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17 de outubro de 2003
Havlat assina com os Senators

Por Daniel Rocha

Foi por pouco, muito pouco. Mas os Senators puderam, no jogo de sábado frente ao Detroit Red Wings, anunciar sua maior contratação da temporada: a assinatura de um novo contrato com Martin Havlat. Esta matéria mostra apenas um breve histórico da novela Havlat - Sens.

Inicialmente, Allan Walsh, procurador do jogador, pediu um contrato de dois anos pelo valor total de US$ 4,65 milhões, algo próximo ao recebido por Brad Richards em Tampa e Simon Gagne na Philadelphia. Os Senators foram radicais e mantiveram sua oferta de US$ 1,2 milhão por ano mais bonificações baseadas em seu rendimento. Havlat então preferiu se manter em casa durante os treinos da pré-temporada, disputando jogos pela equipe da sua cidade na Liga de Elite da República Tcheca, pelo valor de US$ 10 mil por jogo.

Vendo que os Sens negavam-se a melhorar a proposta, e que poderia perder a temporada da NHL, Havlat foi para a América do Norte tentando negociar pessoalmente com a equipe. Diminuiu a proposta para US$ 1,9 milhão por ano, mas Muckler manteve sua oferta e estabeleceu um prazo limite para Havlat assinar com a equipe. O prazo venceu na sexta-Feira, dia 10. Havlat, já de vôo agendado para voltar para sua cidade natal, afirmou estar desapontado com as estratégias de negociação da direção da equipe de Ottawa.

Em uma última cartada, Muckler fez a oferta de US$ 1,6 milhão mais bonificações, imediatamente aceita por Havlat. Assim, evitou-se que um dos melhores jovens talentos da NHL ficasse fora da liga por uma temporada inteira.

Apesar dos Senators terem cedido mais do que previam, claramente a equipe saiu vencedora nessa briga. Além de contar com o talento de Havlat, a franquia não terá que pagar nenhum valor absurdo para isso. Além disso, se os Senators são bons sem Havlat, com ele estão entre as três melhores equipes (opinião particular, é claro) da liga, ao lado de Red Wings e Avalanche.

A vitória dos Sens automaticamente torna a NHL vitoriosa na situação também, já que mostra que as equipes poderiam fazer pressão sobre seus jogadores para assinarem contratos mais justos, ao contrário dos absurdos cometidos liga afora. Além disso, os Sens deram uma aula às equipes de Philadelphia e Tampa Bay, ao pagar a Havlat pelo que ele tem feito, não pelo seu potencial. Aliás, essa história de assinar por potencial nunca deu certo em Ottawa, vide Alexander Daigle e seu gordo contrato de calouro de US$ 12,5 milhões por cinco temporadas.

Face às negociações que ocorrerão a partir de julho do ano que vem, é importante que haja um equilíbrio entre a associação dos jogadores e a liga para evitar uma greve, ou pelo menos para reduzir o período previsto de sua duração. Se a liga claramente tem perdido a guerra, permitindo a assinatura de contratos estratosféricos, ao menos uma batalha foi vencida.

Daniel Rocha espera que a greve não dure mais do que três meses, apesar de achar que a temporada 2004-05 já era...

 
  MARTIN HAVLAT atuando pela sua seleção no mundial desse ano. (Mike Cassese/Reuters)
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Página publicada em 15 de outubro de 2003.