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30 de janeiro de 2004
Finalmente um sonho que se realiza: Jagr nos Rangers

Por Fabiano Pereira

Esperei os dois primeiros jogos para ter certeza se valia a pena lascar a lenha no novo contratado ou se falaria bem da mais nova troca de Glen Sather. Bem, por fim, minha opinião é que valeu a pena. Primeiro é um sonho antigo de muitos fãs do New York Rangers e, meu Deus, Anson Carter por Jaromir Jagr, com os Capitals assumindo 40% do salário deste último? Quem não faria a troca?

Claro que muitos argumentam que os Rangers deveriam ir atrás de um defensor e eu concordo plenamente com isso. Mas quem trocaria um defensor durão por um Anson Carter? Nem os Kings, com tantas contusões, fariam isso. Por isso, podem chover críticas, mas a troca foi boa. Os Rangers apanharam feio dos Senators, perdendo por 9-1. Mas alguém realmente esperava que a troca fosse surtir algum efeito no primeiro jogo?

Fora que os observadores mais atentos perceberam que a defesa nova-iorquina atual não impõe respeito. Vamos lá: Brian Leetch, Tom Poti, Jamie Pushor, Joel Bouchard, Dale Purinton e Boris Mironov. Convenhamos... Uma defesa dessas é triste. Com três dos principais defensores fora (Darius Kasparaitis, Greg DeVries e Vladimir Malakhov), dois jogadores de nível AHL tem que fazer parte do time titular. Porque se pegarmos Leetch, Poti, Mironov e somarmos a Kasparaitis, DeVries e Malakhov, os Rangers passam a ter uma defesa respeitável.

No segundo jogo, Jagr foi colocado na mesma linha que Eric Lindros. Perfeito. O Incrível Hulk é o tipo de jogador que combina com o Tcheco Maravilha. Forte, grande e habilidoso. Não lembra um tal de Mario Lemieux? Claro, com as devidas diferenças. Lindros vem jogando com uma energia que não se via desde que Mike York e Theo Fleury eram seus companheiros de linha. O que veremos, certamente, é uma linha explosiva, com o limitado, porém esforçado, Matthew Barnaby na asa esquerda.

Playoffs? É difícil, mas não improvável. Os adversários mais fracos vão precisar se preocupar muito com todas as linhas dos Rangers, pois se mandarem a linha principal de contenção contra Jagr, sobram ainda a linha de Messier, Nedved e Holik, todos eles com poder de fogo suficiente para vencer uma partida. Além disso, Lindros tem todo o poder para abrir espaço para Jagr.

Claro que contra as potências defensivas do leste isso fica mais difícil. Devils, Flyers, Leafs, Senators, esses não devem ser os objetivos dos Rangers, mas sim os demais, que também têm problemas defensivos. E, com a volta de Kasparaitis, DeVries e Malakhov, a defesa fica mais sólida. Em teoria. E um time de vantagem numérica com Kovalev - Lindros - Jagr, Leetch - Poti, parece bom, com as opções de Rucinsky, Messier, Hlavac, Nedved, Holik, Lundmark. Enfim, jogadores de alto nível ofensivo.

Mas que Sather não pense que isso é o suficiente. Os Rangers ainda precisam de um bom defensor defensivo, estilo Brendan Witt, que quase veio na troca, e uns obreiros, estilo Todd Marchant, Andrew Brunette e Jamal Mayers. E acreditem: jogadores assim estarão disponíveis. Muitos times vão querer se livrar de contratos pesados.

Na atual situação é difícil convencer os torcedores de necessidade de reconstrução. Por isso a idéia de Sather não parece tão insana. Os Rangers têm alguns jogadores bons nos times afiliados e, com o tempo, podem se integrar à equipe. No momento Jagr vai melhorar e muito os Blueshirts. E chiem o quanto quiserem, torcedores dos outros times.

Fabiano Pereira sabe qual a sensação de ter Jagr nos Rangers: maravilhosa. Afinal, ele é um poucos torcedores do time.

 

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Página publicada em 28 de janeiro de 2004.