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12 de dezembro de 2003
Mais que uma seqüência de vitórias

Por Alexandre Giesbrecht

As oito vitórias seguidas dos Leafs não foram suficientes para superar o recorde da liga – 17, estabelecido pelos Penguins em 1992-93. Também não foram suficientes para superar o recorde da história do time – 10, estabelecido em 1993-94. Mas foram suficientes para renovar as esperanças da torcida.

Apesar de a derrota por 3-2 na prorrogação para os Blues, na última terça-feira, ter encerrado a seqüência, a torcida está confiante de que o time tem todas as possibilidades para ir longe nos ainda distantes playoffs. Há duas semanas, a campanha estava em apenas um jogo acima dos 50% (7-6-5-2). Hoje, nove jogos depois, seus 15-6-5-3 dão aos Leafs a liderança da Divisão Nordeste, com quatro pontos a mais que os Bruins, segundos colocados.

O goleiro Ed Belfour voltou a jogar bem, depois de um começo claudicante, e o capitão Mats Sundin lidera o time em gols e assistências. A defesa também está contribuindo, e não apenas lá atrás. Antes do jogo contra os Blues, os zagueiros computaram 57 pontos, a quarta maior produtividade da NHL, atrás apenas de Colorado (65), Detroit (61) e Vancouver (59), todos do Oeste.

Uma seqüência de vitórias, além de embalar o time, também ajuda na tabela de classificação, e o Toronto só precisa prestar atenção em sua história recente para entender isso, como explica o ex-astro Wendel Clark, atacante da equipe que conseguiu as dez vitórias consecutivas em 1993-94: "Depois daqueles dez primeiros jogos, só ficamos um ou dois jogos acima dos 50% até o fim. É por isso que você tenta estender [a seqüência] o máximo que puder."

O máximo do time atual foi oito, mas, apesar da decepção pelo fim da seqüência, o time sabe que conquistou algo importante. "Você tem que olhar a situação como um todo", avaliou Sundin, depois da derrota para os Blues. "Estamos tentando melhorar como time, e acho que obtivemos alguns avanços nas últimas três semanas."

Isso sem falar que o time não bateu só em "bêbados" durante a série. Os Canucks, que estão disputando ponto a ponto a liderança do Oeste, foram vencidos duas vezes, assim como os milionários e sempre decepcionantes Rangers. Thrashers, líderes do Sudeste, Bruins, ex-líderes do Nordeste, Wings, ex-líderes da Central, e Senators, atuais detentores do Troféu dos Presidentes, também caíram. E as vitórias foram conseguidas sem Alexander Mogilny, um dos mais talentosos jogadores no elenco, que deverá ficar de fora por três meses, graças a uma cirurgia nos quadris. O time estava marcando uma média de 2,5 gols por jogo com Mogilny no gelo, e conseguiu aumentar essa média para quatro sem ele.

O técnico Pat Quinn acredita que a evolução começou a acontecer a partir do momento em que o grupo se conscientizou de que tinha de simplificar sua maneira de jogar. Agora, o time está tomando mais cuidado com o disco dominado e se posicionando melhor, em vez de tentar sempre enfeitar as jogadas, conseqüentemente adicionando risco a elas. Conseguir impedir reações também tem sido um fator importante. Com grandes atuações no terceiro período, os Leafs têm conseguido garantir a vitória construída nos dois primeiros tempos de jogo.

"No começo da temporada, estávamos jogando para a frente, mas de forma arriscada, que não nos beneficiava", explica Joe Nieuwendyk. "Agora, estamos jogando de uma maneira mais inteligente, mas ainda para a frente. Estamos muito mais responsáveis em vários aspectos, e acho que a chave para isso é não ceder [na defesa] tanto quanto estávamos no início. É assim que vamos conseguir chegar lá."

E é assim que o atacante Gary Roberts acha que o time tem de se manter: "Só jogamos 28 jogos na temporada. Sabemos que ainda falta um longo caminho a ser percorrido. Você pode perder tudo isso rapidinho." Uma seqüência de vitórias desse tamanho não é mesmo suficiente para garantir classificação nos playoffs. Em 1998-99, por exemplo, os Penguins conseguiram dez vitórias consecutivas entre janeiro e fevereiro, mas acabaram apenas no oitavo lugar da conferência.

Agora que a seqüência foi encerrada, os jogadores devem manter a mesma atitude, para continuar a colher os frutos plantados durante a mesma. Continuando a jogar com a mesma confiança, com a mesma paixão, tudo vai continuar dando certo, e o caminho para os playoffs – e, quem sabe?, para a Copa Stanley – estará pavimentado.

Alexandre Giesbrecht, 27 anos, não se importaria de ver os Leafs nas finais da Copa Stanley, afinal os Pens não chegarão sequer aos playoffs.
 
  CENA COMUM Comemorações de jogadores dos Leafs, incluindo o durão Tie Domi, têm sido freqüentes ultimamente (Aaron Harris/AP - 06/12/2003)

 

 

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Página publicada em 10 de dezembro de 2003.