 entre Flames e Sharks, que foi transmitido 
          ao vivo para o Brasil. Primeau sumiu das manchetes após o jogo 5 do 
          Leste, e quem despontou foi Brad Richards.  
           
          Num time em que Vincent Lecavalier sempre foi apontado como o craque 
          do futuro e que Martin St. Louis é apontado como o craque do presente, 
          Richards tem sido considerado um ótimo coadjuvante para os dois. Com 
          os dois gols marcados no jogo 5, inclusive o da vitória, os holofotes 
          voltaram-se para ele. Isso até o jogo 6.  
           
          E que guerra deverá ser esse jogo 6. Na programação da ESPN consta que 
          ele será transmitido em VT de madrugada, às 23:30 do horário de Nova 
          York. Vale a pena conferir.  
        
           
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            Marcelo 
                Constantino não consegue conceber a realização 
                de Olimpíadas na cidade do Rio de Janeiro.   | 
           
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            | ABRINDO O PLACAR Quem abre 
              o placar tem grandes chances de vencer, ao menos tem sido assim 
              nos jogos entre Flyers e Bolts. Ruslan Fedotenko (foto) abriu o 
              placar no jogo 5 e o Lightning venceu, ficando a uma vitória 
              das finais da Copa Stanley (Rick Runion/Reuters - 18/05/2004) | 
           
         
          
        
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