Por Alexandre Giesbrecht

Jason King foi de possível ganhador do Troféu Calder a mais um jogador nas ligas menores, e nem demorou tanto para isso acontecer. Na sexta-feira, os Canucks mandaram o novato de volta para o Manitoba Moose, da AHL, junto com o rodado Tyler Bouck. O aviso já tinha sido dado ao jogador de 22 anos, quando ele ficou de fora de quatro jogos em dezembro. Depois de começar a temporada muito bem, com 16 pontos em seus primeiros 23 jogos, King só conseguiu três assistências nos últimos 20. No início, ele formou um trio produtivo com os gêmeos Sedin, que ficou conhecido em Vancouver como a "Linha Colchão" (no trocadilho em inglês, dois tamanho twin — gêmeo — e dois tamanho king — grande). Agora, os Canucks se acham novamente procurando por um ponta artilheiro que consiga se dar bem ao lado dos gêmeos na segunda linha do time. O gerente geral Brian Burke deverá ter muito trabalho nas próximas semanas.

Outro jovem jogador que começou bem a carreira, mas agora foi mandado para as ligas menores é Jaroslav Svoboda, que vai conseguir bastante tempo de gelo nas próximas semanas, defendendo o Lowell Lock Monsters, da AHL. Ele parecia ser um atacante de força em desenvolvimento, depois de uma atuação dominante como novato na mágica campanha do Carolina Hurricanes em 2001-02, quando o time chegou às finais da Copa Stanley, mas jogou apenas 17 partidas nesta temporada, sem registrar pontos e com -3 de mais/menos. Aos 23 anos, ele começou jogando nos três primeiros compromissos do time, mas, nos 46 jogos que se seguiram, ficou de fora por 29 vezes. Por causa disso, Svoboda provavelmente vai ter a oportnidade de jogar por muitos minutos outra vez, na esperança de achar seu melhor jogo novamente.

Muito se tem falado a respeito de Darryl Sutter, do Calgary, como potencial candidato ao Troféu Adams, dado ao melhor técnico do ano. Até aí, tudo bem, mas que tal se isso pudesse ser estendido a "Executivo do Ano", pelo seu incrível trabalho como gerente geral com um budget limitado? Desde que assumiu o cargo, Sutter tomou várias boas decisões. Mandar Chris Drury e Steve Begin para o Buffalo por Steve Reinprecht e Rhett Warrener foi uma boa troca para ambos os lados. Ao assinar contrato com o intimidador Krzysztof Oliwa em julho, ele tornou o time mais duro e perigoso. E, só para completar, ele simplesmente roubou o goleiro Miikka Kiprusoff dos Sharks, dando em troca apenas uma escolha de segunda rodada — e para o ano que vem. Não é esse tipo de coisa que Glen Sather costumava fazer pelos Oilers antes de se mudar para Nova York?

O Detroit Red Wings vai reavaliar a persistente contusão na virilha de Dominik Hasek nesta semana. Hasek, que está para fazer 39 anos, voltou da aposentadoria nas últimas férias, mas as coisas não têm ido como planejado em 2003-04, já que o "Dominador" não joga desde 8 de dezembro e só jogou seis partidas desde os últimos dias de outubro, por causa do seu insistente problema na virilha. A contusão de Hasek praticamente eliminou as especulações em torno de uma possível troca de Curtis Joseph, o titular na temporada passada, que poderia já ser um ex-Wing, não fossem as vultosas somas de seu contrato, cláusula que impede trocas e um desinteresse de início de temporada por goleiros. Agora, será Hasek que terá de provar que é capaz de voltar à NHL. Do jeito que as coisas estão, é Joseph que vai ser o titular até Hasek começar a jogar melhor que ele.

O Ottawa Senators estendeu o contrato do técnico Jacques Martin, que hoje é o comandante há mais tempo no cargo na liga. No início da temporada, especulava-se sobre o seu futuro, já que os Sens estavam jogando muito aquém das expectativas, mas o time respondeu bem às adversidades e é, de novo, um dos favoritos à Copa Stanley.

O goleiro Ed Belfour, do Toronto, alcançou o integrante do Hall da Fama Tony Esposito em número de vitórias, com a 423.ª de sua carreira vindo contra os Canadiens, por 4-1. Apenas Jacques Plante (435), Terry Sawchuk (447) e Patrick Roy (551) estão acima da "Águia" na lista. Roy provavelmente não será alcançado por Belfour, mas ser o número 2 não será considerado uma desonra por ele.

A última vez que Montreal Canadiens e Toronto Maple Leafs se encontraram nos playoffs da Stanley Cup foi na temporada de 1978-79. Naquele ano, os Canadiens ganharam a série de quartas-de-final por 4-0 e acabaram conquistando o tetracampeonato. Os Habs contavam no gol com Ken Dryden, que hoje é diretor dos Maple Leafs, em uma das maiores ironias do destino. Nesta temporada, tanto Habs como Leafs estão jogando bem e têm se mantido na zona de classificação da Conferência Leste, embora os Leafs tenham levado a melhor no último confronto, sábado passado, em Montreal (4-1). Ainda assim, tudo indica que os rivais podem se encontrar nos playoffs mais uma vez. Em 1992-93, os dois clubes quase fizeram a final, mas a estrela Wayne Gretzky, então nos Los Angeles, acabou com qualquer possibilidade praticamente sozinho ao eliminar o Toronto nas semifinais. Essa é uma das principais rivalidades esportivas do mundo mas, depois de mais de 24 anos sem um encontro realmente decisivo, uma série de playoffs poderia reaquecer bastante as torcidas.

O presidente do Lightning, Ron Campbell, disse ao jornal St. Petersburg Times que a Palace Sports & Entertainment, empresa que administra o clube, perderá menos dinheiro com a operação do time no ano que vem se a NHL parar (em função das negociações para o novo acordo coletivo de trabalho) do que se a temporada ocorrer conforme planejado. Ele não entrou em detalhes, mas disse que o Lightning vai ter um prejuízo de US$ 10 milhões se não se classificar para os playoffs em abril, o que aumentaria o prejuízo do dono do time, Bill Davidson, para cerca de US$ 58 milhões desde que ele adquiriu o controle do time, em 1999. "O sistema não está funcionando", reclamou Campbell. "É uma afirmação amedrontadora, mas verdadeira." A diretoria da NHL afirma que cerca de 76% da receita é usada para cobrir o salário dos jogadores, a maior porcentagem em qualquer esporte de ponta norte-americano. "Dê-me um motivo por que você não tentaria resolver isso", perguntou Campbell.