Por
Rafael Roberto
Talvez nenhum grupo de profissionais esteja trabalhado tanto na NHL
quanto os médicos. O departamento deles anda mais cheio que o normal
em vários times, principalmente na Conferência Oeste.
Nenhum time está com o departamento médico vazio. O Detroit Red Wings,
por exemplo, tem dez jogadores machucados, incluindo Chris Chelios,
Derian Hatcher, Ray Whitney e Steve Yzerman, além de seus dois principais
goleiros, Dominik Hasek e Manny Legace. O Dallas Stars é outro com uma
grande lista de contundidos. São sete ao todo, entre eles estão Jason
Arnott, Philippe Boucher, Richard Matvichuk, Teppo Numminen e Pierre
Turgeon. O Chicago Blackhawks tem seis jogadores machucados, incluindo
Eric Daze, Bryan Berard, Jocelyn Thibault e Alexei Zhamnov. O Los Angeles
Kings tem nove jogadores machucados, o St. Louis Blues tem cinco e a
lista segue grande nos demais times.
Em Denver não é diferente, o Colorado Avalanche já começou a temporada
com jogador no departamento médico. O porradeiro Peter Worrell machucou
a perna na pré-temporada e só voltou na ultima quinta-feira contra o
Vancouver Canucks. Hoje os Avs têm “apenas” seis jogadores machucados,
incluindo Paul Kariya e Peter Forsberg, mas já chegaram a ter nove.
Kariya, contratado como agente livre no recesso da temporada, machucou
o pulso num tranco de Nick Boynton em seu quinto jogo pelo Avalanche.
No primeiro diagnóstico, os médicos disseram que uma cirurgia poderia
ser necessária, o que deixaria o atleta de fora por quase toda a temporada,
causando uma perda enorme no poderio ofensivo do time, mesmo para o
Avalanche.
Este medo por uma cirurgia em Kariya fez o gerente geral Pierre Lacroix
trabalhar rápido e contratar de imediato o veterano Steve Konowalchuk,
não para substituir Paul, mas sim os possíveis substitutos de Kariya,
que também estavam machucados. Porém, Konowalchuk mostrou ser mais do
que um substituto de substitutos ao marcar oito gols, três assistências
e ter um +2 em 24 jogos desde sua contratação. Enquanto jogava no Washington
Capitals ele tinha marcado apenas uma assistência e possuía um +/- de
-5 em seis jogos.
Kariya não precisou de cirurgia e voltou dez jogos depois, mas machucou
novamente o mesmo pulso num tranco de Brenden Morrow em jogo contra
o Stars. Ele ainda não retornou e não há previsão para sua volta ainda
neste ano. “Fisicamente, eu me sinto excelente. Ao contrário da minha
mão”, declarou Kariya ao jornal Rocky Mountain News de Denver. E completou
comentando sobre sua volta precipitada: “Eu tentei voltar antes do tempo,
agora tenho que ser esperto.”
Mas a contusão que mais machucou o Avalanche foi a de Forsberg. O melhor
jogador da ultima temporada sofreu uma contusão misteriosa e não joga
desde o dia 11 de novembro contra o San Jose Sharks. O departamento
médico dos Avs não comenta nada sobre o assunto, mas amigos do sueco
dizem que ele sofre de hérnia esportiva, caracterizada por dor nos músculos
do abdôme, que não cessa com descanso e precisa de cirurgia para
sarar.
Depois de três semanas parado, Forsberg voltou a patinar nos últimos
dias, mas ainda sente desconforto e não sabe quando vai voltar a jogar.
“Ainda vai demorar, eu não sei. Nós ainda vamos ver, mas está melhorando”,
falou Forsberg ao Denver Post. E quando foi perguntado se precisaria
de cirurgia, ele falou: “Não, não acho que vou precisar de cirurgia,
mas eu não vou comentar sobre isso, é algo que você deve perguntar à
equipe médica.”
Enquanto a imprensa e torcida tentam descobrir o que realmente há com
Forsberg, o Avalanche muda um pouco seu estilo de jogar para tentar
sentir menos as ausências, tanto do sueco, como de Kariya. Jogar simples,
sem muita firula, com uma subida mais freqüente dos defensores ao ataque
e grandes atuações do goleiro David Aebischer tem sido a receita do
Avalanche para melhorar seu rendimento em relação à equipe que jogava
completa no começo da temporada.
Hoje, Rob Blake e Derek Morris têm jogado grandes partidas defensivamente
com uma excelente participação ofensiva, ajudando o Avalanche a manter
um invencibilidade de oito jogos (4-0-4-0). Nos últimos dois jogos,
quando o ataque realmente sentiu a falta da dupla, foi Aebischer quem
manteve os Avs vivos e um defensor (Blake contra o Vancouver Canucks
e John-Michael Liles contra o Calgary Flames) que marcou o gol do empate.
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Rafael Roberto escreveu esta matéria
ao som do psicodélico Pulse, de Pink Floyd. |
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